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Consumo

- Publicada em 08 de Maio de 2016 às 19:28

Inadimplência abre caminho para os golpes

 Empresas &Negócios - consumo, contas, dívida -  - visualhunt divulgação

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VISUALHUNT/DIVULGAÇÃO/JC
Com o aumento da inadimplência, os balcões do cadastro de negativados viraram um território para golpistas. De olho em mais de 60 milhões de brasileiros sujos na praça, essas empresas prometem limpar o nome cobrando uma "taxinha", mas somem com o dinheiro pago pelo "serviço".
Com o aumento da inadimplência, os balcões do cadastro de negativados viraram um território para golpistas. De olho em mais de 60 milhões de brasileiros sujos na praça, essas empresas prometem limpar o nome cobrando uma "taxinha", mas somem com o dinheiro pago pelo "serviço".
"Não existe milagre. Não dá para limpar o nome sem pagar a dívida," diz Flávio Calife, economista do birô de crédito Boa Vista Serviços. O problema é que propostas como essas, do tipo "trago a pessoa amada em três dias", são cada vez mais frequentes. O consumidor vai ao balcão de atendimento de Serasa Experian, Boa Vista Serviços ou SPC Brasil para consultar suas dívidas vencidas e é abordado por pessoas entregando folhetos.
"Alguns desses prestadores de serviço são sérios, mas desnecessários", afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. "Tem muita empresa séria que oferece o serviço como facilitador, mas a gente não indica. O consumidor já está numa situação financeira complicada e não precisa gastar dinheiro com algo que consegue de graça", diz.
Antes de contratar um intermediário, o consumidor tem de saber que não precisa gastar um centavo para tirar o nome do cadastro de negativados. Nos postos de atendimento, a consulta de quem são os credores e do tamanho da dívida é gratuita. Pela internet, apenas o SPC Brasil cobra pela consulta.
Pesquisa divulgada neste mês pelo SPC Brasil mostra que metade das pessoas que contrataram empresas para limpar o nome não obteve sucesso. Segundo o levantamento, 9,9% dos consumidores inadimplentes ou que estiveram nessa situação nos últimos 12 meses contrataram uma companhia para esse tipo de trabalho.
Dentre eles, 50,5% não conseguiram tirar o nome do cadastro de negativado. Entre aqueles que continuaram com restrições, menos de três em cada dez (27,5%) conseguiram recuperar todo o dinheiro investido. Há formas de identificar um golpe para limpar nome. Alguém se ofereceu para tirar o nome da lista de negativados sem pagar a dívida? É golpe. Nesses casos, a empresa cobra um valor pelo serviço, mas desaparece logo após o pagamento da primeira parcela. Se uma empresa -que não seja o credor- oferecer um abatimento do tipo e pedir pagamento antecipado, recuse.
Um intermediário ofereceu desconto de mais de 80% no valor da dívida? Outro golpe. Nos feirões limpa nome, é possível conseguir abatimentos, mas concedido diretamente pelo próprio credor."O credor não é obrigado a negociar. As empresas estão abertas à negociação neste momento de crise, mas elas não são obrigadas a dar desconto nos juros ou na dívida", afirma Kawauti. Prometeu utilizar logins e senhas dos birôs de proteção para retirar o nome do cadastro? Mais do que golpe, é crime.
 

Contas vencidas podem parar em outras mãos

A dívida era com o banco, mas as ligações de cobrança agora são feitas por uma empresa desconhecida. É golpe? Não necessariamente. Grandes lojas e bancos vendem dívidas em atraso para outras companhias, chamadas de empresas de recuperação de crédito. Assim eles recuperam uma parte do dinheiro e tiram o prejuízo de seus balanços.
Em geral, as dívidas são vendidas por um valor menor para essas empresas de cobrança. Quanto menor a chance de recuperação, menor é o valor pago. Depois da venda, o banco ou a loja retira o nome do consumidor da lista de devedores.
O alívio dura pouco: assim que compram essas dívidas, a maioria das empresas de recuperação de crédito volta a negativar esse inadimplente. E a ligar para cobrar o dinheiro. Godofredo Barros, presidente da empresa Ipanema Credit Management, especializada em cobrança e recuperação de crédito, diz que compra dívidas atrasadas entre 180 dias e quatro anos.
A companhia que adquire uma carteira de crédito sempre notifica o inadimplente. "Mas às vezes o consumidor não recebe a carta ou não entende a notificação, o que dificulta nosso trabalho", diz.
Assim que a dívida troca de mãos, para de vigorar o juro da instituição financeira ou loja e começa a valer a taxa do código civil, que é de 1% ao mês. Os juros são simples -ou seja, incidem somente sobre o principal.
Antes de começar a negociar com a nova dona da dívida, a recomendação é que o consumidor entre em contato com o credor antigo e confirme a transação ou consulte os birôs de crédito. Isso evita, por exemplo, que alguma empresa cometa fraude.

Contas vencidas há mais tempo podem parar em outras mãos

A dívida era com o banco, mas as ligações de cobrança agora são feitas por uma empresa desconhecida. É golpe? Não necessariamente. Grandes lojas e bancos vendem dívidas em atraso para outras companhias, chamadas de empresas de recuperação de crédito. Assim eles recuperam uma parte do dinheiro e tiram o prejuízo de seus balanços.
Em geral, as dívidas são vendidas por um valor menor para essas empresas de cobrança. Quanto menor a chance de recuperação, menor é o valor pago. Depois da venda, o banco ou a loja retira o nome do consumidor da lista de devedores.
O alívio dura pouco: assim que compram essas dívidas, a maioria das empresas de recuperação de crédito volta a negativar esse inadimplente. E a ligar para cobrar o dinheiro. Godofredo Barros, presidente da empresa Ipanema Credit Management, especializada em cobrança e recuperação de crédito, diz que compra dívidas atrasadas entre 180 dias e quatro anos.
A companhia que adquire uma carteira de crédito sempre notifica o inadimplente. "Mas às vezes o consumidor não recebe a carta ou não entende a notificação, o que dificulta nosso trabalho", diz. Assim que a dívida troca de mãos, para de vigorar o juro da instituição financeira ou loja e começa a valer a taxa do código civil, que é de 1% ao mês. Os juros são simples - ou seja, incidem somente sobre o principal. Antes de começar a negociar com a nova dona da dívida, a recomendação é que o consumidor entre em contato com o credor antigo.