O número de escolas estaduais ocupadas por estudantes cresceu nesta segunda-feira (16). Até o começo da tarde, o Jornal do Comércio havia apurado que 19 estabelecimentos estavam no movimento, o maior número em Porto Alegre e Rio Grande (veja a lista abaixo). Esse grupo deve aumentar mais durante o dia, que marca também o começo da greve do Magistério. A paralisação do setor é parcial, segundo o Cpers-Sindicato.
No Facebook, o grupo Ocupa Tudo RS virou o canal de divulgação das adesões. Nas escolas, jovens criaram músicas em ritmo de funk para divulgar a causa e fazem posts na rede social. Os protestos ocorrem em busca de melhorias no ensino e contra o parcelamento dos salários dos professores.
A característica do movimento gaúcho, que se inspirou em ocupações em São Paulo e Rio de Janeiro, é não ter centralização em um comando. O integrante do Coletivo, ligado à Assembleia Nacional dos Estudantes Livres, Gabriel Fernandes explica que os estudantes das escolas vão se comunicando e definindo as ações. "É muito informal", disse. Fernandes estuda na Escola Estadual Presidente Roosevelt que ainda não aderiu, mas analisa a possibilidade de ingresso.
Entre as 19 escolas ocupadas, nove estão em Porto Alegre, sete em Rio Grande, uma em Passo Fundo, uma em Pelotas e uma em Viamão. Até a sexta-feira passada (13), o movimento somava cinco estabelecimentos na Capital e duas em Rio Grande. A Escola Emillio Massot foi desocupada no sábado, mas nesta segunda os alunos se reúnem para avaliar se voltam a promover a ação.
Adesão à greve do Magistério é parcial
Em Porto Alegre, a adesão à greve dos professores é parcial. Mesmo com anúncio de corte de ponto, o Cpers/Sindicato pede mobilização geral. A Secretaria Estadual da Educação (Seduc), no entanto, reitera que quem quiser lecionar não deve ser impedido e nega, com base no orçamento estadual, a possibilidade de reajuste salarial. O percentual de escolas que aderiram à paralisação deve ser divulgado na terça-feira (17) pelo sindicato. De acordo com a Seduc, a adesão é maior nas escolas da Capital.
Os estudantes também protestam contra o Projeto de Lei nº 44/2016, do governo de José Ivo Sartori, que abre a possibilidade de privatização do ensino público; e contra o Projeto de Lei nº 867/2015, que institui o programa Escola Sem Partido.
Escolas ocupadas:
Porto Alegre
- Agrônomo Pedro Pereira
- Cândida Godoy
- Costa e Silva
- Júlio de Castilhos
- Paula Soares
- Padre Reus
- Protásio Alves
- Roque González
- Santos Dumont
Rio Grande
- Bibiano de Almeida
- Getúlio Vargas
- Instituto de Educação Juvenal Muller
- Lemos Junior
- Mascarenhas de Moraes
- Roberto Bastos Tellechea
- Silva Gama
Passo Fundo
Pelotas
Viamão