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Opinião

- Publicada em 17 de Abril de 2016 às 19:06

Após a decisão, que venha a retomada econômica

Pelas deserções partidárias ao longo da semana passada, a votação sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados foi apenas a confirmação de que o apoio da maioria dos parlamentares ao governo estava sumindo.
Pelas deserções partidárias ao longo da semana passada, a votação sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados foi apenas a confirmação de que o apoio da maioria dos parlamentares ao governo estava sumindo.
O Brasil vive um novo momento decisivo em sua vida político-institucional. Os fatos que alimentaram a insatisfação e a vontade pela destituição da presidente são mais do que lamentáveis. Eles vêm se acumulando desde o episódio conhecido como mensalão, há cerca de 10 anos, e que levou muitos dos seus personagens para o desterro político e, alguns, para a cadeia.
Muitos criticam o processo de impeachment, pois as chamadas "pedaladas fiscais" teriam sido, tão somente, uma tecnicalidade, não configurariam crime de responsabilidade. Mas foram impróprias, e esse detalhe contábil deu a razão do pedido de impeachment, embora alimentado com outros fatos.
O pior foi o petrolão, uma ardilosa cadeia de corrupção na empresa orgulho do Brasil, a Petrobras. As maiores empreiteiras do País passaram a distribuir entre si obras e fornecimentos para a estatal, sempre com preços superfaturados. Depois, os valores excessivos eram irmãmente distribuídos entre partidos que detinham o poder de indicar diretores da Petrobras.
O motivo do pedido de impeachment não foi o escândalo da Petrobras, mas contaminou, irremediavelmente, a opinião pública e, nela incluídos, os parlamentares. Causou desconforto o tamanho da vigarice que arrasou com a autoestima nacional.
Se o impedimento for confirmado pelo Senado e até mesmo antes disso, que sejam retomadas decisões para alavancar, novamente, a economia. Junto, as reformas pedidas há anos e que são postergadas, prejudicando o bom andamento das instituições.
Os brasileiros sofrem e, diuturnamente, trabalham em busca do seu sustento. Mas veem a inflação dos alimentos ser muito superior ao Índice de Preços ao Consumidor no Atacado (IPCA), ao lado do desemprego que grassa, principalmente, entre os homens com mais de 50 anos.
Por isso, rogam que, passado o turbilhão do impeachment, as mentes da classe política, do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, apoiadas pelos empresários e empregados que também sofrem com os desequilíbrios financeiros, possam apontar rumos para a retomada do crescimento.
No entanto, a provável troca de comando no País não pode acarretar o fim de programas pela inclusão na educação, contra as desigualdades sociais, pela moradia e por uma política externa sem subserviência aos Estados Unidos ou à União Europeia.
Estamos chegando ao ápice de mais uma etapa dolorosa vivida pelo Brasil, em meio aos estertores de um sistema de governança de coalizão partidária que fragmentou-se, inapelavelmente, ao longo do processo de impeachment.
Hoje, os governos têm que pactuar com dezenas de partidos. Aí chegam os acordos sobre nomeações para cargos em estatais e ministérios, verbas para obras nas bases de parlamentares e, desta forma, vai sendo pavimentada uma situação que torna o primeiro mandatário do País refém de um modelo superado e que abre caminho para desvios de conduta, quando não para a mais deslavada corrupção.
Que a partir da decisão da Câmara, o País consiga retomar a economia. O Brasil cansou do modelo que, o impeachment provou, faliu. Acabou.
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