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Energia

- Publicada em 01 de Maio de 2016 às 21:57

CEEE-D vai ampliar ações para combater as fraudes

Ligações irregulares, conhecidas como gatos, são crime de furto

Ligações irregulares, conhecidas como gatos, são crime de furto


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) assumiu como uma estratégia fundamental a redução das perdas não técnicas (avarias ou fraudes, conhecidas popularmente como "gatos") registradas pela empresa. A estatal passará da realização de 30 mil fiscalizações em campo ao ano para 140 mil ações.
A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) assumiu como uma estratégia fundamental a redução das perdas não técnicas (avarias ou fraudes, conhecidas popularmente como "gatos") registradas pela empresa. A estatal passará da realização de 30 mil fiscalizações em campo ao ano para 140 mil ações.
Como essa medida será intensificada a partir deste segundo semestre, para este ano, o diretor de distribuição da CEEE-D, Júlio Elói Hofer, estima fazer cerca de 70 mil fiscalizações, alcançando o patamar de 140 mil em 2017. O dirigente revela que as perdas não técnicas significam cerca de R$ 200 milhões em energia que deixa de ser faturada pela empresa ao ano.
A CEEE-D também terá apoio da tecnologia para diminuir os impactos com as irregularidades. Hofer adianta que serão implementados canais de comunicação on-line (através da conexão com os medidores de energia) com consumidores que representam praticamente 50% do faturamento da distribuidora. "Todos os grandes clientes terão equipamentos conectados on-line, será um sistema de acompanhamento e fiscalização eletrônica", reforça o diretor. A ação prevê o recebimento de dados informatizados desde os pontos de entrada de energia no sistema da CEEE-D até o medidor do consumidor.
Além disso, a companhia fará uma campanha midiática sobre os "gatos". Hofer ressalta que a fraude é um crime de furto, que pode implicar uma pena de quatro a oito anos de prisão. Quanto a pequenos consumidores que apresentam dificuldades econômicas e que adotam a prática ilícita, o diretor defende a regularização através do programa Energia Legal promovido pela concessionária.
Outro interesse da CEEE-D é aprimorar seus indicadores de qualidade de fornecimento de eletricidade, uma cobrança da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reguladora do setor elétrico. Hofer recorda que, para melhorar o atendimento, foi estabelecido um plano estratégico fundamentado em quatro pilares: pessoas, processos, resultado e tecnologia.
Quanto ao quesito pessoal, foi focado envolvimento, motivação e trabalho em conjunto. Hoje, a CEEE-D conta com aproximadamente 1,3 mil funcionários próprios e em torno de 2 mil terceirizados. Na área da tecnologia, uma das novidades é o sistema chamado Solução de Despacho Móvel (SDM).
A ideia é digitalizar e informatizar toda a relação de gestão e logística das equipes de agentes da CEEE-D em campo. Ao invés de ser entregue uma ordem de serviço manual, o comando é digitalizado em um tablet, e o operador monitora a equipe por radiofrequência, GPRS ou satélite, o que torna o trabalho mais eficiente e produtivo. A meta é tornar todo o processo digitalizado até meados de 2017. O investimento na iniciativa é de cerca de R$ 12 milhões.

Área de distribuição projeta investir em torno de R$ 200 milhões em 2016

 diretor de distribuição do Grupo CEEE, Júlio Elói Hofer, crédito das fotos Guga Marques Grupo CEEE

diretor de distribuição do Grupo CEEE, Júlio Elói Hofer, crédito das fotos Guga Marques Grupo CEEE


GUGA MARQUES/GRUPO CEEE/DIVULGAÇÃO/JC
Para este ano, a estimativa da CEEE-D, de acordo com o diretor de distribuição da estatal, Júlio Elói Hofer, é aplicar aproximadamente R$ 200 milhões na sua área de distribuição. Os recursos serão empregados em obras para tornar mais robusta a infraestrutura da concessionária gaúcha.
O dirigente admite que ainda há locais, como as zonas Sul e Norte de Porto Alegre, que apresentam equipamentos muito próximos do limite de carga. Entre os projetos que poderão beneficiar esses lugares estão as subestações Rincão e Restinga (na região Sul) e a subestação Aeroporto (na Norte). Os dois primeiros empreendimentos verificam um estágio adiantado de desenvolvimento, e o último terá que ser relicitado devido a problemas econômicos apresentados por uma empresa envolvida com a obra.
Apesar de ainda ter "gargalos" a serem resolvidos, a CEEE-D vem percebendo avanços no que diz respeito aos seus "termômetros" de qualidade. No indicador Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (DEC), a concessionária obteve uma redução de 37% de 2014 para 2015, passando de 27,45 horas/ano para 17,08 horas/ano. Já quanto à Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora (FEC), a diminuição foi de 33%, passando de 17,66 o número de vezes de interrupções para 11,70. Para 2016, o objetivo da distribuidora é baixar o DEC para 11,51 horas e o FEC para 9,71 interrupções.
Com os resultados conquistados, a CEEE-D teve ganhos quanto ao Desempenho Global de Continuidade (DGC), que é a média ponderada do DEC e do FEC. Em 2014, em um ranking de 63 distribuidoras brasileiras estipulado pela Aneel, a estatal aparecia na posição 60, sendo que apenas três empresas estavam em condições piores (CEA, CEAL e CELG-D). Já em 2015, a CEEE-D evoluiu, ficando na posição de 51 (percentualmente, a companhia foi a que apresentou a maior melhora quanto ao DGC, com um avanço de 30%).
No começo deste ano, a estatal já se encontrava no 49º lugar (as outras duas grandes distribuidoras do Rio Grande do Sul, AES Sul e RGE, estavam, respectivamente, nas colocações 52 e 33). A CEEE-D tem um alvo ousado para os próximos anos. Hofer espera que, em 2019, a concessionária esteja entre as 10 melhores companhias do Brasil nesse quesito.