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Política

- Publicada em 18 de Abril de 2016 às 02:18

Câmara aprova impeachment de Dilma

Decisão foi comemorada no plenário pelos oposicionistas após o deputado Bruno Araújo (c), do PSDB-PE, proferir o voto decisivo, de número 342

Decisão foi comemorada no plenário pelos oposicionistas após o deputado Bruno Araújo (c), do PSDB-PE, proferir o voto decisivo, de número 342


MARCELO CAMARGO/ABR/JC
A Câmara dos Deputados aprovou, neste domingo, o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional. A vitória da oposição, que atingiu os 342 votos necessários às 23h07min - declarado pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) -, dimensiona o isolamento político da petista.
A Câmara dos Deputados aprovou, neste domingo, o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional. A vitória da oposição, que atingiu os 342 votos necessários às 23h07min - declarado pelo deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) -, dimensiona o isolamento político da petista.
Apesar de ter oferecido cargos em troca de votos, Dilma não conseguiu reunir os 172 apoios para travar o impedimento na Casa, somando apenas 137 votos - também houve sete abstenções e duas faltas. Ao todo, deram quórum à sessão 511 parlamentares dos 513 integrantes da Casa.
Apenas PT, PCdoB e P-Sol permaneceram totalmente fiéis ao lado de Dilma na votação em plenário, que começou às 17h46min. A principal traição veio de ex-ministros, como Mauro Lopes (PMDB-MG) e Alfredo Nascimento (PR-AM). Lopes tinha sido nomeado por Dilma, em 17 de março, para o comando da Secretaria da Aviação Civil como uma última tentativa do Palácio do Planalto para manter o PMDB na base aliada.
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Já Alfredo Nascimento foi ministro do Transportes do primeiro governo Dilma até 2011, quando foi demitido pela petista após denúncias sobre suposto esquema de superfaturamento em obras envolvendo servidores da pasta. Antes de anunciar seu voto, Nascimento informou que estava renunciando à presidência nacional do PR, que ocupava desde 2010, para poder votar a favor do impeachment.
A presidente, segundo relatos colhidos pela reportagem, afirmou que não renunciará ao cargo para o qual foi eleita pela segunda vez em 2014 e disse que vai lutar no Senado para manter o mandato.
A vitória da oposição foi comemorada nas ruas das principais capitais brasileiras logo após o plenário da Câmara dos Deputados ter referendado o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que recomendou o julgamento de Dilma no Senado pelo crime de responsabilidade. De acordo com o relator, a presidente desrespeitou a lei na abertura de créditos suplementares, por meio de decreto presidencial, sem autorização do Congresso Nacional e tomou emprestados recursos do Banco do Brasil para pagar benefícios do Plano Safra, nas chamadas pedaladas fiscais. Dilma nega ter cometido crime. A sessão deste domingo foi presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta das investigações da Operação Lava Jato.
A presidente acompanhou a votação com seu principal auxiliar, o assessor especial Giles Azevedo, o ministro-chefe de gabinete, Jaques Wagner (PT), o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini (PT), e os governadores Tião Viana (PT-AC), Waldez Goes (PDT-AP) e Camilo Santana (PT-CE).
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a maior parte do dia com Dilma, mas voltou para o hotel que se transformou em seu QG pouco antes da votação, e retornou ao Alvorada quando 113 votos já haviam sido dados. Nesse momento, estavam todos calados no Alvorada, concentrados, fazendo as contas dos votos.
No Palácio do Jaburu, o clima era oposto. O vice-presidente Michel Temer (PMDB) estava reunido com seus assessores mais próximos, com o senador Romero Jucá (PMDB) e com os ex-ministros Eliseu Padilha (PMDB) e Henrique Eduardo Alves (PMDB). Jucá e Padilha foram os principais articuladores da vitória do vice na votação de ontem e desde o início da sessão viam os votos no plenário espelhar rigorosamente suas planilhas.
Tranquilos, quando os 100 primeiros votos pró-impeachment haviam sido dados, a vitória já era considerada garantida. No Salão Verde da Câmara, os próceres do Movimento Brasil Livre (MBL), entre eles Kim Kataguiri e Renan Santos, faziam transmissões em redes sociais colocando o impeachment no pretérito antes mesmo de a votação se iniciar.
A partir de agora, conforme o rito do impeachment determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o processo será analisado pelos senadores. De acordo com o STF, Temer só assumirá o cargo se Dilma renunciar ou após o Senado considerar a denúncia admissível e decidir que ela precisa ser afastada por até 180 dias, período no qual acontecerá o julgamento final da presidente na Casa, composta por 81 senadores. A previsão é de que essa etapa do processo seja conlcuída até a primeira quinzena do mês que vem.
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