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Opinião

- Publicada em 18 de Abril de 2016 às 18:36

Votar bem ao Legislativo é fundamental para o País

A sessão da Câmara dos Deputados em que ocorreu a votação sobre a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) teve uma audiência incomum para o Legislativo. Obviamente, a decisão interessava a todos os brasileiros, mas o fato de ter sido transmitida em TV aberta - um fato raro - possibilitou que milhões de pessoas pudessem acompanhá-la.
A sessão da Câmara dos Deputados em que ocorreu a votação sobre a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) teve uma audiência incomum para o Legislativo. Obviamente, a decisão interessava a todos os brasileiros, mas o fato de ter sido transmitida em TV aberta - um fato raro - possibilitou que milhões de pessoas pudessem acompanhá-la.
Independentemente da posição em relação à presidente Dilma - seja de apoio ao impeachment ou contrário a ele -, a impressão que a população ficou dos parlamentares foi negativa. Nesse aspecto, não houve discordância. Foi isso que se viu nas conversas em família, nas empresas e nas redes sociais. Teve até piadas, comparando o momento do voto a recados de programas infantis.
Mas a surpresa desagradável não decorreu só das falas anteriores ao anúncio do "sim" ou "não" ao pronunciamento sobre impeachment. Muito contribuiu para essa má impressão o comportamento dos deputados federais em plenário. Parece que o chamado decoro parlamentar foi esquecido.
E aqui não há referência a empurra-empurra, gritos e discussões acaloradas que, embora não devam ser elogiados, podem acontecer em uma sessão tensa, polarizada e que definia o futuro do Brasil. Tampouco se está criticando conversas ao telefone ou vídeos dos deputados com relatos das sessões. Apesar de o momento ser questionável, é admissível a argumentação de que os parlamentares estavam articulando para a votação ou se comunicando diretamente com seus eleitores pela internet.
O que se estranha é ver um deputado postar-se propositalmente ao fundo da tribuna para aparecer na transmissão atrás do orador - com direito a conferida no telão do plenário, para ver se está mesmo no quadro da câmera, sem falar nos risos e acenos. Ou então as selfies, feitas inclusive durante o pronunciamento do relator, Jovair Arantes (PTB-GO), que explicava por que entendeu que as pedaladas fiscais configuram crime de responsabilidade.
E essa conduta não foi exceção. Houve dezenas de casos como esses. A multidão de parlamentares espremida atrás do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para aparecer quando se iniciaram os trabalhos foi um péssimo cartão de visitas. Mas o pior foram os discursos vazios, com homenagens a familiares ou citações religiosas.
Em um momento em que o Congresso Nacional, assim como a classe política como um todo, vive uma crise de credibilidade, a sessão de domingo piorou ainda mais a imagem do Legislativo. Nosso Parlamento, aliás, foi alvo de críticas dos maiores veículos da imprensa internacional, inclusive pelo The New York Times, que, sem meias palavras, caracterizou líderes políticos como "criminosos", inclusive Eduardo Cunha.
A questão é que esses integrantes da Câmara dos Deputados foram eleitos por nós, brasileiros. E até sobre o presidente da Casa temos responsabilidade, pois sua eleição ao comando da Câmara passou por todos os parlamentares, inclusive os gaúchos.
A mudança dessa situação passa pela valorização do voto ao Legislativo, normalmente relegada a um segundo plano, a ponto de muitos escolherem o candidato enquanto se dirigem para a seção eleitoral.
Até pelo sistema presidencialista, muito se destaca a escolha dos cargos do Executivo - presidente, governador, prefeito -, mas esquece-se que o representante no Legislativo decide questões cruciais. Um exemplo foi a votação de domingo.
Por isso, é hora de cada cidadão passar a prestar mais atenção ao Legislativo. A começar pelas próximas eleições municipais, escolhendo com critério um vereador, que toma decisões importantes para a cidade.
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