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Economia

- Publicada em 09 de Maio de 2016 às 18:58

Lucro da Caixa desaba 46% no 1º trimestre

Reservas contra inadimplência da instituição tiveram aumento de 22%

Reservas contra inadimplência da instituição tiveram aumento de 22%


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A Caixa Econômica Federal atribuiu a queda no lucro do primeiro trimestre, principalmente, a uma provisão de cerca de R$ 700 milhões para cobrir o risco de calote da Sete Brasil, empresa criada para fornecer sondas para exploração do pré-sal. O lucro do banco encolheu 46% no primeiro trimestre de 2016 ante o mesmo período de 2015, para R$ 838 milhões. A instituição divulgou ontem o balanço do período.
A Caixa Econômica Federal atribuiu a queda no lucro do primeiro trimestre, principalmente, a uma provisão de cerca de R$ 700 milhões para cobrir o risco de calote da Sete Brasil, empresa criada para fornecer sondas para exploração do pré-sal. O lucro do banco encolheu 46% no primeiro trimestre de 2016 ante o mesmo período de 2015, para R$ 838 milhões. A instituição divulgou ontem o balanço do período.
A Caixa diz que se antecipou à necessidade de separar os recursos para cobrir uma possível perda na tentativa de recuperar os recursos emprestados. A Sete Brasil entrou em recuperação judicial no final de abril, após o fechamento do balanço do trimestre.
No total, a provisão contra inadimplência da Caixa cresceu 22% em relação ao primeiro trimestre de 2015. O banco prevê que terá de continuar a elevar suas reservas contra calotes nos próximos meses, mas afirma que já colocou restrições suficientes ao crédito para fazer com que a inadimplência, hoje em 3,51%, não supere o limite de 3,86% fixado pelo banco. No final de 2015, a inadimplência total estava em 3,55%. "A gente conseguiu manter e até diminuir um pouco o índice de inadimplência mirando o crédito futuro e revendo regras de cobrança, criando produtos adequados", afirmou Fabio Soares da Silva, vice-presidente de Risco da Caixa.
A inadimplência no crédito ao consumo das pessoas físicas subiu de 5,81% para 6,42% nos últimos 12 meses, mas caiu em relação aos mais de 7% do final de 2015, em parte devido à venda de carteiras de crédito com prestações em atraso, algumas já baixadas a prejuízo.
Nos segmentos de empresas e habitação, os atrasos continuaram subindo, para níveis recordes desde o boom de crédito dos bancos públicos iniciado após a crise de 2008. O banco já cortou, por exemplo, em 24% a oferta de crédito a empresas de menor porte, responsável pelo aumento dos atrasos de 5,97% para 6,81% somente entre o final de 2015 e março de 2016.
A carteira de crédito da Caixa cresceu 9,2% em 12 meses, pouco abaixo da inflação de 9,4% do período. A estimativa é fechar o ano entre 7% e 7,5%. O aumento foi de 9,8% na habitação, 5,8% nas demais operações com pessoas físicas e 0,1% com as empresas.
O banco também vai manter sua política de redução de custos com pessoal, por meio de planos de demissão e de incentivo à aposentadoria. Nos últimos 12 meses, o banco reduziu os funcionários de 100,3 mil para 97,0 mil. A despesa com pessoal cresceu 1,6% no período, bem abaixo da inflação.
A Caixa disse ainda que não precisa de recursos para cobrir buracos em seu balanço e que possui capital para garantir a expansão de suas operações de crédito neste e no próximo ano. "Uma coisa é capitalização em função dos negócios. A Caixa não tem esqueletos e não precisa de capitalização para resolver buracos na sua contabilidade. Não existe isso", afirmou o vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival.
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