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Operação Lava Jato

- Publicada em 12 de Abril de 2016 às 18:27

Moro determina bloqueio de R$ 5 milhões de Argello

Paróquia frequentada pelo ex-senador teria recebido R$ 350 mil

Paróquia frequentada pelo ex-senador teria recebido R$ 350 mil


GERALDO MAGELA/AGÊNCIA SENADO/JC
A Justiça Federal decretou o bloqueio de R$ 5,35 milhões do ex-senador Gim Argello (ex-PTB-DF) e de outros cinco alvos da Operação Vitória de Pirro, 28ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada ontem. O valor corresponde à propina que Argello teria tomado em 2014 das empreiteiras UTC Engenharia e OAS para livrá-las da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras no Congresso.
A Justiça Federal decretou o bloqueio de R$ 5,35 milhões do ex-senador Gim Argello (ex-PTB-DF) e de outros cinco alvos da Operação Vitória de Pirro, 28ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada ontem. O valor corresponde à propina que Argello teria tomado em 2014 das empreiteiras UTC Engenharia e OAS para livrá-las da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras no Congresso.
As investigações apontam que R$ 5 milhões foram repassados para quatro partidos da Coligação União e Força e R$ 350 mil foram parar em conta da paróquia São Pedro, de Taguatinga, frequentada pelo político.
O bloqueio alcança ativos em contas e investimentos de Gim Argello e também de seu filho, Jorge Afonso Argello, do operador financeiro do ex-senador, Paulo César Roxo Ramos, e de três pessoas jurídicas - Argelo & Argelo Ltda., Garantia Imóveis Ltda. e Solo Investimentos e Participações Ltda. Moro anotou que a medida cautelar apenas gera o bloqueio do saldo do dia constante nas contas ou nos investimentos, "não impedindo, portanto, continuidade das atividades das empresas ou entidades, considerando aquelas que eventualmente exerçam atividade econômica real".
O magistrado observou que, "no presente caso, a toda obviedade, o crime teria sido praticado por Gim Argello, então na condição de senador, utilizando os poderes inerentes a sua condição de integrante das comissões parlamentares de inquérito, o que por si só atrai a competência da Justiça Federal, considerando a natureza federal do cargo e das instituições, bem como a superveniente perda do foro privilegiado".
Ele se reporta aos dados contidos nas delações premiadas do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e Walmir Pinheiro Santana, diretor da empreiteira. Ambos revelaram os pagamentos de propinas para o ex-senador. "Oportuno ainda lembrar que foi o Supremo Tribunal Federal quem enviou a este Juízo cópia dos depoimentos de Ricardo Ribeiro Pessoa e de Walmir Pinheiro Santana, com o relato acerca da propina paga a Gim Argello, para a continuidade das investigações e do processo."

Contra Dilma, Cunha vai pressionar delação de ex-senador

Em mais uma estratégia contra o governo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e aliados pretendem pressionar o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), principal alvo da 28ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada ontem, a aceitar um acordo de delação premiada. O ex-senador foi vice-presidente da CPI da Petrobras que aconteceu no Congresso em 2014. Em tratativas que ocorreram de maio a julho de 2014 com empreiteiros da UTC e OAS, Argello teria acertado a não convocação desses executivos à CPI.
As conversas sobre a tentativa de convencimento do ex-parlamentar ocorreram na casa de Cunha ontem pela manhã e seguiram até a hora do almoço, em seu gabinete. A ideia é fazer chegar a Argello o recado de que "a prisão preventiva pode não ser apenas preventiva" e que ele "deveria entregar logo quem comandou a negociação na CPI". Eles acreditam que o depoimento do político pode impulsionar um aumento do movimento pró-impeachment.