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Educação

- Publicada em 09 de Maio de 2016 às 22:16

Alunos denunciam precariedade em escola

Estudantes aproveitaram visita para apresentar demandas ao secretário da Educação, Vieira da Cunha

Estudantes aproveitaram visita para apresentar demandas ao secretário da Educação, Vieira da Cunha


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A comunidade escolar do Colégio Estadual Paula Soares, localizado no Centro de Porto Alegre, aproveitou ontem a visita à instituição do secretário estadual de Educação, Vieira da Cunha, para apresentar demandas nas áreas de ensino e de estrutura física. Na semana passada, a reportagem do Jornal do Comércio já havia estado na instituição para conversar com alunos e a direção sobre sucessivos assaltos sofridos pelos estudantes na entrada ou saída da escola.
A comunidade escolar do Colégio Estadual Paula Soares, localizado no Centro de Porto Alegre, aproveitou ontem a visita à instituição do secretário estadual de Educação, Vieira da Cunha, para apresentar demandas nas áreas de ensino e de estrutura física. Na semana passada, a reportagem do Jornal do Comércio já havia estado na instituição para conversar com alunos e a direção sobre sucessivos assaltos sofridos pelos estudantes na entrada ou saída da escola.
Entre as deficiências estão problemas no telhado, nos banheiros e na rede telefônica, o que dificulta o acesso à internet. "Esses dias, estava chovendo, e eu cheguei na escola correndo, para me abrigar. O problema é que lá dentro também estava molhado", relata a estudante Milene Dickel, de 15 anos.
Além do buraco, Milene conta que os banheiros estão sem fechadura. "Quando vou ao banheiro, peço para a professora para alguma colega acompanhar e segurar a porta, mas ela não deixa. E se algum menino entrar?", questiona. Além de fechaduras, falta papel higiênico.
Os computadores estão defasados e não podem ser usados, pois a internet Wi-Fi não funciona. Os 30 netbooks entregues através do projeto Laboratórios Móveis ainda não foram acessados pelos alunos. "Só soube da existência dos equipamentos agora. Porém, sem internet, não conseguiríamos mesmo fazer nada com eles", critica Milene.
A diretora, Genecy Segala, explica que o problema está na rede telefônica, que precisaria ser trocada. A estimativa de custo para a troca é de R$ 8 mil. Vieira prometeu averiguar a situação.

Estado adquire 8,5 mil mesas e cadeiras para estudantes

A visita do secretário de Educação, juntamente com o governador José Ivo Sartori, foi para realizar a entrega simbólica de novo mobiliário para a instituição. Mais de 8,5 mil conjuntos de mesas e cadeiras para estudantes e 672 conjuntos para professores foram adquiridos através de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), para 83 escolas. O investimento de R$ 1,78 milhão beneficiará 56 instituições de ensino de Porto Alegre, uma da região de Estrela, nove de Cruz Alta, uma de Cachoeira do Sul e 16 de Gravataí.
Essa é a primeira etapa de um grande investimento em novo mobiliário nas escolas do Rio Grande do Sul. A segunda fase do projeto inclui recursos de R$ 5 milhões. Haverá, ainda, uma terceira etapa, com custeio de R$ 8,5 milhões, também do governo federal. Todos os repasses ocorrerão neste ano. Somados, os investimentos devem permitir a renovação de 100% do mobiliário das 2,5 mil escolas estaduais gaúchas.

Saída das aulas pode ser antecipada para evitar assaltos

A onda de assaltos a estudantes do Colégio Paula Soares na saída da aula do turno da tarde pode causar a antecipação do fim das aulas. "A Praça da Matriz e as paradas de ônibus da avenida Salgado Filho e Largo dos Açorianos são os locais em que mais há incidência de roubos", pontua Genecy.
Para evitar a movimentação à noite, a diretora pensa em antecipar o final das aulas. "Estamos pensando em como fazer isso, pois somos obrigados a ter 200 dias letivos e 800 horas de aula. No entanto, se anteciparmos a saída, teremos que estender o ano letivo no final", pondera.
O secretário da Educação não vê muitas maneiras de melhorar a situação. "O aumento da criminalidade é uma realidade. Não podemos, como Seduc, nos responsabilizar pela segurança dos estudantes fora do ambiente escolar", diz. A secretaria tem feito contato com a Brigada, a fim de que o efetivo esteja próximo da escola nos horários de entrada e saída.

Colégios públicos tradicionais receberão reformas neste ano

As intervenções relativas à infraestrutura também estão sendo priorizadas. No ano passado, R$ 91,5 milhões foram destinados a essa área. A tendência é terminar 2016 com
R$ 200 milhões em investimentos em obras. O montante foi obtido junto ao Banco Mundial, ainda na gestão do ex-governador Tarso Genro. "Recebemos recentemente a visita de técnicos do banco, e eles reconheceram que estamos cumprindo as nossas etapas e metas", celebra o secretário. Vieira da Cunha lembra que o governo fechou 2015 com 33,7% da receita investida na Educação.
O gestor expressa a intenção de lançar licitação, ainda em 2016, para reformar escolas gaúchas tradicionais da rede estadual, como a Escola Olavo Bilac, de Santa Maria, a Escola Cristóvão de Mendonça, de Caxias do Sul, e o Colégio Júlio de Castilhos, de Porto Alegre. "São instituições em condições muito precárias, mas que são símbolos do nosso Estado."