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Opinião

- Publicada em 29 de Abril de 2016 às 17:03

País não pode aceitar complacência com corrupção

É triste a constatação, mesmo se sabendo que a corrupção existe em todas as partes do mundo, mas a que nos machuca a consciência e atormenta a vida nacional é aquela que ocorre no Brasil. Ao contrário do que se imagina, quanto mais burocratizada uma área pública visando acabar com desvios de conduta, aí mesmo parece que ela, a corrupção, enraíza-se e fica mais fácil. Isso desanima a autoestima coletiva. Parece, então, que a corrupção está na cultura brasileira.
É triste a constatação, mesmo se sabendo que a corrupção existe em todas as partes do mundo, mas a que nos machuca a consciência e atormenta a vida nacional é aquela que ocorre no Brasil. Ao contrário do que se imagina, quanto mais burocratizada uma área pública visando acabar com desvios de conduta, aí mesmo parece que ela, a corrupção, enraíza-se e fica mais fácil. Isso desanima a autoestima coletiva. Parece, então, que a corrupção está na cultura brasileira.
Temos a tendência de pensar que esta ou aquela instituição é corrupta. Mas não é bem assim, pois nem no Executivo, no Legislativo ou no Judiciário temos estruturas corruptas, mas sim pessoas corruptas. E isso existe em qualquer lugar. Nas famílias, na vizinhança do local em que moramos, em empresas de todos os ramos e até nas universidades. Nenhum de nós está livre de desvio de conduta, o que nos protege são os exemplos sadios da família, da boa educação no amplo sentido da palavra, da punição aos que agem de má-fé e, principalmente, aos que desviam o dinheiro oficial, que é do povo, do público, que paga imposto de renda alto e muito tributo sobre o consumo, não sobre a renda.
No entanto, há certos setores em que saber de malfeitos nos desanima e leva ao desalento, ficando alguns, como dizia Ruy Barbosa, com vergonha de serem honestos. Entende-se bem a sensação de impotência que o cidadão comum sente ao ver se agigantar tantas denúncias de corrupção ou de total falta de ética no trato da coisa pública. Porém, temos que começar a raciocinar sobre quem compõe, elege e mantém essas instituições que somos nós todos, membros da população. O povo, enfim. Reclamar de certos políticos e, incoerentemente e de maneira absurda, votar neles nas próximas eleições é um desses descalabros da cidadania que é a base de desmandos que são noticiados semanalmente.
A Polícia Federal, outra vez ela, continua prendendo gente do alto escalão da administração, incluindo-se aí líderes empresarias, lastimável. É o velho costume em certos nichos públicos, quando colocam-se dificuldades para vender facilidades.
Parece que quanto mais divulgação na mídia a pessoa tem, não importando por qual motivo, inclusive altamente escuso, ela ganha a visibilidade que justamente a tornará elegível, escolhida, ungida e nomeada para certos postos na administração pública ou privada. Começa aí o grande enredo da corrupção nacional. De acordo com o artigo 54 da Constituição, deputados e senadores não podem firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público e ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada. Apesar da clareza do artigo, o governo aceita esses negócios desde que o parlamentar se licencie e se afaste da administração da empresa. Quando vamos mudar este quadro de leniência com os corruptos? Um exemplo acabado da fragilidade legal é a permanência do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na presidência da Câmara Federal, quando há processo contra ele no Supremo Tribunal Federal. No Brasil da piada, absolve-se um menor que matou o pai e a mãe quando ele pede clemência porque, afinal, agora é órfão...
Assim, se há algo que caiu no gosto dos brasileiros são as ações da Operação Lava Jato. Hoje, ela própria é intocável, além dos seus executores.
 
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