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Crise Política

- Publicada em 28 de Abril de 2016 às 18:44

Temer pretende manter 25 ministérios no governo

Michel Temer tem trabalhado para montar sua equipe

Michel Temer tem trabalhado para montar sua equipe


FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR/JC
Com o mapa da Esplanada dos Ministérios nas mãos, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) tem trabalhado para montar a sua equipe caso assuma a presidência da República após a votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado. Nas conversas recentes com dirigentes das legendas que dariam apoio a um novo governo, Temer tem dito que pretende manter até 25 ministérios dos atuais 31 do governo Dilma.
Com o mapa da Esplanada dos Ministérios nas mãos, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) tem trabalhado para montar a sua equipe caso assuma a presidência da República após a votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado. Nas conversas recentes com dirigentes das legendas que dariam apoio a um novo governo, Temer tem dito que pretende manter até 25 ministérios dos atuais 31 do governo Dilma.
Em relação ao PMDB, partido presidido pelo vice, entre as possibilidades estudadas está a do atual presidente em exercício da legenda, senador Romero Jucá (RR), assumir o Ministério do Planejamento. Também na lista de integrantes do grupo de Temer estão os nomes de Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima. O primeiro deve assumir o comando da Casa Civil, que acumularia o papel de antiga Secretaria de Relações Institucionais, responsável pelas negociações com o Congresso Nacional.
Padilha já assumiu papel semelhante durante o período em que Temer foi convidado por Dilma para assumir a articulação política com os congressistas, em meados de 2015. Na ocasião, cabia ao peemedebista a tarefa de tabular e negociar a distribuição dos cargos federais com integrantes da base aliada.
Em relação a Geddel Vieira Lima, a previsão é de que ele também ocupe uma sala no Palácio do Planalto, assumindo a Secretaria-Geral do governo. O posto atualmente é ocupado pelo ministro Ricardo Berzoini (PT). Segundo o jornal Estado de S.Paulo, o nome do ex-ministro Nelson Jobim (PMDB) também tem sido colocado em discussão para assumir o Ministério da Defesa, posto que ele ocupou entre 2007 e 2011.
Também não está descartada a possibilidade de o ex-ministro de Minas e Energia Eduardo Braga (PMDB-AM) voltar a ter uma cadeira na Esplanada. Braga, que deixou o governo na quarta-feira, é cotado para assumir o Ministério das Cidades, que vinha sendo ocupado pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, que também desembarcou do governo.
Em contrapartida, o PSD, que integra o chamado "centrão" composto também por PP e PR , poderá ficar com o Ministério da Agricultura. Entre os nomes com perfil para assumir o posto lembrados por lideranças do PSD está o do deputado Marcos Montes (MG), presidente eleito da Frente Parlamentar da Agropecuária. Na votação do impeachment realizada na Câmara no último dia 17, a bancada do agronegócio fechou questão a favor do afastamento da presidente.
Em relação aos outros partidos do "centrão", a possibilidade é de o PP permanecer com o Ministério da Integração. Nas negociações, eles têm pedido, no entanto, a ampliação dos espaços e também reivindicam o Ministério da Saúde e o comando da Caixa Econômica Federal. Em relação ao PR, a demanda é pelo comando do Ministério de Infraestrutura, que surgiria da fusão dos ministérios de Transportes e Portos. Entre os nomes cotados para assumir o posto está o do ex-líder do PR na Câmara Maurício Quintella.

Prêmio Nobel da Paz afirmou que está em curso no País um 'golpe de Estado'

Dilma Rousseff recebeu a solidariedade de Adolfo Pérez Esquivel

Dilma Rousseff recebeu a solidariedade de Adolfo Pérez Esquivel


ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/AFP/JC
Nobel da Paz, o argentino Adolfo Pérez Esquivel afirmou que um "golpe de Estado" está em curso no Brasil. Pérez encontrou a presidente Dilma Rousseff (PT) no Palácio do Planalto nesta quinta-feira, onde afirmou que espera que o Mercosul e a Unasul não reconheçam o eventual governo de Michel Temer (PMDB). Os dois blocos, entretanto, têm dado sinais de que não rejeitarão o impeachment da presidente da República.
"Logicamente, temos muito claro que o que está sendo preparado aqui é um golpe de Estado encoberto. É o que nós chamamos de golpe branco", declarou Pérez.
Esquivel também ressaltou que, apesar de o processo de impeachment brasileiro não ter a participação das Forças Armadas, configura-se um "golpe" com a "mesma metodologia" de casos de países como Honduras e Paraguai, que estavam sob o comando dos presidentes Manuel Zelaya e Fernando Lugo, respectivamente.
Em 2012, Dilma Rousseff e a então presidente argentina Cristina Kirchner estiveram à frente da aplicação da cláusula democrática do Mercosul para suspender o Paraguai do bloco.
Pérez disse ainda que o eventual impeachment significaria um "retrocesso" também para o continente latino-americano, e que espera que a Unasul e o Mercosul rejeitem o processo por mais improvável que essa ação seja. Isso porque, no Mercosul, a Venezuela é um único membro que concorda com a tese de "golpe" no Brasil. Já na Unasul, a reunião do último sábado não abordou o tema.
O Nobel da Paz falou também que a esquerda na América Latina precisa fazer uma "autocrítica", principalmente no que se refere à execução de políticas sociais.
"A esquerda, muitas vezes, tem poucos discursos e poucas práticas", disse Pérez Esquivel, que complementou: "É muito contraditório. Quando se fala em políticas sociais, tem-se que trabalhar essas políticas sociais".
O argentino, laureado com o prêmio Nobel da Paz em 1980 pelo enfrentamento à ditadura argentina, foi um dos coordenadores do Serviço Paz e Justiça na América Latina, ONG que prega a não violência e a defesa dos Direitos Humanos. O organismo é consultivo da ONU e tem sede também no Brasil.

