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Geral

- Publicada em 22 de Abril de 2016 às 19:25

Reintegração da São Luis deve acontecer amanhã

Área de 13 hectares na Capital está sendo utilizada pela comunidade há quatro anos

Área de 13 hectares na Capital está sendo utilizada pela comunidade há quatro anos


JONATHAN HECKLER/JC
Jessica Gustafson
A ocupação São Luis, localizada na divisa entre a Capital e o município de Alvorada, enfrenta uma nova batalha para permanecer na área de 13 hectares. Esta é a segunda vez que a Justiça determina a reintegração de posse do local. A primeira foi revertida. A segunda, ainda não.
A ocupação São Luis, localizada na divisa entre a Capital e o município de Alvorada, enfrenta uma nova batalha para permanecer na área de 13 hectares. Esta é a segunda vez que a Justiça determina a reintegração de posse do local. A primeira foi revertida. A segunda, ainda não.
Os moradores estão assustados com a possibilidade de verem suas casas destruídas amanhã, data marcada para a retirada da comunidade. Já foram avisados que só os móveis podem ser retirados. "Perguntamos para onde iríamos, disseram que para o mesmo lugar de onde viemos", lamenta o líder comunitário Leandro Ribas. Ele relata que o terreno ocupado não tinha uso quando as famílias começaram a se estabelecer. "Desde que entramos na área, tivemos interesse em comprá-la. Temos uma cooperativa formada, contudo, a situação é complicada. Quem reivindica a propriedade não é o proprietário, mas uma pessoa que tem a posse. Nunca descobrimos quem é o dono", explica.
Ao longo de quatro anos, cerca de 350 famílias construíram na área as suas residências, formaram uma comunidade de 2 mil pessoas e organizaram sua vida na região. A moradora Maria Helena Alves conta que as mães estão preocupadas com a frequência escolar dos filhos. "Mais de 200 crianças estudam em escolas próximas. Na segunda e terça-feira, as aulas foram canceladas por conta da reintegração", afirma.
Na sexta-feira, foi realizada uma reunião com o desembargador que vai julgar hoje o agravo de reversão da reintegração. Este é de autoria de Paulo Martins Garcia, morador da ocupação junto com cinco filhos, e herdeiro de uma parte do terreno. Entretanto, ele nunca pode tomar posse de sua área, uma vez que está sendo utilizada pela pessoa que ingressou com o pedido de retirada das famílias. "Ele nunca morou ali, só está explorando a área. O terreno é da minha família desde 1919, e eu nunca consegui entrar. Agora, ele quer a reintegração de todos os 13 hectares, sendo que só usa uma pequena parte", conta Garcia.
A situação, embora preocupante, não é a única na Capital. Estima-se que cerca de 350 mil pessoas vivam em ocupações ou moradias irregulares em Porto Alegre, de acordo Paulo Rene Soares Silva, advogado dos moradores. No Brasil, o déficit de casas ultrapassa 6 milhões. O problema social, embora admitido pelos gestores públicos, parece não ganhar a atenção merecida. É raro ouvir falar sobre a entrega de moradias sociais. Em contrapartida, os conflitos relacionados ao tema só aumentam. Silva acredita que, até a metade do ano, o Judiciário abra uma Vara Especializada em Conflitos Fundiários, que privilegia a conciliação para a resolução dos impasses.
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