A greve do Hospital Porto Alegre (HPA), que começou às 8h de ontem, deve seguir até quinta-feira, quando uma nova assembleia decidirá os próximos passos da mobilização. A possibilidade de manter a greve não está descartada. Pela manhã, o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Casas de Saúde do Rio Grande do Sul (SindiSaúde-RS), Arlindo Ritter, e o comando de greve se reuniram com a Associação de Funcionários Municipais (AFM), mas o resultado não foi promissor.
Desde novembro de 2015, os funcionários têm convivido com recorrentes atrasos salariais. A AFM alega que metade do salário de abril só será paga se a prefeitura repassar cerca de R$ 800 mil que deve à associação. Mesmo assim, não há garantia de que todos os profissionais recebam o salário na integralidade - tampouco há repasses para pagar a folha de maio. "A direção da AFM não apresentou uma solução a curto e a médio prazo. Por isso, estamos preocupados. Na quarta-feira, nos reuniremos para que a associação possa apresentar propostas mais elaboradas", argumenta o secretário-geral do SindiSaúde-RS, Julio Jesien. "Eles afirmam que possuem parceiros com interesse de assumir parte do bloco cirúrgico, mas não têm prazo nem previsão."
A Secretaria Municipal da Saúde explica que o hospital possuía um convênio, hoje extinto, com o Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre, que funcionava como uma assistência em saúde para os municipários. Por isso, a prefeitura ainda precisa pagar esses R$ 800 mil, destinados a pacientes que estavam em tratamento quando o convênio foi extinto. Depois que esse repasse for concluído, algo que ainda não há previsão para ocorrer, a prefeitura não repassará mais valores ao hospital.