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Conjuntura

- Publicada em 05 de Maio de 2016 às 19:27

Fitch rebaixa Brasil de BB para BB, com viés negativo

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating de longo prazo do Brasil de BB para BB, com a perspectiva ainda negativa. A Fitch diz que o rebaixamento reflete a contração econômica mais profunda que a prevista, o fracasso do governo em estabilizar a perspectiva para as finanças públicas, o prolongado impasse legislativo e a elevada incerteza política, que afetam a confiança doméstica e minam a governabilidade, bem como a eficácia da política.
A agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating de longo prazo do Brasil de BB para BB, com a perspectiva ainda negativa. A Fitch diz que o rebaixamento reflete a contração econômica mais profunda que a prevista, o fracasso do governo em estabilizar a perspectiva para as finanças públicas, o prolongado impasse legislativo e a elevada incerteza política, que afetam a confiança doméstica e minam a governabilidade, bem como a eficácia da política.
"A manutenção da perspectiva negativa reflete a prolongada incerteza em relação ao progresso que pode ser feito para melhorar a perspectiva para o crescimento, as finanças públicas e a trajetória da dívida do governo", afirma a agência. Segundo a Fitch, as perspectivas de crescimento do País no curto prazo continuaram a piorar, desde o rebaixamento anterior do rating do Brasil, em dezembro de 2015. "A agência agora prevê que o crescimento ficará em -3,8% em 2016 e em 0,5% em 2017, abaixo da previsão de dezembro de -2,5% e 1,2%, respectivamente", diz o comunicado.
A Fitch prevê que "o déficit do governo geral fique em média acima de 8% do PIB em 2016 e 2017, abaixo dos mais de 10% de 2015", afirma o comunicado da agência, que espera que o País continue a registrar déficit primário neste ano e no seguinte.
A dívida do governo geral deve alcançar quase 80% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2017, o que tornaria o Brasil um dos países mais endividados na categoria de rating BB, e permanecer em trajetória de alta, a menos que a recuperação do crescimento ganhe impulso ou que a consolidação fiscal ganhe ritmo, diz a Fitch.
A Fitch diz que a "profunda contração econômica" reflete o alto nível de incerteza política, a confiança deprimida, a piora no mercado de trabalho e fortes ventos contrários, com os preços mais baixos das commodities, diante da desaceleração da China, e também as condições de financiamento externo mais apertadas. O Ministério da Fazenda afirmou, na noite desta quinta-feira, que não comentaria a decisão da Fitch, deixando o Brasil no mesmo patamar de nota que tinha em 2006. O silêncio do ministro Nelson Barbosa não seguiu o mesmo padrão dos demais rebaixamentos que o Brasil sofreu desde que ele está sob o comando da Fazenda. Em fevereiro, quando o País foi rebaixado pela Moody's, o ministério soltou uma nota reiterando que a posição das agências de rating não alterava o comprometimento com o ajuste fiscal necessário.
Na ocasião, Barbosa chegou a afirmar no documento que, "até abril, o governo enviaria ao Congresso uma proposta de reforma do sistema previdenciário brasileiro que assegure sua sustentabilidade no longo prazo", promessa que não foi cumprida. A reforma da Previdência foi deixada de lado em meio ao processo de impeachment da presidente
Dilma Rousseff.

Ata do Copom diz que é cedo para falar em queda de juros, apesar da trégua da inflação

O Banco Central (BC) reforçou sinais de que ainda é cedo para falar em queda dos juros, apesar da trégua dada pela inflação. Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada - publicada nesta quinta-feira -, os diretores argumentam que a alta de preços perdeu força por causa da recessão, mas citaram novos riscos para o controle inflacionário. Mais uma vez, a maior surpresa negativa vem do descontrole das contas públicas. Por isso, a diretoria descarta afrouxar a política de juros do País e prevê a manutenção da taxa básica (Selic) nos atuais 14,25% ao ano.
"O Comitê reconhece os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos. No entanto, considera que o nível elevado da inflação em 12 meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária", diz o documento, que chega até a ser mais incisivo em outro trecho. "Nesse contexto, ressalta que o cenário atual não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias."
O BC alertou que - mesmo com a crise - os gastos públicos voltaram a colocar combustível na inflação. Até o mês passado, o Copom dizia que as despesas do governo estariam neutras, ou seja, não incentivavam nem freavam a alta de preços. E ainda afirmava que a tendência era de que a crise fiscal restringiria ainda mais os gastos, que, deprimidos, passariam a contribuir para a queda da inflação. O discurso, agora, mudou radicalmente: "Relativamente ao resultado fiscal estrutural e a depender do ciclo econômico, o comitê pondera que o balanço do setor público encontra-se em zona expansionista."