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Colunas#De salto alto

A palavra de

- Publicada em 17 de Maio de 2016 às 16:54

A moda com lente de aumento

 Workshop Imagem de Moda, com a diretora de moda da revista Glamour, Adriana Bechara. O laboratório aconteceu sexta e  sábado, no Complex Skate Park

Workshop Imagem de Moda, com a diretora de moda da revista Glamour, Adriana Bechara. O laboratório aconteceu sexta e sábado, no Complex Skate Park


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Adriana Bechara, diretora de moda da revista Glamour Brasil, esteve em Porto Alegre para ministrar o workshop Imagem de Moda, iniciativa do Instituto Rio Moda. Em entrevista exclusiva à coluna, ela fala sobre tendências e explica uma importante mudança no mundo fashion: o fim da verticalização do mercado de moda.
Adriana Bechara, diretora de moda da revista Glamour Brasil, esteve em Porto Alegre para ministrar o workshop Imagem de Moda, iniciativa do Instituto Rio Moda. Em entrevista exclusiva à coluna, ela fala sobre tendências e explica uma importante mudança no mundo fashion: o fim da verticalização do mercado de moda.
Vocês se preocupam em capturar as tendências que já estão nas ruas ou se concentram em lançar novas?
A moda deixou de ter verticalização, quando o estilista lança e depois os outros usam. Por esse imediatismo que vivemos na internet, a rua também lança tendências. É o que chamamos de street style, nada mais do que uma nova passarela. Então pesquisar tendências vendo somente a passarela já é uma pesquisa ultrapassada. Na Glamour, pesquisamos um outro tipo de street para moda e para a passarela, uma moda de rua mais enraizada e ligada em movimentos e tribos. Foi o que apareceu nos coletivos franceses de moda, como o Vetements. Isso é uma terceira via, é a passarela retratando uma rua, um street que ainda não chegou para todo mundo.
Como vocês conciliam as tendências lançadas pelas grandes marcas com a funcionalidade muitas vezes exigidas pelas consumidoras?
Procuramos fazer o high-low, ele está em tudo o que fazemos. O hig é alto, e o low, baixo. É um look que tenha as duas coisas, como uma bolsa Chanel e uma peça do fast fashion. Na Glamour, levamos isso ao pé da letra, inclusive no comportamento. Procurar equacionar com informações de moda, palatáveis, fáceis de encontrar, de identificar.
Qual o peso do Brasil, hoje, no mercado global de tendências?
O País já teve um momento mais influente. Com a crise, deixamos de ter uma certa relevância. Vínhamos numa crescente dos países emergentes, vivíamos um momento muito bom até a crise. Mas não deixamos de ser uma fonte de comportamento, de lifestyle, de tendência, de estilistas para os quais o mundo está olhando. Temos uma riqueza cultural, um mix de informações, de estilos, uma sofisticação cultural. Então, se pensarmos no Mário Testino, fotógrafo peruano famoso em todo o mundo e que bebe na fonte, que homenageia o Brasil há muito tempo, é porque ele identifica esse mix e essa sofisticação cultural que Brasil tem. Ele fala do Brasil e vem para o Brasil todo o ano. Ele é um precursor desse movimento, e acho que tem muita gente olhando para o Brasil de uma maneira bem interessada, vendo o que os estilistas brasileiros estão fazendo para fazer lá fora também.
Como vocês definem o público da revista? De que forma ele se diferencia do público de outras revistas de moda?
A Glamour é uma revista de moda, mas um pouco diferente, ela tenta falar com o público. Enquanto a Vogue pode ser vista como a melhor revista de moda no mundo, mas ela tem o mesmo público que a Elle, a Harper's Bazaar e a L'Officiel. O público da Glamour não é o público dessas revistas. A Glamour fala com uma outra mulher, que também gosta de moda, que é antenada, mas que não pertence a esse mundo tão elaborado que é a moda. Mas nossa leitora quer saber como usa, o que se usa, quando usa, ela quer um guia de estilo, de compra, de consumo.
Como a leitora deve consumir as informações valorizadas em um editorial de moda?
Em um editorial de moda, muitas vezes, uma peça é caríssima, ou a maneira que está sendo mostrada é muito esquisita. Um editorial de moda é uma lente de aumento em cima de uma tendência. É como se você colocasse uma lupa para a pessoa captar as informações de moda e, aí sim, trazer para a sua vida. Não quer dizer que você tenha que usar aquela roupa cara, ou que tenha que fazer daquele jeito que está sendo combinado. É uma maneira de puxar a leitora para uma informação mais elaborada. Também não podemos ser previsíveis demais.

Confira um trecho da entrevista

Agenda

Acontece, hoje e amanhã, 23 e 24/5, na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo, mais uma edição do Moda Insights. O evento, realizado pelo curso de Moda desde 2005, refletirá sobre novos hábitos de consumo por meio do slow fashion e contará com Fernanda Simon, do Fashion Revolution, Duda Cambeses, da marca NUZ Demi Couture, Giovanna Nader e Raquel Vitti Lino, do Projeto Gaveta. Informações e inscrições pelo site ou telefone (51) 3586-8822.
A ascensão de mulheres no hall de empresários do setor varejista é tema do Café com Lojistas, promovido mensalmente pelo Sindilojas Porto Alegre. O encontro acontece no dia 1/6, às 8h30min, com a palestra de Iva Cardinal, da Confraria do Batom, e participação de Rosi Luz, sócia-diretora das lojas Linna Festas. Inscrições gratuitas para os associados ao Sindilojas Porto Alegre. Informações pelo telefone (51) 3025-8300 ou pelo e-mail [email protected].