Na esteira de uma grande jornada de combate à corrupção na política brasileira, onde fica evidenciada a participação de empreiteiras, partidos políticos, bancos e financeiras numa enormidade de transferências de recursos de mão em mão, como se bilhões de reais pudessem, legalmente, ser transferidos de titularidade sem qualquer controle ou sem estar sujeitos aos órgãos de fiscalização oficial, fica uma pergunta: se para descontar um cheque de R$ 100,00 preciso informar ao caixa do banco o número do meu CPF, como conseguem manipular tanto dinheiro sem controle? A resposta a que se chega é de que, por trás de toda movimentação financeira, existe um sistema de sonegação de impostos que não aparece como crime tão reprovável como o anterior.
A sonegação de impostos é sete vezes maior que a corrupção, trazendo na sua esteira um prejuízo muito maior à população, que realmente necessita dos serviços públicos. Caixa-2 em campanha eleitoral, transferências de valores entre paraísos fiscais, pagamento de serviços não realizados ou concorrências previamente acertadas entre prestadores de serviços, compra de votos, corrupção de servidores públicos, nenhum destes crimes seria possível se não houvesse a sonegação fiscal.
Não será possível combater todos os crimes relacionados se o Estado não conseguir aprovar leis e montar estruturas capazes de realmente combater um crime que existe em todas as esferas e está diretamente relacionado a todos os outros.
Vice-presidente do Afocefe Sindicato