Estados Unidos, Alemanha, França, China e Rússia, entre outros países, anunciaram ontem estarem dispostos a suspender um embargo das Nações Unidas à venda de armas à Líbia, caso isso favoreça um governo de união nacional na luta contra o terrorismo.
Vinte e cinco delegações nacionais e regionais se reuniram em Viena (Áustria) para debater a situação. A sanção da ONU havia sido imposta no início da revolta popular contra o regime do ditador Muammar Kaddafi, em 2011, para evitar que armamentos caíssem nas mãos de extremistas islâmicos. No entanto, o país mergulhou no caos e na guerra civil desde a morte de
Kaddafi, naquele mesmo ano. O embargo hoje é repetidamente violado, e o caos abriu espaço para que o Estado Islâmico (EI) conquistasse território e rotas de escoamento de petróleo.
Hoje, o novo governo, no poder há um mês e meio e apoiado pela ONU, demanda autorização para importar armas, tanques, jatos e helicópteros para lutar contra o EI. "Um pedido foi feito a nós e obviamente ele será discutido e passará pela ONU", disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry. "Ainda que o armamento da Líbia tenha que ser cuidadosamente planejado, todos nós apoiamos o fato de que, se você tem um governo legítimo e ele está lutando contra o terrorismo, esse governo não pode ser feito prisioneiro, ou vitimizado, por conta de uma ação da ONU."
O novo governo da Líbia tem sede em Trípoli e é liderado pelo primeiro-ministro Fayaz Seraj, que também participou do encontro em Viena. Ainda que tenha apoio da comunidade internacional, Seraj tem sua autoridade contestada por parte do Parlamento líbio.