O membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE) Benoît Coeuré defendeu as políticas da instituição em uma publicação ontem em jornal alemão, sublinhando que a atual política de juros baixos também beneficia os poupadores no longo prazo.
Em uma coluna publicada no jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung, ele assinalou que seria prejudicial se o banco central renunciasse à sua meta de inflação em face da inflação muito baixa. "Silenciosamente desistir do objetivo de inflação acordado conjuntamente, que tem servido bem ao BCE nos últimos 13 anos, não é uma opção", afirmou Coeuré no texto. "Isto reduziria a credibilidade da nossa política monetária e, por si só, criaria instabilidade."
O BCE tem como meta a inflação um pouco abaixo de 2% no médio prazo, mas tem tido dificuldade nos últimos anos para colocar a inflação de volta no patamar esperado. A mais recente estimativa oficial, publicada na sexta-feira, mostrou que os preços na zona do euro caíram 0,2% em abril na comparação anual. A instituição tem sido alvo de críticas recentemente na Alemanha. Os críticos acusam a política de baixas taxas de juros do BCE de prejudicar os rendimentos nas contas de poupança e pensões. Coeuré rebateu, dizendo que "as pessoas não são apenas poupadoras - elas também são empregadas, contribuintes e tomadoras de empréstimos, e, como tal, estão se beneficiando do baixo nível de taxas de juro". Ele sublinhou ainda que são necessárias taxas de juro baixas agora "para garantir a normalização das condições econômicas, inclusive retornos mais altos para a poupança no futuro".