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Empresas & Negócios

- Publicada em 04 de Maio de 2016 às 12:37

Tarifaço prejudica indústria brasileira

Processo produtivo da metalurgia é um dos que apresentam demanda

Processo produtivo da metalurgia é um dos que apresentam demanda


BILL PUGLIANO/AFP/JC
A alta da energia elétrica, determinante para que os custos industriais tivessem, em 2015, sua segunda maior alta em oito anos, foi mais sentida pela indústria do Rio de Janeiro. A tarifa cobrada do setor no estado deu um salto de 55% e foi a maior do País no ano passado. O valor subiu de R$ 409,91 para R$ 634,50 por megawatt/hora em um ano, de acordo com o estudo Perfil da Indústria nos Estados, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa, o preço praticado no Rio ficou 25,3% acima da média nacional.
A alta da energia elétrica, determinante para que os custos industriais tivessem, em 2015, sua segunda maior alta em oito anos, foi mais sentida pela indústria do Rio de Janeiro. A tarifa cobrada do setor no estado deu um salto de 55% e foi a maior do País no ano passado. O valor subiu de R$ 409,91 para R$ 634,50 por megawatt/hora em um ano, de acordo com o estudo Perfil da Indústria nos Estados, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa, o preço praticado no Rio ficou 25,3% acima da média nacional.
Depois do Rio de Janeiro, os estados onde as empresas do setor pagaram mais caro pela energia foram Espírito Santo (R$ 617,40) e Mato Grosso (R$ 616,30). Na outra ponta, o megawatt/hora mais em conta foi pago pelas indústrias de Bahia (R$ 371,90), Amapá (R$ 348,30) e Amazonas (R$ 290,50). A energia costuma ter pouca influência nos custos industriais, uma vez que corresponde a apenas 1,3% da composição do indicador de custos industriais (ICI), segundo a confederação. Mas o aumento da tarifa foi tão expressivo em 2015 que a energia respondeu por 13,5% da alta dos custos: representou 1,1 ponto percentual do salto anual de 8,1% no ICI.
Maria Carolina Marques, economista da CNI, explica que o impacto do aumento na tarifa depende de quanto cada setor industrial utiliza de energia para produzir. São mais intensivos no uso de energia em seu processo produtivo os segmentos de metalurgia, celulose, madeira, têxtil e de produção de cimento, concreto, vidro e cerâmica, por exemplo; já os ramos de equipamentos de transportes e farmacêutico consomem menos.
"O aumento de custos gera um repasse aos preços ao consumidor. Mas, por conta da crise, a demanda está baixa, e qualquer aumento de preços não será bem recebido. Então, o que temos visto são indústrias absorverem uma redução da margem de lucro", observa Maria Carolina.
Seguindo a lógica da dependência, o segmento que mais sentiu o encarecimento da eletricidade no Rio foi a siderurgia, aponta o economista Silvio Sales, da Fundação Getulio Vargas (FGV). "Entre os segmentos mais expressivos no estado, o setor de siderurgia, que tem no Rio representantes da produção de alumínio, sente mais por ser mais dependente. Aos mesmo tempo, porém, as grandes siderúrgicas passaram a produzir a própria energia há algum tempo", afirma o especialista, fazendo a ressalva de que a diversificação da indústria fluminense proporciona certo alívio. "No setor industrial do Pará, por exemplo, onde esse segmento (siderurgia) domina a indústria, a tarifa de energia influencia mais os custos. No Rio, há mais diversificação, e a indústria automobilística e de refino de petróleo usam muito menos energia em sua produção."
Uma estratégia para driblar o encarecimento, apontam os especialistas da CNI, é as empresas passarem a produzir a própria energia, vendendo o excedente não consumido no chamado mercado livre. Sales pondera, no entanto, que a maior parte da indústria já enxugou o que podia no uso de energia por ter adotado medidas de eficiência durante a crise energética do início dos anos 2000. O economista Renato da Fonseca, gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, ressaltou ainda que, como a indústria consome 48% da energia do País, ela acaba ditando o ritmo de consumo nacional. Segundo Sales, todo o setor pagou um preço alto pelo tarifaço de energia em 2015.
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