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- Publicada em 19 de Abril de 2016 às 19:52

Dilma diz que País tem um 'veio golpista adormecido'

Presidente Dilma Rousseff concedeu entrevista a veículos estrangeiros no Palácio do Planalto

Presidente Dilma Rousseff concedeu entrevista a veículos estrangeiros no Palácio do Planalto


ROBERTO STUCKERT FILHO/PR/AFP/JC
Em entrevista concedida nesta terça-feira a jornalistas estrangeiros no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT) reforçou o discurso petista contra o processo de impeachment aprovado no domingo pela Câmara. Ela afirmou que o Brasil tem um "veio golpista adormecido" e que não houve um presidente após a redemocratização do País que não tenha tido um processo de impedimento no Congresso Nacional - omitiu, contudo, que seu partido apoiou a grande maioria desses processos.
Em entrevista concedida nesta terça-feira a jornalistas estrangeiros no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT) reforçou o discurso petista contra o processo de impeachment aprovado no domingo pela Câmara. Ela afirmou que o Brasil tem um "veio golpista adormecido" e que não houve um presidente após a redemocratização do País que não tenha tido um processo de impedimento no Congresso Nacional - omitiu, contudo, que seu partido apoiou a grande maioria desses processos.
"Se nós acompanharmos a trajetória dos presidentes no meu País, a partir de Getulio Vargas, nós vamos ver que o impeachment sistematicamente se tornou um instrumento contra os presidentes eleitos. Tenho certeza que não houve um único presidente depois da redemocratização do País que não tenha tido processos de impedimento no Congresso Nacional. Todos tiveram", afirmou Dilma.
Ela também ressaltou que, se crise econômica fosse argumento "para tirar presidente da República, não teria um único presidente da República nos países desenvolvidos que sobrevivesse à profunda crise econômica com desemprego".
Segundo a petista, a crise política não se deve à crise econômica, mas sim por culpa da oposição. "Essa eleição perdida por essa margem tornou, no Brasil, a oposição derrotada bastante reativa a essa vitória e por isso começaram um processo de desestabilização do meu mandato desde o início dele. Este meu segundo mandato, há 15 meses, tem o signo da desestabilização política", afirmou.

Impedimento não resolve problemas do Brasil, aponta mídia internacional

O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) se tornou tema de análises, entrevistas e editoriais publicados pela imprensa internacional nesta terça-feira. As publicações estrangeiras tentam explicar o que está ocorrendo no Brasil, indicar possíveis saídas para a crise e desenvolver uma avaliação sobre o caráter do processo, que é chamado de tentativa de golpe por setores governistas.
Há um clima generalizado de preocupação com a situação do País, com críticas ao impeachment e indicações de que o caminho não vai diminuir a corrupção ou acabar com a crise econômica. O jornal de economia The Wall Street Journal publicou um artigo de opinião em que destaca que, apesar de ser o caminho preferido pelo mercado, "o impeachment não vai salvar o Brasil".
"A esperança de uma recuperação econômica sob 'qualquer um, exceto Dilma', ignora o que faz o Brasil funcionar: commodities", explica o texto assinado por Ruchir Sharma, diretor de mercados emergentes da corretora de investimentos Morgan Stanley. 
A revista de economia "Fortune" publicou um artigo do historiador norte-americano, presidente da Brazilian Studies Association, Bryan McCann. Para ele, o impeachment pode trazer mais problemas do que soluções para o País. "Colocar o PMDB no poder para limpar a política brasileira é equivalente a limpar o chão com um esfregão sujo", diz.
Em editorial, o jornal francês Le Monde diz que a decisão da Câmara contra a presidente é uma má notícia para o País. "O Brasil entrou em uma fase de incerteza de alto risco. É preciso torcer para que seus políticos eleitos se controlem e compreendam a urgência de ultrapassar seus interesses pessoais para se dedicar aos de uma população que havia colocado sua confiança neles."

Exército foca 'preservação da estabilidade', afirma general

Em mensagem comemorativa do Dia do Exército, o comandante da instituição, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, afirmou que o Exército deve se nortear, neste momento de crise, "pela preservação da estabilidade e da paz social".
A mensagem foi divulgada na ordem do dia do Exército desta terça-feira. Após falar da história da instituição e da sua atuação, o general faz um breve panorama do quadro atual.
"Esse é o Exército brasileiro, que, nos dias de hoje, não se deixa abater pelas dificuldades materiais impostas por restrições orçamentárias e salários defasados, que não condizem com a nobreza da profissão." E prosseguiu: "Exército que, na condição de instituição de Estado, em meio à crise que assola o País, norteia-se pela preservação da estabilidade e da paz social, pela crença de serem condições essenciais para que as instituições, no exercício legítimo de suas competências, delineiem os rumos a seguir".