Heranças malditas

Em todas as crises no Rio Grande do Sul, a discussão não é o problema de origem, mas a herança. Na atual greve de professores, com mais de 100 escolas ocupadas por alunos em apoio, a chegada do assunto no Congresso Nacional gerou uma briga desse tipo. O deputado federal gaúcho Mauro Pereira (PMDB, foto) culpou o ex-governador Tarso Genro (PT, 2011-2014) por ter deixado um déficit de R$ 6 bilhões e reajustes planejados até 2018. "Com a economia da presidente Dilma

Rousseff (PT), que foi um descaso, um caos, que trouxe essa recessão, o governador José Ivo Sartori (PMDB), no Rio Grande do Sul, não consegue pagar os salários em dia. Está sendo a maior dificuldade, mesmo cortando secretarias, cortando cargos em comissão, cortando horas extras e cortando viagem de secretários. Agora o PT, o PCdoB, o P-Sol estão fazendo cartilhas para ensinar aos alunos do bem, que precisam estudar, os jovens, que são o futuro do nosso País, como invadir salas de aula, como ocupá-las", afirmou. O deputado federal gaúcho Pepe Vargas (PT) respondeu em tom irônico. "É inadmissível que o PMDB do Rio Grande do Sul venha dizer que não consegue resolver os problemas do Estado devido aos problemas que o governo anterior gerou. Primeiro, porque isso não é verdade. Está na hora de o PMDB gaúcho governar e mostrar a que veio. Em segundo lugar, acho muito gozado que os deputados do PMDB do resto do Brasil aceitem o discurso do PMDB gaúcho, que diz assim: 'Nós somos o PMDB ético'. Ora, o resto do PMDB não é ético? Não sei como não se insurgem contra isso", questionou.

Convidado pelo presidente em exercício Michel Temer para ser vice-líder do governo, o deputado federal gaúcho Darcísio Perondi (PMDB) quer pavimentar a "Ponte Para o Futuro". De acordo com ele, ação será a reforma da Previdência. "O novo governo está ultimando os projetos e propostas de reformas. Elas são essenciais para que o Brasil saia da paralisia e reencontre o caminho da prosperidade material, da justiça social, da tranquilidade e da paz, e que não podem mais ser adiadas", afirmou.

Dyogo Oliveira deverá ficar indefinidamente como ministro interino do Planejamento. "Não se pensa em nenhum nome a não ser o do ministro que agora está no cargo, que é o Oliveira", disse o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. De acordo com ele, Dyogo Oliveira ficará até que o presidente em exercício, Michel Temer, decida pelo retorno de Romero Jucá, que se licenciou após gravação com complô para barrar a operação Lava Jato vir à tona.

Como acontecia em um passado não tão remoto, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) quer criminalizar o comunismo. Projeto de lei de autoria dele quer inclusive a inclusão de punição para "fomento ao embate de classes sociais". O texto também criminaliza manifestações ao suprimir parte da lei antiterrorismo que explicita a não aplicação do texto a movimentos sociais.