Niágara Braga

Vincular a imagem de uma marca a ações sociais positivas pode se tornar uma boa estratégia de marketing

Iniciativa planeja ações sociais para empresas

Niágara Braga

Vincular a imagem de uma marca a ações sociais positivas pode se tornar uma boa estratégia de marketing

Vincular a imagem de uma marca a ações sociais positivas pode se tornar uma boa estratégia de marketing para a organização, pois humaniza a empresa e acaba atraindo o público. E é neste nicho que o Return Project atua, desenvolvendo projetos e eventos com propósitos que impactam a sociedade. Ao mesmo tempo, são positivos para os clientes.
Vincular a imagem de uma marca a ações sociais positivas pode se tornar uma boa estratégia de marketing para a organização, pois humaniza a empresa e acaba atraindo o público. E é neste nicho que o Return Project atua, desenvolvendo projetos e eventos com propósitos que impactam a sociedade. Ao mesmo tempo, são positivos para os clientes.
A empresa trabalha de duas formas: a partir dos problemas ou a partir das empresas. Na primeira, são identificadas necessidades sociais, desenvolvidas soluções, calculado o retorno para a sociedade e para as empresas e, por último, apresentado para os possíveis “compradores” da inciativa. Este foi o caso do projeto Mãos à Obra, que começou em setembro de 2015 e deverá terminar até o fim do mês. A ideia foi “comprada” pela construtora Cyrela.
Nesta iniciativa, o objetivo é restaurar a Associação dos Amigos Artesãos e Pescadores da Ilha da Pintada (AAAAPIP), que oferece cursos profissionalizantes para a comunidade e atividades de inclusão digital e recreação para 140 crianças. Parte da estrutura estava inutilizável por falta de manutenção, deixando de atender um número maior de pessoas. Para a reconstrução foi avaliado um custo de R$ 350 mil. Deste valor, R$ 84 mil foi somado pela ação de crowdfunding, que durou 45 dias, e o restante por empresas parceiras e patrocinadoras, entre elas a Cyrela Goldstein.
Pranchas de PET, na foto Leandro Raí, professor do projeto e um aluno
Outro projeto com as crianças da AAAAPIP, em que recolheram garrafas PET do Guaíba e transformaram em pranchas
A segunda forma de trabalho do Return é quando o cliente procura o Projeto, tendo ou não a ação em vista. Foi o que aconteceu com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, em que a Instituição já possuía o objetivo de impactar sobre o Zika Vírus. O Return entrou com o planejamento e execução, criando a Patrulhinha contra o Aedes, em que dez crianças foram instruídas sobre os riscos da doença e foram vestidas e “transformadas" em super-heróis que deveriam transmitir as informações e ajudar a acabar com o problema. Os pequenos abordaram 400 pessoas na ação que ocorreu no Aeroporto Salgado Filho.
Apesar de não abrir números de faturamento, o sócio Cássio Tramontini, 26 anos, que toca o negócio em Porto Alegre, afirma que o Return Project já é sustentável e gera lucros, apesar das dificuldades iniciais. O primeiro projeto, também na Associação da Ilha da Pintada, ensinou as crianças a confeccionar pranchas com garrafas PET retiradas do Guaíba. Foram recolhidas mais de 300 garrafas. Porém o protótipo não gerou retorno financeiro, foi viabilizado apenas por permuta, pois os sócios ainda não sabiam como ganhar dinheiro.
No começo, Tramontini visitava as empresas e era confundido com ONG ou instituição filantrópica: “E isso me irritava. Eles achavam que eu pedia ajuda, mas era um negócio”, desabafa. Então, ele e o sócio Diego Polly, 29 anos, que desenvolve a empresa no Rio de Janeiro, precisaram estudar sobre empreendedorismo social e encontrar formas de gerar retorno para as empresas e para a sociedade ao mesmo tempo.
Uma das primeiras mudanças foi interna, com os colegas, e na apresentação para os clientes, em que substituíram as palavras “doação” por “investimento” e “ajuda” por “negócio”. E Tramontini alerta: “Um cuidado com o empreendedorismo social é entender que a causa não sustenta o negócio, mas o negócio sustenta a causa. O ponto crucial é a forma comercial e estratégica, é provar que é possível dar mais retorno dando mais à sociedade”.
O sócio explica que em muitas apresentações precisou convencer os clientes do valor do projeto para seus negócios. “Eles não acreditavam e diziam que não tinham dinheiro. Então, eu perguntava: Se eu encontrar dinheiro na tua empresa, tu fechas o negócio? Quando diziam ‘sim’, eu analisava o empreendimento, encontrava oportunidades de lucrar com o Return, apresentava e eles fechavam.” Tramontini percebeu que isso que fazia era um tipo de consultoria, então, no início deste ano, resolveu incluir o serviço como uma das atribuições da sua empresa, que pode ser contratada de forma independente dos projetos.
Ele conta que existem pessoas que não aceitam que o empreendedorismo social gere lucros, mas que ele defende esta ideia. “Eu gosto de dinheiro, gosto de conforto. Quero ajudar a vida do próximo com meu negócio. Para alguns pode parecer oportunismo, e não deixa de ser porque eu encontro uma oportunidade a partir de uma necessidade social e soluciono o problema com o meu trabalho.”
Return Project - Patrulhinha contra o Aedes
Projeto "Patrulhinha contra o Aedes" em que as crianças instruíam sobre o risco do mosquito
Niágara Braga

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