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Infraestrutura

- Publicada em 12 de Maio de 2016 às 21:49

VLT inicia operação no Rio de Janeiro no dia 22

Às vésperas da entrada do novo transporte coletivo, prefeitura do Rio fez campanha de esclarecimento

Às vésperas da entrada do novo transporte coletivo, prefeitura do Rio fez campanha de esclarecimento


TOMAZ SILVA/ABR/JC
A primeira linha do veículo leve sobre trilhos (VLT), programada para ser inaugurada no domingo, terá trajeto e horário reduzidos nos primeiros dias de funcionamento: circulará da Parada dos Museus (próximo à praça Mauá) até o aeroporto Santos Dumont, das 12h às 15h, cobrindo oito estações. Na semana passada, a prefeitura apresentou o plano operacional do novo sistema, que será realizado em oito etapas. Até o dia 1 de julho, não haverá cobrança de passagem.
A primeira linha do veículo leve sobre trilhos (VLT), programada para ser inaugurada no domingo, terá trajeto e horário reduzidos nos primeiros dias de funcionamento: circulará da Parada dos Museus (próximo à praça Mauá) até o aeroporto Santos Dumont, das 12h às 15h, cobrindo oito estações. Na semana passada, a prefeitura apresentou o plano operacional do novo sistema, que será realizado em oito etapas. Até o dia 1 de julho, não haverá cobrança de passagem.
"Além de todo o ganho no transporte, o VLT também mudará hábitos. Haverá uma adequação viária do Centro para receber esse novo modal", afirmou o secretário municipal de Transportes, Rafael Picciani. De acordo com o secretário, cada etapa do plano deve durar, em média, uma semana.
Na primeira delas, apenas dois trens vão circular, com intervalo de 30 minutos. O serviço será progressivamente ampliado até 1 de agosto. Na segunda semana, o horário de circulação será estendido em uma hora e funcionará das 11h às 15h. O trajeto completo da linha, que ligará a rodoviária Novo Rio ao aeroporto Santos Dumont, só será realizado na quinta semana, quando o VLT passará a operar também nos fins de semana, das 9h às 17h, com cinco trens, parando em 19 estações, em intervalos de 15 minutos. 
A operação 24 horas por dia ficará para depois das Olimpíadas. Durante os Jogos, a linha funcionará das 6h até a meia-noite. Haverá ainda um serviço especial com três VLTs entre a Parada dos Navios (em frente ao terminal de passageiros do porto) e o Santos Dumont. No segundo semestre, estão programados para serem entregues outras 10 estações e o trecho que ligará a Central do Brasil à praça Quinze.
A terceira linha, da Central à Cinelândia, só deve ser inaugurada em 2017, com a conclusão das obras na avenida Marechal Floriano. Serão, no total, 28 quilômetros de trilhos, 32 estações e 32 trens, com capacidade para transportar 300 mil pessoas diariamente.
Cada composição terá capacidade para transportar até 420 pessoas. Sem roleta nem cobradores, os passageiros terão que validar voluntariamente o próprio tíquete dentro do trem. A tarifa terá o mesmo valor dos ônibus municipais: R$ 3,80. O sistema aceitará o Bilhete Único, que permite fazer duas viagens ao custo de uma só. Se o VLT for a terceira viagem, o valor da tarifa cairá para R$ 2,10. 
Quem tentar burlar o sistema, deixando de pagar a passagem, poderá ser punido com multa de R$ 170,00 (podendo chegar a R$ 255,00 para reincidentes). Ao lado de guardas municipais, fiscais uniformizados usarão máquinas, semelhantes às de cartão de crédito, para verificar se o usuário validou o cartão. Em cada estação, haverá uma máquina automática para a venda dos cartões, que poderão ser pagos em dinheiro ou com cartão de débito. 
Na semana passada, Picciani não soube dizer quantos agentes ficarão responsáveis pela fiscalização, mas destacou que nem todos os passageiros serão abordados. "A abordagem será por amostragem. Se fosse para parar todo mundo, seria mais fácil colocar roleta. A ideia não é essa", explicou o secretário. "Não vai ter roleta justamente para o embarque e o desembarque ser mais fácil. O respeito na utilização do VLT será vital." 
Os passageiros também deverão seguir normas de conduta, regulamentadas em decreto publicado na semana passada. Não será possível, por exemplo, viajar sem camisa ou sentado no chão, embarcar com bicicleta, portar grandes volumes ou vender qualquer tipo de produto dentro dos vagões.
O Centro da cidade também passará por novas mudanças, com a alteração do itinerário de 180 linhas de ônibus. "Nosso objetivo é evitar problemas na chegada e na saída dos ônibus, para reduzir o impacto no trânsito. Tenho quase 100% de certeza que teremos congestionamento no sábado, mais ainda na segunda-feira, pois as pessoas costumam dirigir em cima do que estão acostumadas. E haverá uma mudança radical no Centro."

