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ENTREVISTA

- Publicada em 15 de Maio de 2016 às 01:42

Adaptação para não perder mercado e foco nas exportações

Fernanda Crancio
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor Müller, alerta que a indústria precisa recuperar confiança, investir em automação e repensar práticas que geram impostos e engessam o crescimento.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor Müller, alerta que a indústria precisa recuperar confiança, investir em automação e repensar práticas que geram impostos e engessam o crescimento.
Jornal do Comércio - Em 2015, o senhor incentivava otimismo e o ano foi de crise generalizada. Os índices negativos estão mantidos, como projeta a atividade industrial?
Heitor Müller - Ano passado não podíamos prever a agonização em que nos encontramos. Achávamos que com o governo tomando decisões na economia poderia haver esperança. Hoje, a situação é angustiante, a falta de confiança e de perspectivas fez com que a economia não só parasse como baixasse. Enquanto não se resolver o problema político, não vai se resolver o econômico.
JC - E o que vislumbra para minimizar a crise e manter a engrenagem funcionando?
Müller - A primeira coisa é recuperar a confiança. Até o consumidor botou o pé no freio, consome menos e estoca o dinheiro. Não é só o setor industrial, mas o empreendedor e empregador, de comércio, bens e serviços também estão diminuindo. Para que se reative essa confiança depende de como e quando será solucionada a questão política e de intervenções na economia. O empresário tendo confiança fará investimentos de médio e longo prazo.
JC - De que forma podemos recuperar a competitividade?
Müller - Temos questões que já avançaram no exterior, como a indústria 4.0, que utiliza cada vez menos mão de obra, mais robôs e máquinas e estamos muito atrasados nisso. O mundo mudou muito, ou nos adaptamos ou vamos perder mercado de trabalho, porque teremos de contratar empresas de outros países para suprir o que não temos em automação. As questões da terceirização e tributária também têm de ser revistas, exportamos impostos e isso faz nossa produção ser mais cara, pelo que é embutido no produto final. Há quanto tempo discutimos a Previdência? Outra coisa são os planos de saúde, que fazem nosso produto final mais caro. O Brasil tem que pensar um pouco maior e diferente, abster ideias do passado e se adaptar.
JC - As exportações podem representar o único fôlego para a nossa indústria?
Müller - Acredito que sim, o mercado internacional é tentador e, felizmente, o governo reatou relações com México, Colômbia, Peru e terminou alguns constrangimentos como com os EUA. Há negociações com o Mercado Comum Europeu e isso melhorou nossas exportações. Até o passado recente, só tínhamos Mercosul, Cuba, Bolívia, Angola. Somos uma potência mundial de produção e um mercado desejado, temos de lidar com países mais consumidores, de maior potencial financeiro, como os EUA. Podemos melhorar muito, mas temos de ser pragmáticos, ver os países que têm consumo e fazer acordos comerciais internacionais.
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