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Economia

- Publicada em 27 de Abril de 2016 às 22:01

Zona Sul do Estado perde R$ 500 milhões com chuva

 eco reunião Seapa crédito Fernando Kluwe Dias

eco reunião Seapa crédito Fernando Kluwe Dias


FERNANDO KLUWE DIAS /DIVULGAÇÃO/JC
Guilherme Daroit
As chuvas que atingem a Zona Sul do Estado nos últimos dias deixam rastros preocupantes para a agricultura, principal atividade econômica da região. Segundo levantamento da Emater, apenas até terça-feira (26/4), as perdas já passavam de R$ 506,2 milhões, principalmente nas lavouras de soja e arroz. E a expectativa é de que esse número continue crescendo.
As chuvas que atingem a Zona Sul do Estado nos últimos dias deixam rastros preocupantes para a agricultura, principal atividade econômica da região. Segundo levantamento da Emater, apenas até terça-feira (26/4), as perdas já passavam de R$ 506,2 milhões, principalmente nas lavouras de soja e arroz. E a expectativa é de que esse número continue crescendo.
A situação motivou, ontem, uma reunião entre órgãos do governo, prefeituras, entidades agrícolas e instituições financeiras para procurar alternativas que minimizem os estragos.
Segundo o presidente da Associação dos Municípios da Zona Sul (Azonasul) e prefeito de Morro Redondo, Rui Brizolara, o maior problema não é nem a intensidade das precipitações, mas a persistência da chuva desde pelo menos o último dia 15. Por conta disso, em um momento crucial para a colheita da soja, os produtores da região não estão conseguindo extrair os grãos. "Sabemos que os prejuízos vão aumentar, pois há muitas lavouras que hoje parecem que podem ser colhidas, mas depois vamos descobrir que na verdade já estão perdidas", comenta Brizolara.
Por conta disso, o encontro realizado na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi) teve como principal objetivo sensibilizar os bancos financiadores para a situação complicada dos produtores. "Sem exagero, é uma situação de calamidade que vive a região, com perdas de culturas que vão gerar desdobramentos sérios no futuro", defendeu o titular da pasta, Ernani Polo. O secretário lembrou que a região é recente no ramo, e portanto, além dos custeios, muitos agricultores ainda pagam por pesados investimentos que fizeram para viabilizar os terrenos.
Além desse caso, segundo Polo, a preocupação cresce, pois existem diferentes situações. Há produtores que empenharam a produção com contratos futuros e agora não conseguirão entregar o prometido, agricultores que não possuem cobertura de seguros e mesmo aqueles que estão segurados, mas, por motivos técnicos, podem não receber a compensação. Quem colheu uma parte de sua área antes das chuvas, por exemplo, pode não receber o seguro, pois a liberação do mesmo depende de perícia técnica que comprove os problemas.
Os representantes dos bancos (Banco do Brasil, Caixa, Banrisul e Sicredi) foram unânimes em solicitar que os produtores comuniquem suas perdas o mais rápido possível às agências, antes que os débitos vençam. As instituições também lembraram que podem, por conta da legislação do crédito rural, estender as dívidas por até mais cinco anos, ou, no caso dos investimentos, jogar as parcelas dessa temporada para o fim do contrato. Em alguns casos, que envolvem créditos do Bndes, a renegociação depende de autorização do órgão federal.
A reunião também encaminhou a necessidade de urgência nos pedidos de situação de emergência dos municípios, que dariam acesso a verbas extraordinárias federais, além de facilitar as renegociações dos débitos dos agricultores.
O gerente adjunto da Emater de Pelotas, Ronaldo Maciel, lembrou que, no ano passado, a essa altura já estavam colhidas 88% da área plantada de soja e 95% do arroz. Neste ano, os percentuais não passam de 24% e 52%, respectivamente. "A cada dia que passa, aumentam as perdas, que passarão dos R$ 600 milhões", projeta Maciel. Outro problema relatado é com a qualidade dos grãos. Entre as lavouras em que foi possível fazer a colheita, mais de 30% dos grãos estão sendo entregues avariados às cerealistas. A situação é problemática porque o máximo permitido para exportação via porto do Rio Grande é de 8%.
Os prefeitos ainda solicitaram outras providências ao governo do Estado, como a liberação dos recursos em atraso para saúde e educação, que permitiriam a alocação dos recursos municipais para a reparação dos estragos. Também pediram ajuda com máquinas e madeira para recuperação das vias.
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