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Porto Alegre, ter�a-feira, 10 de maio de 2016. Atualizado �s 19h51.

Jornal do Com�rcio

Panorama

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Artes C�nicas

Not�cia da edi��o impressa de 11/05/2016. Alterada em 10/05 �s 19h14min

Teatro universit�rio ganha espa�o no Palco Girat�rio

Espet�culo Moscas foi desenvolvido no Departamento de Arte Dram�tica da Ufrgs

Espet�culo Moscas foi desenvolvido dentro do Departamento de Arte Dram�tica da Ufrgs


MARTINO PICCININI /DIVULGA��O/JC
Michele Rolim
Há algum tempo a importância da potencialidade do teatro universitário - desenvolvido no Departamento de Arte Dramática (DAD) da Ufrgs - foi resgatada. Os atores-alunos levam os seus espetáculos produzidos dentro da faculdade para o circuito profissional e, por muitas vezes, são premiados, como ocorreu com as peças O sobrado e O feio, entre outras.
Dentro da 11ª edição do Festival Palco Giratório no Rio Grande do Sul, o espetáculo Moscas, que estreia hoje, é um deles. B'day [uready!?], que se apresentou na última quinta-feira, e Qual a diferença entre o charme e o funk?, que faz duas sessões no dia 16 de maio, são os outros dois espetáculos do DAD que integram a programação. "O que esses novos profissionais estão trazendo para a cena? Quais são suas inquietações? Como fazem esse diálogo? Acho que esse pessoal novo que está vindo, chegando do DAD, tem um fôlego bem interessante, que aparece nessa cena que está posta", afirma Jane Schoninger, coordenadora de Artes Cênicas e Visuais do Sesc/RS e integrante da curadoria nacional do Palco Giratório.
O espetáculo Moscas, diferentemente dos outros dois, realizou apenas três apresentações. É fruto do trabalho de finalização prático de graduação dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Interpretação e Direção Teatral das alunas Madalenna Leandra e Gabriela Poster, respectivamente. "Ensaiamos por um ano e apresentamos só três dias. É uma oportunidade disso não ficar na universidade", diz Gabriela Poester, que, como atriz, já fez diversos trabalhos profissionais, mas é a primeira vez que dirige um espetáculo fora do DAD. Ela completa: "Existe um certo preconceito da própria classe com os espetáculos da universidade. Temos que romper isso".
A montagem tem apresentação hoje e amanhã, às 21h, em um espaço alternativo, na Casa Frasca (Independência, 426), e trata basicamente do esvaziamento dos ritos socais que ocorrem durante a vida. "São aspectos absurdos desse mundo de aparência, de formalidades e de regras, no qual, ocupamos diferentes papéis dentro de um grupo", conta Gabriela.
Entre os ritos estão: o parto, o debut, a festa de Natal, o casamento, um leilão e um enterro. "Os eventos escolhidos são aqueles que estão no nosso imaginário comum, de estudante da Ufrgs, classe média, a maioria branca", destaca a diretora.
Segundo ela, a estrutura dramatúrgica é bem aberta, mas há um roteiro fixo de ações. No entanto, o ponto chave da peça é a participação efetiva dos espectadores do desenrolar dos acontecimentos. Isso permite que a montagem tenha um tensionamento com a ideia de representação, trazendo à tona o conceito de teatro como espaço social de convívio. "Os atores, assim como o público, também têm um papel nesses eventos como agente criativo da cena. Há relação mais horizontal com os atores", explica.
A ideia começou com o livro O senhor das moscas, de William Golding, passando pelo filme Os idiotas, de Lars von Trier, mas durante o processo acabou se transformando. Até a metade dos ensaios, conforme relata a diretora, o público era como uma mosca e acompanhava a peça como uma quarta parede, escolhendo o queria ver: "Com o tempo, achamos interessante abrir esse jogo, dar o papel ao público, torná-lo uma espécie de ator".
Gabriela garante que tudo isso é feito com muito cuidado, para que a participação do público não seja "enfiada goela abaixo" e, sim, aconteça de uma forma natural. "Vamos ambientar o espectador e as coisas vão fluindo, são estratégias que utilizamos, como fazer perguntas e não exigir respostas, e também dar ao público 'máscaras' para que não precise ser ele mesmo", diz, referindo-se a uma cena ambientada em um leilão em que um post-it é colado nas costas ou na testa dos espetadores, sem que eles saibam que personagens são.
Para isso, também há a eliminação da figura do ator como virtuoso e distanciado do público. "Estamos com o público, não somos uma partícula fora. Quando consideramos isso, é mais fácil entrar como parte dessa massa e caminhar e continuar com ela", diz Madalenna. Os ingressos já estão esgotados.
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