Protestos geram transtornos em sete estados

Mais de 30 rodovias e avenidas do país foram bloqueadas nesta quinta-feira pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que protesta contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e um eventual governo Michel Temer. Só em São Paulo, foram 14 pontos de interdição, o maior deles nos dois sentidos da Rodovia Regis Bitencourt (Rodoanel), na altura de Taboão da Serra. Pneus e sacos de lixo foram queimados e o trânsito, interditado nos dois sentidos, provoca lentidão. Segundo o "G1", a cidade somava 156 km de vias congestionadas às 8h, no quarto pior trânsito da manhã na capital paulista em 2016.
No Rio de Janeiro, houve manifestação em um dos acessos da ponte Rio-Niterói e também teria ocorrido, segundo os manifestantes, um ato na Avenida Brasil, próximo a São Cristóvão. Cerca de 80 pessoas do grupo, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF),atearam fogo em pneus, interditando a Avenida do Contorno, na altura do estaleiro Aliança, em Niterói. O bloqueio provocou um congestionamento de aproximadamente três quilômetros com reflexos na Rodovia Niterói-Manilha. Bombeiros do quartel de Niterói foram acionados e apagaram as chamas rapidamente. Depois, eles limparam a pista para a liberação da via ao trânsito. Policiais militares também foram para o local. Os manifestantes se dispersaram com a chegada da polícia.
O MTST protesta ainda em Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Ceará, Pernambuco e no Distrito Federal. Ainda na cidade de São Paulo, os manifestantes fecharam a pista local da Marginal Tietê, próximo ao Sambódromo, na Zona Norte. Há bloqueio no Morumbi, Zona Sul, na Avenida Giovanni Gronchi. Duas pistas da rodovia Rodovia Raposo Tavares também foram fechadas.
"O objetivo da mobilização é denunciar o golpe em curso no país e defender os direitos sociais, que entendemos estarem ameaçados pela agenda de retrocessos apresentada por Michel Temer caso assuma a presidência", diz nota do MTST.

Centrais fazem ato contra impeachment no dia 1 de maio

O tradicional ato organizado no dia 1 de maio, dia internacional do trabalhador, por centrais sindicais, terá como pauta a defesa do governo federal de Dilma Rousseff (PT) contra o processo de impeachment. A manifestação em Porto Alegre está marcada para o Monumento do Expedicionário, no Parque da Redenção, e é organizada em conjunto pela Frente Brasil Popular, Povo sem Medo, CUT, CTB e partidos como PT e PCdoB. A concentração está marcada para 10h e a programação irá até às 14h com apresentações culturais e artísticas. Para o presidente da CUT no Rio Grande do Sul, Claudir Nespolo, esta será a maior manifestação do dia 1 de maio dos últimos anos e defenderá os direitos da classe trabalhadora contra os "golpistas". Para a entidade, o impeachment implantaria uma agenda com medidas que não beneficiariam a população. São criticadas pela entidade pautas como o fim do aumento real do salário-mínimo, a aprovação do projeto da terceirização, que tramita na Câmara dos Deputados, o fim da CLT e a reforma da previdência com fixação de idade mínima para a aposentadoria. A manifestação faz parte de um calendário de atividades formado pelas entidades. Está prevista também uma campanha no dia 5 de maio contra o monopólio midiático e um dia nacional de atos, greves e paralisações, que será realizado no dia 10 de maio.
No País, mais de 30 rodovias e avenidas foram bloqueadas nesta quinta-feira pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que protesta contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e um eventual governo Michel Temer (PMDB).
Somente em São Paulo, foram 14 pontos de interdição, o maior deles nos dois sentidos da Rodovia Regis Bitencourt (Rodoanel), na altura de Taboão da Serra.