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Mercado imobiliário

- Publicada em 08 de Maio de 2016 às 18:42

Distratos devem se manter elevados em 2016

 SALÃO DO IMÓVEL NO ESTACIONAMENTO DO SHOPPING IGUATEMI.

SALÃO DO IMÓVEL NO ESTACIONAMENTO DO SHOPPING IGUATEMI.


GILMAR LUÍS/JC
As incorporadoras imobiliárias devem seguir registrando um forte volume de distratos neste ano, mantendo o movimento observado desde 2015. A tendência pode se alterar no ano que vem, quando o volume menor de entregas de imóveis pode permitir uma queda no número de devoluções. A avaliação é da diretora da Fitch Ratings Fernanda Rezende.
As incorporadoras imobiliárias devem seguir registrando um forte volume de distratos neste ano, mantendo o movimento observado desde 2015. A tendência pode se alterar no ano que vem, quando o volume menor de entregas de imóveis pode permitir uma queda no número de devoluções. A avaliação é da diretora da Fitch Ratings Fernanda Rezende.
"Os distratos se elevaram consideravelmente no ano passado e não esperamos redução neste ano", disse a profissional, citando o patamar de 30% entregas sendo "distratadas", frente os R$ 6,5 bilhões de entregas. Ela citou que para este ano o volume de entregas previsto é ainda maior, por isso indicou que os distratos "devem permanecer bem elevados".
Fernanda também citou os estoques elevados que as companhias vêm registrando, tendo em vista a maior dificuldade na revenda de unidades e a diminuição da velocidade de vendas. "Temos visto frustração na geração de caixa positiva. Essa expectativa tem se postergado", disse a analista, que acompanha oito companhias, entre as quais MRV e Cyrela, únicas que registraram fluxo de caixa positivo no ano passado.
Segundo ela, a tendência é de que os fluxos de caixa permaneçam negativos este ano, com riscos para a dívida das companhias. A diretora salientou que os recursos de financiamento para o setor estão muito restritos desde o ano passado e os custos estão elevados. Além da queda da poupança, que impacta no crédito ao setor, Fernanda destacou a postura mais conservadora e seletiva dos bancos. "Algumas empresas sofrerão pressão de refinanciamento neste ano", disse, citando, entre as construtoras com maior risco, a João Fortes e a Queiroz Galvão.

Acordos de leniência não resolverão os problemas das construtoras

Os acordos de leniência das companhias de construção pesada são importantes, mas não resolverão os problemas dessas empresas, na opinião do analista sênior da Fitch Ratings, Alexandre Garcia.
"É um passo importante para as construtoras assinarem acordo de leniência, mas nosso entendimento é que não resolvem o problema, porque existem muitos outros fatores que as afetam", disse.
Ele destacou, entre os pontos de preocupação para essas empresas, a qualidade de carteira (backlog) e sua potencial renovação, combinado com as receitas que vêm registrando. Segundo ele, 2015 já foi um ano de consumo de backlog, tanto nacional como internacional, e a tendência é que em 2016 as construtoras repitam esse desempenho.