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Campeonato Gaúcho

- Publicada em 08 de Maio de 2016 às 22:07

Um, dois, três, quatro, cinco, SEIS

Troféu de campeão, o 45º levantado pelo Inter, foi conquistado em campanha com apenas uma derrota

Troféu de campeão, o 45º levantado pelo Inter, foi conquistado em campanha com apenas uma derrota


fotos MARCELO G. RIBEIRO/JC
Ao lado dos mais que celebrados Rolo Compressor, da década de 1940, e do time comandado por Rubens Minelli, com nomes como Figueroa, Falcão e Valdomiro na década de 1970, 21 jogadores da base do Inter fizeram parte de outro grupo que colocou seu nome na história. O Colorado foi mais uma vez superior que o Juventude, goleou por 3 a 0, e conquistou o terceiro hexacampeonato na história do clube. Prova da jovialidade e da formação do elenco por pratas da casa é de que o jogo acabou com oito atletas criados no Celeiro de Ases.
Ao lado dos mais que celebrados Rolo Compressor, da década de 1940, e do time comandado por Rubens Minelli, com nomes como Figueroa, Falcão e Valdomiro na década de 1970, 21 jogadores da base do Inter fizeram parte de outro grupo que colocou seu nome na história. O Colorado foi mais uma vez superior que o Juventude, goleou por 3 a 0, e conquistou o terceiro hexacampeonato na história do clube. Prova da jovialidade e da formação do elenco por pratas da casa é de que o jogo acabou com oito atletas criados no Celeiro de Ases.
A taça erguida ontem diante de 42.065 torcedores no Beira-Rio foi uma forma de homenagear o eterno ídolo Larry Pinto de Faria, o Cerebral, como era conhecido. O sexto maior artilheiro colorado recebeu homenagens antes de a bola rolar, com um minuto ininterrupto de aplausos. Para completar a coincidência numérica, a defesa do Inter chegou aos sexto jogo sem sofrer gols. A campanha teve 11 vitórias, seis empates e apenas uma derrota.
A conquista do Gauchão também deu novos números a hegemonia regional que o Inter sempre valorizou, principalmente, por suas direções. Ontem, foi o 45º campeonato vencido pelo clube. O Grêmio, maior rival, ocupa a segunda colocação, com 36 taças. Antes de a bola rolar, um mosaico foi erguido em meio à torcida com as 19 taças conquistadas no século XXI. O Colorado chegou a 20 troféus levantados desde 2001, maior vencedor brasileiro.
Dentro de campo, a novidade foi a presença do lateral-direito William. O departamento jurídico colorado conseguiu um efeito suspensivo e o jogador que estava afastado há 40 dias dos gramados foi liberado para jogar a decisão. Ele cumpriu cinco jogos de suspensão e, faltando apenas uma partida, conseguiu a liberação. William foi punido pela cotovelada dada no atacante Miller Bolaños no clássico Grenal na fase de grupos.

Ídolo colorado, Larry morre aos 83 anos

Troféu de campeão, o 45º levantado pelo Inter, foi conquistado em campanha com apenas uma derrota

Troféu de campeão, o 45º levantado pelo Inter, foi conquistado em campanha com apenas uma derrota


fotos MARCELO G. RIBEIRO/JC
Em uma época em que é cada vez mais raro um jogador permanecer em um clube tempo suficiente para se tornar ídolo, a morte de uma estrela do passado toca fundo no coração da torcida. Foi o que sentiram os colorados na sexta-feira, ao receberem a notícia de que Larry Pinto de Faria, craque das décadas de 1950 e 1960, faleceu, aos 83 anos, em razão de complicações devidas a uma pneumonia. Natural de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, o ex-centroavante jogou no Inter de 1954 a 1961. Em 260 partidas, marcou 176 gols, sendo o sexto maior artilheiro do clube. Conhecido por sua elegância e técnica, Larry, que ganhou o apelido de Cerebral, conquistou a torcida no primeiro Grenal que disputou, quando marcou quatro gols na goleada de 6 a 2, no festival de inauguração do estádio Olímpico. Pelo Inter, foi campeão Pan-Americano em 1956, quando a seleção gaúcha representou o Brasil. Formou com Bodinho uma dupla temida pelas defesas adversárias. O corpo foi cremado sábado, em Viamão.

