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Política

- Publicada em 07 de Abril de 2016 às 18:25

Sócio de Youssef confirma transferência para Cunha

 leonardo meirelles foto Nilson Bastian  Câmara dos Deputados

leonardo meirelles foto Nilson Bastian Câmara dos Deputados


NILSON BASTIAN/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
O doleiro Leonardo Meirelles afirmou, nesta quinta-feira, em depoimento no Conselho de Ética da Câmara, que o doleiro Alberto Youssef, seu sócio, confirmou a ele que repassou cerca de US$ 5 milhões ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a mando do lobista Júlio Camargo. Meirelles disse que o montante foi repassado ao peemedebista em espécie, já transformados em reais.
O doleiro Leonardo Meirelles afirmou, nesta quinta-feira, em depoimento no Conselho de Ética da Câmara, que o doleiro Alberto Youssef, seu sócio, confirmou a ele que repassou cerca de US$ 5 milhões ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a mando do lobista Júlio Camargo. Meirelles disse que o montante foi repassado ao peemedebista em espécie, já transformados em reais.
O doleiro afirmou não ter, "a princípio", conhecimento de ter feito transferências bancárias de contas de suas empresas para contas do presidente da Câmara no exterior, nem saber se Cunha tem contas secretas fora do País. O peemedebista é alvo de processo no Conselho de Ética sob acusação de ter mentido durante depoimento à CPI da Petrobras na Câmara em 2015 a respeito da existência de contas secretas no exterior. Investigações da Operação Lava Jato apontam, contudo, que Cunha possui contas na Suíça que foram supostamente abastecidas por recursos desviados da petrolífera brasileira.
Em abril de 2012, Youssef chamou o doleiro em seu escritório para informar que cerca de US$ 5 milhões seriam depositados em contas de Meirelles no exterior, afirmou o depoente. Youssef disse, segundo o doleiro, que ele deveria providenciar contratos fictícios de prestação de serviço para justificar a transferência. Segundo Meirelles, o contrato fictício teria sido celebrado em maio de 2012, e o dinheiro foi enviado para contas dele por meio de três transferências: duas de cerca de US$ 2,4 milhões feitas em 8 de junho e 28 de outubro de 2012, e outra de US$ 400 mil feita em 7 de novembro daquele ano.
Meirelles disse que, devido ao alto valor do montante, Youssef confirmou que os cerca de
US$ 5 milhões que seriam depositados viriam de Júlio Camargo, mas não comentou os motivos que levaram o lobista a pedir para fazer a transferência. Em depoimento no âmbito da Lava Jato, Julio Camargo disse ter pago US$ 5 milhões a Cunha. Segundo o lobista, o presidente da Câmara o teria pressionado a transferir o montante como pagamento por ter ajudado a viabilizar contratos de navios-sonda de empresas coreanas e japonesas com a Petrobras. Após receber o dinheiro no exterior, o doleiro Meirelles disse que "arrecadou" os cerca de US$ 5 milhões em reais e levou para o escritório de Alberto Youssef. De acordo com Meirelles, o valor em espécie foi levado ao Rio de Janeiro pelo ex-policial federal Jaime Careca - que atuava como entregador de Youssef.
O presidente da Câmara dos Deputados afirmou, nesta quinta-feira, que o depoimento de Meirelles foi "absolutamente desnecessário". Segundo o peemedebista, o doleiro não trouxe nenhum fato novo. "Não existe ali nem um fato, quem dirá prova. É sempre uma tentativa de me atribuir coisas as quais eu não sou partícipe", afirmou Cunha em entrevista coletiva.
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