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Mercado de Capitais

- Publicada em 03 de Maio de 2016 às 19:44

Aversão ao risco e fatores internos puxam alta de 2% do dólar à vista

Uma nova onda de preocupações com o ritmo da economia global, em especial a chinesa, voltou a aumentar a aversão ao risco, com os investidores estrangeiros dando preferência a ativos considerados seguros. O mercado brasileiro de câmbio foi afetado pela aversão a risco ontem, embora outros fatores também tenham contribuído para a alta de 2% do dólar, que fechou cotado a R$ 3,5650 no mercado à vista.
Uma nova onda de preocupações com o ritmo da economia global, em especial a chinesa, voltou a aumentar a aversão ao risco, com os investidores estrangeiros dando preferência a ativos considerados seguros. O mercado brasileiro de câmbio foi afetado pela aversão a risco ontem, embora outros fatores também tenham contribuído para a alta de 2% do dólar, que fechou cotado a R$ 3,5650 no mercado à vista.
O avanço da moeda norte-americana no exterior, em meio às preocupações com a economia global, e o leilão de swap cambial reverso feito pelo Banco Central (BC) foram dois dos principais motivos para o movimento. Mas profissionais citaram ainda a possibilidade de novas medidas de tributação serem adotadas na área de câmbio, seja no governo Dilma Rousseff, seja na administração Michel Temer.
O dólar já abriu o dia em alta superior a 1%, sob influência do exterior e com investidores à espera da operação com swaps reversos do BC. Lá fora, as divisas de emergentes e exportadores de commodities eram penalizados pela China, cujo PMI industrial teve a 14ª queda consecutiva, passando de 49,7 em março para 49,4 em abril. No Brasil, o BC acabou vendendo 9.800 dos 20.000 contratos de swap cambial reverso. A operação, cujo efeito é equivalente à compra de dólares no mercado futuro, representou a retirada de US$ 490 milhões do sistema.
A aversão ao risco no mercado internacional derrubou as bolsas de valores em todo o mundo e foi determinante para levar a Bovespa a fechar em queda de 2,43%, aos 52.260 pontos. O volume de negócios totalizou R$ 6,801 bilhões, abaixo da média das últimas semanas. A preocupação dos investidores com dados do balanço trimestral do Itaú Unibanco derrubou as ações de todo o setor financeiro, o que reforçou o ímpeto vendedor na bolsa brasileira.
As ações do Itaú Unibanco mergulharam em forte desvalorização e contaminaram outros papéis do setor bancário. Itaú Unibanco PN, ação de maior peso na composição do Ibovespa, terminou o dia em queda de 5,76%. Também fecharam em baixa Banco do Brasil ON (-5,15%), Bradesco PN (-2,09%) e Santander Unit (-1,42%).

Receita da Marcopolo recua 35%

A Marcopolo encerrou o primeiro trimestre com receita líquida de R$ 428,3 milhões, em queda de 34,8% na comparação com igual período do ano passado. A produção total da fabricante de carrocerias de ônibus somou 1.365 unidades, das quais 1.077 nas fábricas do Brasil, localizadas em Caxias do Sul (RS) e Duque de Caxias (RJ).
No Brasil, as receitas somaram R$ 192,5 milhões, queda de 46,5%. As exportações também tiveram variação negativa, de 20,6%, para R$ 235,8 milhões. O lucro líquido do trimestre caiu 74,1%, para
R$ 8,8 milhões. Também houve redução nos investimentos consolidados no trimestre. O valor de
R$ 36,5 milhões é 15,9% inferior ao mesmo período do ano passado.
No relatório divulgado nesta terça-feira (3), a diretoria cita como um dos principais destaques desse início de ano o projeto Conquest, que prevê o crescimento das exportações da Marcopolo a partir do Brasil, tanto em mercados tradicionais como em países nos quais a companhia não tem presença relevante. O projeto tem impulsionado a presença dos produtos especialmente na América Latina e nos mercados africano e do Oriente Médio. Com base nos resultados do trimestre, a diretoria projeta que a meta inicial de crescimento da receita proveniente das exportações para 2016 deverá ser superada.
No início deste ano, a Marcopolo aprovou a flexibilização da jornada de trabalho para as unidades de Caxias do Sul, além da suspensão temporária dos contratos de trabalho para qualificação profissional na unidade de Duque de Caxias. As medidas são justificadas como forma de mitigar o impacto da crise no quadro de pessoal e nos resultados operacionais da empresa. A diretoria tem a visão de que a retração da demanda em 2015 e neste início de 2016 representa represamento de pedidos, que deverá se reverter em novos negócios assim que as condições econômicas e políticas do País permitirem.

Lucro do Itaú Unibanco despenca 9,9% de janeiro a março deste ano

Índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,9%, maior patamar desde setembro de 2013

Índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,9%, maior patamar desde setembro de 2013


JONATHAN HECKLER/JC
O aumento de 31% nas despesas com provisões contra calotes e a inadimplência em alta derrubaram o lucro recorrente do Itaú Unibanco. O tombo foi de 9,9%, de R$ 5,808 bilhões no primeiro trimestre de 2015 para R$ 5,235 bilhões de janeiro a março deste ano.
O banco fez provisões para perdas com calotes de R$ 7,231 bilhões, alta de 18,2% na comparação trimestral e de 31,1% em relação a um ano antes.
Marcelo Kopel, diretor de relações com investidor do banco, afirmou, em teleconferência, que parte dessas provisões foram de "caráter antecipatório no setor de grandes empresas" e não está relacionado a um único grupo.
Na semana passada, o Bradesco informou que um provisionamento de R$ 836 milhões para possíveis perdas com uma companhia do setor de óleo e gás derrubou o lucro da a instituição em 3,8%, para R$ 4,113 bilhões no primeiro trimestre do ano. A reportagem apurou que a reserva era para a Sete Brasil, que pediu recuperação judicial.
Kopel disse, no entanto, que um dos setores que precisou de provisionamento extra foi o de óleo e gás. A crise econômica tem limitado a concessão de crédito, impulsionado a inadimplência e obrigado grandes bancos do País a aumentarem as reservas conta calote.
O índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 3,9%. No mesmo período de 2015 era de 3%. Foi o maior patamar desde setembro de 2013. Considerando apenas pessoa física, o indicador alcançou 5,6%, acima dos 4,5% registrados há um ano.
Kopel avaliou que os calotes de clientes pessoa física ainda podem crescer até o final do ano, devido ao avanço do desemprego, mas ponderou avanço no índice também é atribuído à redução na concessão de crédito.
A carteira de crédito do Itaú Unibanco, incluindo avais e fianças, caiu 4,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, para R$ 517,484 bilhões. Frente a dezembro, a queda foi ainda maior, de 5,6%.
A contração foi liderada pelos empréstimos para compra de veículos (-31,2%), para grandes empresas (-9,8%) e das pequenas e médias (-9,9%), todos na comparação anual. Os resultados positivos vieram do crédito consignado (4,8%) e financiamento imobiliário (17%).
O Itaú também está entre os bancos que decidiram renegociar empréstimos com seus clientes durante a crise. A carteira de créditos renegociados subiu 17,3% em 12 meses, para R$ 22,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano.
"É um instrumento importante para lidar com carteira e com os clientes em um ambiente de mais desafio e baixa atividade econômico", disse Kopel. Ele afirmou que o banco tem renegociado dívidas com "parcimônia" e mirando o alongamento do perfil da dívida. Sempre que possível, ressaltou, o banco pede reforço de garantias nessas operações.