Abdib defende novo modelo de licitação para destravar obras

Às vésperas da entrada do novo transporte coletivo, prefeitura do Rio fez campanha de esclarecimento

Às vésperas da entrada do novo transporte coletivo, prefeitura do Rio fez campanha de esclarecimento


TOMAZ SILVA/ABR/JC
A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) iniciou uma empreitada para tentar destravar os investimentos em infraestrutura - praticamente parados por causa da crise político-econômica e também pela Operação Lava Jato. Na lista de propostas da entidade e que será entregue ao governo de Michel Temer estão medidas como a volta dos leilões pelo valor de outorga e a retomada da capacidade de gestão das agências reguladores. No comando da associação desde janeiro, o economista Venilton Tadini quer tratar de problemas que afastaram investimentos no setor nos últimos anos.
Na opinião dele, o Brasil perdeu a capacidade de planejar e passou a viver de espasmos, fazendo licitações aqui e acolá, sem uma lógica de integração nacional. "Numa concessão de rodovia, por exemplo, é preciso mostrar as vantagens, a redução do frete, para onde vai etc. Tem de justificar que não sai do nada e vai para lugar nenhum."
Ex-diretor de infraestrutura e planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Tadini tem no currículo uma dezena de privatizações realizadas na década de 1990. Exímio conhecedor dos meandros da infraestrutura e do crédito para o setor, ele critica o modelo financeiro adotado pelos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff nas concessões rodoviárias, que limita a taxa de retorno para o investidor.
Na opinião do executivo, o governo tem de criar um plano de negócio, com o volume de investimento necessário e uma tarifa de pedágio. Cada investidor vai calcular sua taxa de retorno e fazer as propostas dentro das condições estabelecidas no edital, diz ele. A proposta da Abdib - que atende a uma enorme insatisfação dos investidores nos últimos anos - vai na direção do que o governo de Michel Temer tem sinalizado para as futuras concessões.
Outro ponto levantado pela Abdib refere-se ao enfraquecimento das agências reguladoras, que recentemente têm perdido espaço para o Tribunal de Contas da União (TCU). "Para readequar a capacidade dos reguladores, é preciso ter orçamento, plano de carreira e respaldo jurídico para os profissionais tomarem as medidas necessárias sem medo de punições. O regulador não pode ficar refém de outros órgãos."
Na avaliação de Tadini, o fortalecimento das agências reguladoras é um dos pilares para destravar o setor de infraestrutura, já que é dali que saem os editais de licitação. Outro ponto que ele defende é que "as novas licitações sejam feitas com base em projetos maduros - ou seja, com um projeto básico de qualidade".
Hoje, quase todas as licitações são feitas em cima de projetos fracos, que dão margem a uma série de questionamentos. Junta-se a essa lista de propostas um item que tem tirado o sono dos empreendedores nos últimos anos, que é o licenciamento ambiental. Para Tadini, as licitações devem ser feitas com as licenças prévias já obtidas para evitar atrasos no andamento das obras.