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Educação

- Publicada em 31 de Maio de 2016 às 21:44

Nova reunião com o Cpers não traz avanços

Para Helenir, negativa de Vieira da Cunha vai fortalecer o movimento

Para Helenir, negativa de Vieira da Cunha vai fortalecer o movimento


FREDY VIEIRA/JC
A indignação dos professores estaduais era evidente ontem, na saída da reunião do Cpers/Sindicato com o secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha. "Nos entregaram um documento que, na verdade, é a transcrição da última reunião, não avançou em nada. É um desrespeito do governo simplesmente não tomar conhecimento de nada da nossa pauta e não apresentar absolutamente nada daquilo que estamos reivindicando", afirma a presidente da entidade, Helenir Schürer. Segundo a sindicalista, o que a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) entregou foi um "documento com um nada assinado".
A indignação dos professores estaduais era evidente ontem, na saída da reunião do Cpers/Sindicato com o secretário estadual da Educação, Vieira da Cunha. "Nos entregaram um documento que, na verdade, é a transcrição da última reunião, não avançou em nada. É um desrespeito do governo simplesmente não tomar conhecimento de nada da nossa pauta e não apresentar absolutamente nada daquilo que estamos reivindicando", afirma a presidente da entidade, Helenir Schürer. Segundo a sindicalista, o que a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) entregou foi um "documento com um nada assinado".
Essa foi a terceira rodada de negociações entre as partes desde o início da campanha salarial de 2016. O Cpers pretende encaminhar o documento apresentado por Vieira da Cunha a todas as escolas. "Temos certeza de que essa atitude do governo vai fortalecer e fazer crescer o movimento", destaca Helenir. A entidade estima que a greve tem adesão de 70% dos professores.
Conforme o secretário, a situação econômica do Estado impossibilita a Seduc de oferecer qualquer reajuste. "Temos agido com transparência e sinceridade. Reafirmei, nesta reunião, que não há condições de um governo que não está conseguindo cumprir a folha de pagamento em dia fazer propostas de reajuste", observa. O Cpers pede reajuste de 13% e o cumprimento do piso nacional da categoria.
A entidade pediu ainda negociação dos três dias de greve de março, inclusão dos professores no público-alvo para vacinação contra a gripe, reenquadramento da gratificação a docentes de escolas de difícil acesso, retirada do Projeto de Lei nº 44/2016, manutenção do plano de saúde pelo IPE, manutenção do pagamento de horas-atividade conforme era previsto antes de decreto de fevereiro do governo do Estado, garantia de merenda escolar para todos os alunos da rede e o fim do fechamento de turmas e escolas.
Vieira da Cunha ressalta que a Seduc está disposta a negociar o pagamento dos dias de greve, mediante a recuperação deles, e que já colocou os professores nos grupos prioritários para vacinação, mas a imunização depende da disponibilidade das doses. O reenquadramento por difícil acesso, o PL 44 (que propõe que o governo faça parcerias com pessoas jurídicas de direito privado, repassando verbas para projetos nas áreas de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, meio ambiente, ação social, esporte, saúde e cultura) e o IPE ainda estão sendo discutidos. Em relação às horas-atividade, a questão está judicializada.
Sobre as merendas escolares, Vieira da Cunha afirma que estão garantidas. "O repasse de R$ 0,30 por aluno feito pelo governo federal é complementado com R$ 0,60 para cada estudante do Ensino Médio e R$ 1,07 nas escolas de tempo integral. Também pagamos mais R$ 0,60 por aluno em instituições pequenas", afirma. Em relação ao fechamento de turmas e escolas, ressalva que ocorre apenas em situações nas quais o número de estudantes é insuficiente para manter a estrutura da instituição.
Na segunda-feira, Vieira da Cunha anunciou que deixará o cargo para concorrer à prefeitura de Porto Alegre. O Cpers teme que a mudança prejudique as negociações.

Sindicato responsabiliza Seduc por agressões a alunos; vídeos mostram policiais chutando estudantes

Para a presidente do Cpers, o encontro com o secretário de Educação só serviu para uma coisa: cobrar o governo do Estado sobre agressões sofridas por parte de estudantes que estão ocupando as escolas gaúchas há cerca de três semanas. "Por coincidência, as agressões começaram logo após uma reunião entre a Seduc e os diretores das escolas ocupadas. Estamos de olho e já dissemos: o Estado será responsabilizado pela integridade física dos nossos alunos", aponta Helenir Schürer.
O sindicato pretende recorrer a meios judiciais para responsabilizar o governo por desrespeitar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Na segunda-feira, alunas que ocupam o Colégio Estadual Protásio Alves, de Porto Alegre, denunciaram agressão por parte de um estudante do curso técnico de Administração da instituição.
O secretário Vieira da Cunha rechaça a responsabilização do governo do Estado a essas agressões. "Desde o início do processo, não tivemos outra atitude que não a de abertura, diálogo e mediação. Sempre dissemos que não trataremos as ocupações das escolas como caso de polícia", defende. Por enquanto, a Seduc não prevê entrar com ação de reintegração de posse nas instituições, nos moldes do que tem sido feito no Rio de Janeiro.
Na manhã de ontem, estudantes bloquearam momentaneamente trechos de diversas vias da Capital. Houve interferência da Brigada Militar e da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Vídeos divulgados na internet mostram brigadianos chutando estudantes. Desde o dia 11 de maio, alunos de mais de 140 colégios estaduais ocupam escolas para protestar contra o sucateamento da educação.
No final da tarde de ontem, Vieira da Cunha recebeu lideranças estudantis para ouvir a pauta de reivindicações. O secretário garante que tem visitado escolas ocupadas, quando chamado.