Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Saúde

- Publicada em 22 de Maio de 2016 às 22:19

Secretaria da Saúde confirma primeiro surto de zika vírus em Porto Alegre

O surto de zika vírus na vila Tio Zeca, localizada no bairro Farrapos, foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre. Até o momento, cinco casos autóctones já foram registrados, sendo quatro em pacientes do sexo masculino, com idades de 4, 11, 12 e 31 anos, e uma mulher, não gestante, de 38 anos.
O surto de zika vírus na vila Tio Zeca, localizada no bairro Farrapos, foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre. Até o momento, cinco casos autóctones já foram registrados, sendo quatro em pacientes do sexo masculino, com idades de 4, 11, 12 e 31 anos, e uma mulher, não gestante, de 38 anos.
Outras 11 pessoas moradoras da localidade também apresentaram sintomas de doenças exantemáticas (com manchas na pele) e aguardam o resultado do exame para confirmar o vírus. Além disso, a Capital tem 11 casos importados de zika. De acordo com o José Carlos Sangiovanni, assessor técnico da Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde, a situação é de grande relevância, pois é a primeira transmissão dentro da cidade.
Desde o final do mês passado, quando surgiu a suspeita de zika no bairro Farrapos, o controle vetorial está sendo realizado na localidade, com o bloqueio de transmissão viral a partir da aplicação de inseticida, em um raio de 100 metros da residência dos pacientes. "Estamos montando um quebra-cabeça, com a procura de mais casos, percorrendo as casas e perguntando por pessoas que apresentem o sintoma. A circulação acontece a partir de casos importados nas proximidades", afirma Sangiovanni.
Segundo o assessor técnico, a Capital deve passar por uma situação desafiadora no final deste ano e em 2017, com o aumento tanto de ocorrências de zika quanto da febre chikungunya, que apresenta 14 casos importados já confirmados na cidade. O motivo são os ciclos epidemiológicos da doença no País. Como a dengue apresentou grande circulação em 2015, no próximo ano deve haver redução. A situação será a oposta para as outras duas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
"Sabemos que a zika é uma doença grave, principalmente por causar microcefalia em bebês. Também é preocupante o fato de que os sintomas normalmente não são muito fortes e podem passar despercebidos. Já a chikungunya tem uma disseminação muito grande, mais rápida que os outros dois vírus, e é muito debilitante, podendo ocasionar lesões articulares greves", explica.
Sangiovanni ressalta ainda que tanto na Vila Tio Zeca quanto no bairro Vila Nova, que registrou 69 dos 227 casos de dengue autóctone na cidade, foram encontrados muitos criadouros de mosquitos em locais de fácil acesso e que poderiam ter sido eliminados rapidamente. Para ele, a população ainda não tem a dimensão do problema. "É preciso de muito empenho, pois essas doenças vieram para ficar", alerta.

Instituto Evandro Chagas testará vacina em animais

Testes da vacina contra o zika vírus em desenvolvimento pelo Instituto Evandro Chagas, do Pará, e pela Universidade Medical Branch, dos Estados Unidos, devem começar a ser feitos em animais a partir de novembro. "Conseguimos acelerar o cronograma em alguns meses, em parte por causa dos ganhos na tecnologia, em parte por sorte", afirma o diretor do instituto, Pedro Vasconcelos. A previsão inicial era de que essa etapa fosse concluída somente em fevereiro de 2017. Se não houver problemas ao longo do caminho, em fevereiro já será possível iniciar os testes da vacina em voluntários. Os estudos seriam feitos no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Amapá.
Depois de testes em primatas e camundongos, análises são feitas sobre efeitos da vacina em humanos. Na primeira fase, é avaliada a segurança do produto. Geralmente, é feita em cerca de 300 voluntários, todos saudáveis, que residam em regiões sem a circulação do vírus. Essa etapa costuma levar cerca de um ano. Vasconcelos vai sugerir que o prazo seja reduzido para um período que varie entre três e seis meses.
Na segunda fase, o objetivo é avaliar a capacidade de produzir a imunidade no organismo. Já na terceira, em que se analisa a eficácia da vacina, são testadas cerca de 30 mil pessoas. A imunização tem como público-alvo mulheres em idade fértil, que não estejam grávidas. Uma outra, que poderia ser usado por gestantes, também está em desenvolvimento.