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Economia

- Publicada em 10 de Maio de 2016 às 21:59

'Inteligência artificial segue regra de humano', diz Cappra

Quanto mais informação é gerada para bancos de dados, mais qualificada é a mensagem recebida, diz Cappra

Quanto mais informação é gerada para bancos de dados, mais qualificada é a mensagem recebida, diz Cappra


CAPPRA DATA SCIENCE/DIVULGAÇÃO/JC
Patricia Knebel
Informações entregues para a pessoa certa podem ser uma verdadeira fonte de poder. Mas, em tempos de explosão de dados, como definir o que é realmente estratégico? Para o cientista-chefe da Cappra Data Science, Ricardo Cappra, um dos segredos está em conseguir conectar a tecnologia com o entendimento das reais necessidades dos usuários. "É preciso oferecer uma visualização de dados que permita que os gestores tomem decisões mais assertivas e que possam orientar empresas a construírem produtos e serviços baseados na percepção dos seus consumidores", comenta.
Informações entregues para a pessoa certa podem ser uma verdadeira fonte de poder. Mas, em tempos de explosão de dados, como definir o que é realmente estratégico? Para o cientista-chefe da Cappra Data Science, Ricardo Cappra, um dos segredos está em conseguir conectar a tecnologia com o entendimento das reais necessidades dos usuários. "É preciso oferecer uma visualização de dados que permita que os gestores tomem decisões mais assertivas e que possam orientar empresas a construírem produtos e serviços baseados na percepção dos seus consumidores", comenta.
Big Data é a palavra chave e uma área de grande expertise do profissional, que participa amanhã de um encontro do Comitê de Marketing Digital da ADVB/RS, em que falará sobre dados e Inteligência Artificial. Cappra está à frente do laboratório de Big Data Mission Control, com unidades em Porto Alegre e em São Francisco (EUA). No currículo, estão projetos desenvolvidos para Coca-Cola, Banco Mundial e o time espanhol Barcelona. Ele participou da equipe que liderou as estratégias digitais das campanhas presidenciais de Barack Obama e das pesquisas relacionadas ao zika vírus e ebola, em parceria com a ONU. Atualmente, um dos clientes é o governo americano, para quem ele e o seu time estão desenvolvendo projetos nas áreas de saúde e segurança pública, sempre com foco no uso do Big Data para gerar novos insights que ajudem na definição das ações a serem tomadas.
Jornal do Comércio - Que perfil de empresas está fazendo um uso mais eficiente do Big Data?
Ricardo Cappra - Sem dúvida, as empresas digitais, como Uber, Netflix, Google e Facebook. Essas companhias aceleraram o processo de decisão a ponto de fazer recomendações automáticas. Ao invés de os usuários fazerem as perguntas, é gerada uma recomendação baseada em um padrão de navegação. Quando você faz pesquisas no Google, por exemplo, os algoritmos são capazes de fazer a entrega desse conteúdo em outros locais, como em redes sociais (é o que acontece quando uma pessoa pesquisa um televisor em um site de e-commerce e ele passa a ser exibido no seu perfil do Facebook). O Netflix também faz uma composição dos perfis dos seus usuários para indicar filmes e séries. As empresas pegam os cookies de navegação e geram uma base de inteligência e de entendimento do padrão, passando a indicar produtos com o perfil desse grupo. Isso é inteligência artificial.
JC - Esse modelo de captura dos dados parece ser um movimento sem volta, mas, algumas pessoas ainda se sentem invadidas com essas recomendações. Como equilibrar isso?
Cappra - É o algoritmo que identifica o perfil de navegação mostrando, por exemplo, que todo dia um usuário x entra no Facebook e em tais horários. Mas, quem vai determinar o que será feito com isso, ou seja, o tempo que esses anúncios serão mostrados para os usuários, são as áreas de negócios. Às vezes, a gente pesquisa um tênis em um site e depois esse produto nos segue por meses nas nossas navegações, mesmo que já tenhamos adquirido a mercadoria. O problema dessa questão da privacidade não está nos dados, mas na pessoa da área de negócios que, para aumentar o seu relatório de impactos de uma ação de publicidade ou marketing, não pensa que pode estar sendo excessiva a ponto de a pessoa se sentir invadida. A inteligência artificial, independente do modelo, segue regra de um humano.
JC - Qual é o limite da privacidade nessa garimpagem dos dados?
Cappra - Essa discussão sobre a privacidade dos usuários é muito interessante. Falta uma regra ou lei sobre os dados que aponte os limites do que pode ser feito. Por outro lado, é interessante nos questionarmos também sobre quantos usuários estão interessados em trocar esses dados de navegação por conteúdo mais relevantes. Quanto mais gerarmos informações para banco de dados, mais qualificada e assertiva será a mensagem que vamos receber. Isso ainda pode não estar tão claro porque é apenas o começo, mas vai melhorar muito.
JC - Hoje se fala muito sobre Big Data, mas pouco sobre os benefícios práticos dessa inteligência dos dados. Como essa tecnologia está impactando o dia a dia das pessoas e empresas?
Cappra - De fato, o Big Data hoje está sendo pensando muito sob o aspecto da infraestrutura tecnológica e pouco sobre a aplicação. Um dos principais ganhos é fazer com que um melhor cruzamento e visualização das informações possa melhorar o processo de decisão das empresas. As pessoas estão acostumadas a definir as ações a serem tomadas com base em relatórios de 40 páginas - e dos quais elas geralmente leem apenas o início. O que a ciência dos dados faz é uma conexão entre a necessidade dos usuários e a tecnologia, garantindo uma resposta mais assertiva.
JC - Qual a diferença do uso do Big Data em relação às soluções de Business Intelligence (BI), que também se propõe a facilitar a tomada de decisão?
Cappra - A área de BI utiliza as ferramentas que possui para construir a melhor visualização possível dos dados aos gestores. Mas, na maioria das vezes, essas informações oferecidas não correspondem às respostas que as áreas de negócios estão buscando, porque quem preparou as perguntas foi a TI e não os usuários.
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