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Crise política

- Publicada em 10 de Abril de 2016 às 22:28

Ativistas preparam atos no fim de semana

Porto Alegre foi das poucas cidades a ter ato contra o impeachment no dia das manifestações de 13 de março

Porto Alegre foi das poucas cidades a ter ato contra o impeachment no dia das manifestações de 13 de março


FREDY VIEIRA/JC
Os movimentos populares a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) preparam grandes mobilizações para acompanhar a fase final do processo que tramita na Câmara dos Deputados. Esta semana será decisiva e deve culminar com a votação final em plenário no domingo.
Os movimentos populares a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) preparam grandes mobilizações para acompanhar a fase final do processo que tramita na Câmara dos Deputados. Esta semana será decisiva e deve culminar com a votação final em plenário no domingo.
Pela previsão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois da votação do parecer da Comissão Especial do Impeachment marcada para hoje, o texto será lido em plenário no dia seguinte, para publicação no Diário Oficial da União na quarta-feira. Depois, serão contadas 48 horas para o início das discussões em plenário, que devem começar na sexta-feira e se estender até domingo, dia previsto para a votação.
As autoridades temem confrontos entre os manifestantes - já que os dois lados farão atos no mesmo dia - e devem tomar medidas de segurança. Em Porto Alegre, a possibilidade de conflito é menor, porque os ativistas se concentram em espaços distantes um do outro.
A programação a favor do impeachment tem ocorrido nas cercanias do Parque Moinhos de Vento (Parcão), enquanto os atos contra a cassação da presidente aconteceram no Parque da Redenção e na Esquina Democrática. Em 13 de março, os dois grupos organizaram manifestações simultâneas, e não foi registrado nenhum episódio de confronto - Porto Alegre foi um dos poucos locais que registrou atos dos dois lados no mesmo dia.
Segundo a porta-voz do Movimento Brasil Livre (MBL) no Rio Grande do Sul, Paula Cassol Lima, um grupo de ativistas vai continuar acampado no Parcão até domingo. Ali, os manifestantes mantêm o chamado "muro da vergonha", onde estão penduradas fotos dos deputados indecisos ou que são contra o impeachment.
"Não há convocação de manifestações antes de domingo. Esperamos juntar o maior número de pessoas no dia da votação. Vamos transmitir ao vivo aqui na (avenida) Goethe, em telões", disse Paula.
Um dos coordenadores no Rio Grande do Sul da Frente Brasil Popular, o presidente da Central Única de Trabalhadores (CUT), Claudir Nespolo, informou que a programação dos grupos que são contra o impeachment será intensa ao longo desta semana.
A principal mobilização deve acontecer a partir de sexta-feira, com uma vigília na Praça da Matriz, Centro Histórico de Porto Alegre, onde os ativistas devem acampar até domingo, dia da votação. Também está prevista a transmissão ao vivo da sessão plenária da Câmara dos Deputados. 
"Mas, ao longo da semana, organizaremos eventos para explicar para a população quem são os golpistas, qual a renda deles e que uso estão fazendo do discurso da corrupção. Usam a corrupção para justificar a implantação de um programa de governo focado na retirada de direitos dos trabalhadores", avaliou Nespolo.

Muro na Esplanada dos Ministérios vai separar militantes

Em Brasília, com atos de militantes pró e contra o impeachment previstos para o mesmo espaço, um grupo de presidiários foi designado para montar um muro com tapumes na Esplanada dos Ministérios, com o objetivo de separar os manifestantes e evitar conflitos. Os trabalhos começaram ontem.
Além disso, está programado um forte esquema de policiamento para garantir a segurança das pessoas, o que deve envolver mais de 4 mil policiais em Brasília. O trânsito será desviado e terá operações especiais nos próximos dias. Por conta do clima de tensão, agentes policiais e do Corpo de Bombeiros já foram deslocados para o entorno do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.
Do lado direito da Esplanada, ficarão os manifestantes que pedem o impeachment de Dilma. Do lado esquerdo, estarão aqueles que defendem a continuidade do governo. O "muro do impeachment" só deverá ser desmontado no fim da votação pela Câmara. O processo deverá ocorrer entre os dias 15 e 17 de abril (sexta e domingo).
Em meio aos turistas que sempre visitam a Esplanada dos Ministérios nos fins de semana, os presidiários avançaram, neste domingo, com a instalação dos tapumes, que deverão chegar até a rodoviária de Brasília, no fim da Esplanada.
Membros do movimento Vem Pra Rua (VPR) e Movimento Brasil Livre (MBL) principais organizadores dos atos pelo impeachment fixaram ontem três painéis no gramado em frente ao Congresso, com uma previsão do placar da votação do impeachment: segundo estimativa do VPR, 286 deputados votarão a favor do impeachment, 115 contra, e 112 estão indecisos. São necessários 342 votos para a presidente ser afastada.
Ativistas também instalaram placas menores com as fotos dos deputados e seu respectivo posicionamento em relação ao afastamento. Participante dos atos contra Dilma, o estudante e empresário Vinícius Carvalho afirma que, além de pressionar parlamentares, o objetivo do placar "é mostrar para a população a quantas estamos de estimativa e também dar transparência, conscientizar para as próximas eleições".
A Frente Brasil Popular está convocando militantes para comparecerem aos arredores do Congresso no domingo. Segundo Claudir Nespolo, da CUT, mil ativistas estão acampados na Esplanada.
Embora não tenha uma decisão oficial sobre a ocupação das galerias, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, indicou que o acesso aos 250 assentos não deve ser liberado para militantes.