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Mobilidade

- Publicada em 12 de Maio de 2016 às 21:52

Haddad libera Uber e gera protesto de taxistas

Inconformados, centenas de motoristas de táxis cercaram o prédio da prefeitura de São Paulo

Inconformados, centenas de motoristas de táxis cercaram o prédio da prefeitura de São Paulo


ROVENA ROSA/ABR/JC
Na semana passada, horas após o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, autorizar por decreto os serviços de transporte individual por aplicativos, como o Uber, grupos de taxistas fecharam importantes vias no entorno da prefeitura da cidade, no Centro, e também a avenida 23 de Maio, uma das mais importantes ligações entre as zonas Sul e Norte da capital - o já complicado trânsito paulista ficou caótico. Carros foram atingidos por ovos e pedras simplesmente por serem da cor preta, a mesma utilizada por veículos do Uber. Automóveis que tentaram furar os bloqueios foram atacados a socos e pontapés.
Na semana passada, horas após o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, autorizar por decreto os serviços de transporte individual por aplicativos, como o Uber, grupos de taxistas fecharam importantes vias no entorno da prefeitura da cidade, no Centro, e também a avenida 23 de Maio, uma das mais importantes ligações entre as zonas Sul e Norte da capital - o já complicado trânsito paulista ficou caótico. Carros foram atingidos por ovos e pedras simplesmente por serem da cor preta, a mesma utilizada por veículos do Uber. Automóveis que tentaram furar os bloqueios foram atacados a socos e pontapés.
A confusão começou após o anúncio de Haddad, no final da manhã de terça-feira. Por volta das 14h, taxistas começaram a se concentrar em frente à prefeitura, na rua Líbero Badaró, que foi fechada nos dois sentidos. Conforme iam chegando, eles estacionavam seus carros também no Viaduto do Chá, bloqueando a passagem. No fim da tarde, os taxistas resolveram ocupar a avenida 23 de Maio.
A Polícia Militar acompanhou as manifestações sem, no entanto, reprimir os taxistas que atacaram os carros e motos que furavam os bloqueios. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que todas as ocorrências de agressão serão investigadas.
A prefeitura regulamentou duas modalidades: a carona solidária e o transporte remunerado. Essas duas medidas, segundo o decreto, são fundamentais para elevar a quantidade de passageiros por veículo, atendendo à lógica de mais pessoas em menos carros. Com o ato, a prefeitura paulista passa a ter controle sobre o mercado de transporte individual por aplicativos.
Ao contrário dos táxis, que pagam pela autorização de circulação, os motoristas de aplicativos serão cobrados em cerca de R$ 0,10 por quilômetro. O motorista deverá usar aplicativos credenciados e não precisará de alvará. No caso da carona solidária, ela foi liberada contanto que não haja cobrança visando lucro, nem que seja feita por motorista profissional.
Pelo decreto, haverá ainda um incentivo para corridas por aplicativos em áreas fora do Centro, regiões onde, segundo a prefeitura, há carência de 30% de táxis. A decisão ressalta ainda que o índice de táxis por habitante é menor na capital paulista (3,2 táxis por habitante) do que no Rio (5,2), na Cidade do México (8,8), em Paris (8,9) e Buenos Aires (13,2). "O decreto é uma oportunidade, ainda, de autorizar e incentivar o uso de tecnologias que permitam o uso mais eficiente do viário urbano", conclui a prefeitura.
O porta-voz do Uber no Brasil, Fabio Sabba, comemorou a decisão. "É um primeiro passo para uma regulamentação na cidade." Para agradar aos taxistas, a prefeitura os autorizou o uso do corredor exclusivo de ônibus, à esquerda, desde que estejam com passageiros, entre 6h e 9h e 16h e 20h. Eles também poderão percorrer o corredor da direita, ainda que sem passageiro, além de embarcar e desembarcar usuários nas faixas.
O diretor do Sindicato dos Motoristas nas Empresas de Táxis no Estado de São Paulo, Gilson Bispo, afirmou que o grupo tomará as "providências cabíveis contra o decreto" e que um advogado vai entrar com uma ação contra a medida. Para ele, a urgência do prefeito Haddad em liberar o Uber está ligada ao fato de um sobrinho dele, Guilherme Haddad, ser gerente da empresa.
"Vamos pedir que a Câmara instale uma CPI para investigar. Causa muita estranheza que o prefeito defenda tanto esse tipo de modalidade." Após negociarem com a polícia, os taxistas liberaram as vias às 19h30min. Um grupo ainda se deslocou para a Marginal Tietê, no Centro, mas se dispersou por volta das 21h.

Justiça autoriza a reabertura parcial da ciclovia Tim Maia

Inconformados, centenas de motoristas de táxis cercaram o prédio da prefeitura de São Paulo e bloquearam o trânsito nas imediações

Inconformados, centenas de motoristas de táxis cercaram o prédio da prefeitura de São Paulo e bloquearam o trânsito nas imediações


ROVENA ROSA/ABR/JC
O juiz Marcelo Martins Evaristo da Silva, da Central de Assessoramento Fazendário do Tribunal de Justiça do Rio, autorizou, na semana passada, a prefeitura a reabrir parcialmente a ciclovia Tim Maia, no trecho entre a Praia do Leblon e o Vidigal. A decisão foi tomada mediante a apresentação de laudo de engenheiros da Geo-Rio que informam que, naquele trecho, não há risco de desabamentos.
Segundo o documento subscrito pelos engenheiros Luis André Moreira Alves e Hélio Guedes de Brito Filho, naquele trecho, a ciclovia encontra-se assentada em alguns pontos diretamente no solo e, em outros, sobre muro de contenção em pedras secas ou em concreto armado com tirantes e vigas em estrutura metálica.
Por isso, segundo eles, não está vulnerável ao impacto de ondas. No dia 21 de abril, um trecho da ciclovia na altura de São Conrado (próximo à Gruta da Imprensa) desabou durante uma ressaca, deixando dois mortos. Perícia preliminar feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) constatou falha no projeto, executado pelo consórcio Contemat-Concrejato, que não previu o impacto das ondas na plataforma da ciclovia.
A decisão de interditar completamente a ciclovia atendeu a uma ação impetrada no dia 6 deste mês. O juiz fundamentou a decisão citando a liminar que havia concedido na semana passada, determinando a interdição completa da ciclovia até que fosse atestado que não havia risco de desabamento em outros trechos.
Silva deixou em aberto a possibilidade de rever a própria decisão, caso peritos independentes atestem a inexistência de risco para a população no restante do trajeto. No despacho, o juiz também determinou que o trecho entre o Vidigal e São Conrado continue interditado.