O desemprego na região Metropolitana de Porto Alegre aumentou no mês de março, passando a atingir 10,7% da População Economicamente Ativa (PEA), ou 198 mil pessoas. Em fevereiro, a taxa havia ficado em 10,1%. Os dados foram apresentados ontem, em pesquisa realizada pela FEE, Dieese e FGTAS.
O aumento no número total de desempregados no mês, de acordo com a pesquisa, se deve ao fechamento de 2 mil postos de trabalho e do ingresso de 10 mil pessoas no mercado de trabalho à procura de emprego, explicou a economista Iracema Castelo Branco, coordenadora do Núcleo de Análise Socioeconômica e Estatística da FEE.
O ingresso de pessoas no mercado de trabalho pode estar relacionado com o contingente de pessoas que está no final do seguro desemprego e retorna na busca por trabalho. “Os últimos meses registraram a saída de pessoas do mercado de trabalho, o que estava relacionado com a aposentadoria e também com as pessoas que estavam sendo demitidas e não estavam procurando trabalho num primeiro momento. Em março, o incremento da PEA pode estar vinculado com as pessoas que foram demitidas um tempo atrás e que agora passam a procurar emprego novamente”, analisa Iracema.
A pesquisa mostrou ainda que em março o nível ocupacional se manteve estável, registrando redução de 9 mil ocupados na construção e aumento de 4 mil tanto no comércio quanto no setor de serviços. O nível ocupacional na indústria de transformação permaneceu estável.
Na comparação com março do ano passado, o setor privado reduziu 100 mil postos de trabalho com carteira assinada. Já o setor público diminuiu o número de pessoas ocupadas em 25 mil.
O rendimento médio real referente ao mês de fevereiro de 2016 apresentou redução para o total de ocupados (-1,9%), para assalariados (-2,5%) e para trabalhadores autônomos (-1,8%). Os salários já acumulam redução de 13,1% no comparativo de 12 meses. A economista Iracema Castelo Branco avalia que a redução de salários pode ser explicada por uma possível rotatividade nos locais de trabalho. “Algumas empresas demitem os trabalhadores com salários mais altos e contratam outros com salário inferior”, argumenta.