Caminho para a conquista do hexacampeonato estadual começou a ser construído aos 14 minutos

Destaque da sólida defesa colorada, zagueiro Paulão pula em meio à zaga caxiense para marcar o segundo gol

Destaque da sólida defesa colorada, zagueiro Paulão pula em meio à zaga caxiense para marcar o segundo gol


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Mesmo com a vantagem no placar agregado, os comandados de Argel Fucks começaram a partida um pouco nervosos. Um grande número de faltas, umas mais ríspidas, marcaram a etapa inicial. O Juventude chegou algumas vezes com perigo, mas, assim como no jogo de ida, a falta de qualidade no arremate final foi o maior pecado cometido pelo time de Caxias do Sul.
Passados os primeiros minutos, os jogadores do Inter acalmaram os ânimos e relaxaram após abrir o placar, aos 14 minutos. William cobrou falta da direita em direção ao segundo poste. Sem nenhuma marcação, livre, às costas da zaga do Ju, Eduardo Sasha apareceu para cabecear no contrapé de Elias. Na comemoração, o camisa 9 pegou a bandeirinha do escanteio e dançou uma valsa, em alusão aos 15 anos sem conquistas importantes do maior rival.
Aos 23, a equipe da Papada perdeu a chance mais clara para empatar o confronto. Lucas se livrou da marcação de Artur foi à linha de fundo e cruzou para o meio, depois de um bate-rebate, a bola sobrou para o próprio Lucas bater forte, de primeira, passando muito perto do gol defendido por Alisson.
A etapa final começou morna. Sem muita empolgação por parte dos donos da casa. Com a bola nos pés, o Inter não soube valorizar a posse e começou a sofrer alguns sustos. Aos nove minutos, Dieguinho escapou pela direita e cruzou no meio onde apareceu Hugo, sozinho. O experiente atacante cabeceou fraco em cima de Alisson.
Os erros de passe do Colorado irritaram a torcida. Em seguida, em cobrança rápida de falta, Lucas arriscou de fora da área, mas a bola subiu e passou por cima da trave esquerda. Mais organizado e trocando passes, o Ju passou a ficar mais tempo com a bola. Argel tentou mudar as coisas e sacou Anderson para colocar o jovem Gustavo Ferrareis, mas a postura colorada era nitidamente de segurar o jogo e esperar o tempo passar. Antônio Carlos Zago respondeu tirando o zagueiro Héverton e levou a campo o atacante Sassá.
Instantes depois, entretanto, veio a ducha de água fria às chances dos visitantes. Aos 24, William, mais uma vez o lateral que atuou com um efeito suspensivo, cobrou falta da direita, Paulão apareceu por trás da zaga e cabeceou para o chão para vencer o goleiro e ampliar. Mais um gol através da bola parada do time de Argel. O episódio negativo ficou por conta da torcida do Juventude que, após sofrer o segundo gol, começou a quebrar cadeiras e jogar na torcida colorada na parte inferior.
A consagração aconteceu aos 36 minutos. Depois de ótima jogada de William pela direita, a bola cruzou toda área e parou nos pés de Artur. O lateral-esquerdo cruzou na medida para Gustavo Ferrareis. O prata da casa cabeceou para marcar o terceiro. Aliás, todos os gols foram marcados de cabeça. Depois, foi esperar os minutos finais, e comemorar a sexta conquista regional em sequência.

O contestado professor Argel Fucks manteve 'os pezinhos no chão'

Para o técnico Argel Fucks, a conquista foi fruto de muito esforço por parte da equipe

Para o técnico Argel Fucks, a conquista foi fruto de muito esforço por parte da equipe


MARIANA CAPRA/INTER/DIVULGAÇÃO/JC
O técnico Argel Fucks nunca foi unanimidade no Beira-Rio. Nem mesmo a conquista do hexacampeonato gaúcho dará muita tranquilidade ao ex-zagueiro colorado. Campeão em 1992 e 1994 como atleta, o, hoje professor, comemora a segunda conquista em dois títulos disputados em 2016. Pregando a filosofia da humildade e dos "pezinhos no chão", sem nunca admitir o favoritismo, o treinador agradeceu o apoio da direção, o planejamento desde o início do ano e a convicção de um trabalho que mesclou jogadores experientes com a promoção de atletas formados na base do clube.
"Quando você oscila dentro do campeonato, faz parte do aprendizado. O mais importante foi seguir o planejamento feito no dia 5 de janeiro. Rejuvenescer esse grupo, trazer jogadores com sede de títulos, as coisas foram bem trabalhadas e equilibradas", enalteceu após o jogo. "Hoje, conseguimos mesclar jogadores novos com experientes e acabamos a partida com oito jogadores da base em campo", acrescentou o treinador.
Argel destacou cada uma das metas alcançadas por ele e pela direção. "O treinador vive de títulos. É o meu segundo no Inter, o terceiro na carreira. A coisa mais linda para um treinador é ver essa garotada jogando. Eu fui colocado em campo pelo professor Ênio Andrade com 17 anos e hoje posso comemorar um troféu como treinador", comemora.
Enquanto o treinador colorado concedia sua entrevista coletiva, o goleiro Alisson se dirigiu até um dos gols do estádio Beira-Rio e ficou sentado por cerca de meia hora. O camisa 1 do Inter chorou, acariciou o gramado e ficou refletindo. Vendido à Roma, da Itália, o capitão do time campeão se despediu do campo que lhe promoveu para o futebol internacional. Hoje, chega a Porto Alegre, o goleiro Danilo Fernandes, que deve ser o novo titular da posição.