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Economia

- Publicada em 28 de Abril de 2016 às 18:26

Grandes bancos da China reduzem reservas para garantir mais empréstimos

Estadão Conteúdo
Diante de um quadro de desaceleração no crescimento econômico da China, os maiores bancos do país têm reduzido a quantidade de dinheiro que deixam como reserva para cobrir empréstimos inadimplentes. A estratégia, porém, representa novos riscos para as instituições.
Diante de um quadro de desaceleração no crescimento econômico da China, os maiores bancos do país têm reduzido a quantidade de dinheiro que deixam como reserva para cobrir empréstimos inadimplentes. A estratégia, porém, representa novos riscos para as instituições.
O lucro divulgado pelos maiores bancos nesta semana para o primeiro trimestre mostrou uma leve alta na comparação com igual período do ano passado. Mais liquidez do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) e uma recuperação impulsionada por estímulos encorajaram bancos a realizar mais empréstimos.
O Industrial & Commercial Bank of China afirmou nesta quinta-feira que seu lucro aumentou 0,6% no primeiro trimestre, na comparação com igual período do ano passado, para cerca de 74,8 bilhões de yuans (US$ 11,5 bilhões). Mais cedo nesta semana, o Bank of China afirmou que teve um aumento de 1,7% em seu lucro, uma reação, ainda que modesta, para um banco que no terceiro trimestre do ano passado teve queda de 1,5% no lucro, seu primeiro declínio em cinco anos.
Os bancos continuaram a reduzir o montante de suas reservas para lidar com os empréstimos inadimplentes, como têm feito nos últimos anos. Mas pela primeira vez o nível recuou para abaixo do mínimo de 150% do montante de empréstimos inadimplentes que o governo exige que os bancos mantenham para salvaguardar sua capacidade de lidar com perdas.
O ICBC, maior banco do mundo em ativos, disse em relatório que sua taxa desse colchão ficou em 141%. O Bank of China, quarto do país, disse que reduziu essa provisão para 149% no primeiro trimestre, de 153% no fim de 2015. A Comissão Regulatória Bancária da China não emitiu uma diretriz sobre o assunto nem respondeu aos pedidos de entrevista. Os bancos têm feito lobby com reguladores há meses para reduzir esse montante exigido, a fim de liberar mais caixa e elevar os lucros.
O Bank of China disse em e-mail que reduziu o montante porque está acelerando a execução de empréstimos inadimplentes. Qualquer aparente afrouxamento nessa política, segundo analistas, parece algo pontual. O China Merchants Bank Corp., sexto maior banco do país, disse que sua taxa de cobertura estava em 183,3% no primeiro trimestre, acima dos 179% do fim de 2015.
Um relaxamento na exigência de dinheiro guardado para lidar com empréstimos inadimplentes poderia ser um impulso para os lucros dos maiores bancos. "Isso ajudaria a lucratividade no curto prazo", disse Jonas Short, analista do banco de investimentos North Square Blue Oak. "No longo prazo, porém, isso realmente cria um risco sistêmico, porque cria um risco moral", acredita.
O PBoC acrescentou 6,6 trilhões de yuans em crédito para o sistema financeiro no primeiro trimestre. Analistas dizem que o banco central busca um equilíbrio entre fornecer liquidez suficiente para impulsionar os empréstimos, sem fazer com que os empréstimos cresçam em um ritmo demasiado rápido. Segundo o analista sênior Wei Hou, da Bernstein Research, os maiores bancos estatais responderam à política com crescimento contido nos empréstimos. "Eles estão se mostrando mais cautelosos e seletivos nos empréstimos a clientes, especialmente em seu negócio bancário corporativo", disse ele.
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