Reivindicando melhorias nas condições de ensino, como a contratação de funcionários e professores, melhorias na infraestrutura e o fim do parcelamento do salário dos professores, alunos da rede estadual já estão ocupando cinco escolas em Porto Alegre.
Esta manhã os estudantes ocuparam o Colégio Estadual Júlio de Castilhos, um dos maiores do Estado, com mais de dois mil alunos. Os estudantes iniciaram a mobilização no local na madrugada desta sexta-feira (13), com um grupo cerca de 50 alunos. Faixas e cartazes escritos “Ocupa Julinho” foram colocadas no portão de entrada. As aulas foram suspensas.
O movimento iniciou na quarta-feira (11), com a ocupação do Colégio Estadual Coronel Afonso Emílio Massot. As outras três instituições são o Colégio Estadual Protásio Alves, a Escola Estadual de Ensino Médio Agrônomo Pedro Pereira e a Escola Estadual de Ensino Médio Padre Reus.
Segundo a coordenadora do Grêmio Estudantil do colégio Júlio de Castilhos, Deziree Kloster, de 20 anos, faltam uma merendeira e duas professoras na instituição. Os estudantes cobram ainda a obra no ginásio da escola.
Deziree acusa a Secretaria de Educação de não estar dialogando com os estudantes. “O secretário não falou com os alunos, mas entrevista ele gosta de dar, pensamos que ele viesse dialogar, mas isso não aconteceu”, diz. Deziree declara, ainda, que a direção da escola está dialogando com o movimento e que os estudantes são a favor da greve dos professores.
O Secretário Estadual de Educação em exercício, Luis Antônio Alcoba de Freitas, esteve no local e disse que está disponível para ouvir os alunos e atender a estas reivindicações. Em relação ao Colégio Júlio de Castilhos, afirma que já conversou com a diretora para suprir a falta dos professores com a convocação de mais horas para outros professores da mesma instituição de ensino. Algumas intervenções no ginásio da escola também estão sendo realizadas.
“Estamos dando prioridade às obras emergenciais, temos escolas com prédios muito envelhecidos, que precisam de reparos na rede elétrica, muros e estruturas para serem feitas. O Júlio de Castilhos é uma dessas escolas”, explica o secretário. Ele garante que o Estado tem uma disponibilidade de verbas e convênios com o governo federal que garantem subsídios para estas ações.
A ocupação do Julinho está prevista inicialmente para durar 24 horas, mas uma assembleia de alunos que será realizada ainda hoje deve decidir se a mobilização seguirá ou não nos próximos dias.