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Tributos

- Publicada em 03 de Maio de 2016 às 19:07

Brasileiros levam US$ 23 bi para paraísos fiscais

Em 2015, governos aplicaram mais de US$ 221 bilhões no mundo

Em 2015, governos aplicaram mais de US$ 221 bilhões no mundo


VANDERLEI ALMEIDA/AFP/JC
Grandes fortunas brasileiras e empresas nacionais levaram mais de US$ 23 bilhões aos principais paraísos fiscais do Caribe, entre eles as Ilhas Cayman e as Ilhas Virgens Britânicas. Os dados foram publicados ontem pela Conferência da ONU para o Desenvolvimento e Comércio e apontam que, apenas em 2015, o mundo aplicou US$ 72 bilhões em paraísos fiscais na região caribenha e mais de US$ 221 bilhões pelo mundo.
Grandes fortunas brasileiras e empresas nacionais levaram mais de US$ 23 bilhões aos principais paraísos fiscais do Caribe, entre eles as Ilhas Cayman e as Ilhas Virgens Britânicas. Os dados foram publicados ontem pela Conferência da ONU para o Desenvolvimento e Comércio e apontam que, apenas em 2015, o mundo aplicou US$ 72 bilhões em paraísos fiscais na região caribenha e mais de US$ 221 bilhões pelo mundo.
Os dados são divulgados no momento em que diversos governos pelo mundo avaliam o impacto dos Panama Papers, que revelaram uma estrutura de empresas offshore constituídas em muitos desses centros para servir de instrumento à ocultação de recursos. Manter contas em paraísos fiscais não é ilegal, mas precisam ser declaradas.
No caso do Brasil, entre 2010 e 2014, o volume de dinheiro aplicado no Caribe representou 5% de todos os recursos recebidos por esses centros e coloca o País entre os cinco maiores "investidores" nesses paraísos financeiros.
Os maiores investidores em paraísos fiscais caribenhos são Hong Kong, com US$ 148 bilhões, contra US$ 94 bilhões dos EUA e US$ 77 bilhões da Rússia, além de US$ 45 bilhões da China.
No mundo, a maior taxa de recursos depositados por multinacionais e suas afiliadas está em Luxemburgo, país sacudido pela revelação, em 2015, de documentos mostrando como o governo fechou acordos confidenciais com grupos privados para reduzir impostos e atrair suas sedes fiscais para o local.
Uma parte substancial desses investimentos em Luxemburgo saiu de empresas dos EUA. Só no primeiro trimestre do ano de 2015, um fluxo de US$ 155 bilhões foi registrado em Luxemburgo. Mas a volatilidade de entrada e saída de recursos é elevada. Apenas em recursos que saíram de Luxemburgo para os EUA, o volume chegou a US$ 153 bilhões. Luxemburgo tem recursos de 114% de seu PIB. Nas Ilhas Cayman, a taxa é de 800%.
A existência de paraísos fiscais continua a ser um "grande desafio para a gestão pública". Empresas de 26 países ricos registraram mais lucros em Bermuda em 2014 que na China, o maior mercado do planeta. Apesar das taxas elevadas, a ONU indica que o volume já foi superior. Em 2013, cerca de US$ 132 bilhões foram depositados nesses locais.

Impostômetro atinge patamar de R$ 700 bi

O Impostômetro, espécie de medidor eletrônico desenvolvido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) para dimensionar o pagamento de impostos no Brasil, chegou na noite de ontem ao patamar de R$ 700 bilhões. No ano passado, essa mesma marca foi alcançada no dia 4 de maio. O valor representa o total de impostos, taxas e contribuições que o brasileiro pagou desde o início do ano.
Em nota, o presidente da ACSP, Alencar Burti, cita a dimensão do número para descartar a criação de novos impostos. "Qualquer tentativa de elevação de impostos irá aprofundar a recessão. Esperamos que o governo comece a revisar seus gastos para ajustar o orçamento. Só assim será possível recuperar a confiança do consumidor e do empresariado, juntamente com a desaceleração da inflação que se avista", destaca Burti.