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IndústriA Automotiva

- Publicada em 25 de Abril de 2016 às 19:55

Brasil e Argentina discordam sobre o acordo automotivo

 Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro e ministro de Produção da Argentina, Francisco Cabrera. Crédito - Washington Costa - MDIC 2

Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro e ministro de Produção da Argentina, Francisco Cabrera. Crédito - Washington Costa - MDIC 2


WASHINGTON COSTA / MDIC 2/DIVULGAÇÃO/JC
Sem acordo para a prorrogação do acordo automotivo entre Brasil e Argentina, os governos decidiram convidar o setor privado para participar das discussões. Nesta segunda-feira, após uma reunião bilateral entre os dois países, em Brasília, os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Armando Monteiro, e o da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, afirmaram que o entendimento ainda está em discussão e que não há consenso sobre o tema.
Sem acordo para a prorrogação do acordo automotivo entre Brasil e Argentina, os governos decidiram convidar o setor privado para participar das discussões. Nesta segunda-feira, após uma reunião bilateral entre os dois países, em Brasília, os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Armando Monteiro, e o da Produção da Argentina, Francisco Cabrera, afirmaram que o entendimento ainda está em discussão e que não há consenso sobre o tema.
As montadoras serão convidadas já para a próxima reunião, ainda sem data. Cabrera avaliou a necessidade do convite ao setor, tendo em vista que a indústria tem "muito que acrescentar". "Formalizamos um comitê automotivo para uma agenda de convergência e para criar uma competitiva plataforma no setor", afirmou.
O acordo automotivo entre o Brasil e a Argentina, que termina em junho, continua sem uma definição para o futuro. Mas com um desenho de acordo de livre comércio entre o Brasil e o México em 2019 e entre a Argentina e o México na mesma data, Monteiro defendeu termos semelhantes entre o Brasil e a Argentina. "Achamos que é previsível e desejável para que tenhamos acordo de livre comércio com a Argentina", disse, otimista. O Brasil tem defendido o livre comércio no setor, o que significa a venda de veículos entre os países sem Imposto de Importação e sem cotas. O acordo em vigor prevê que, para cada US$ 1,5 milhão em carros e peças vendidos para a Argentina, o Brasil tem de comprar US$ 1 milhão do país vizinho, também sem o tributo. Acima desses valores, têm alíquota de 35%.
O ministro brasileiro ressaltou que os dois países devem encontrar, no curto prazo, um ponto de equilíbrio "que justifique a extensão do acordo que desejamos promover". O representante de Maurício Macri preferiu não detalhar a proposta apresentada ao governo brasileiro, enquanto Monteiro decidiu não criticar a proposta vigente. "Temos, no curto prazo, que definir a renovação do acordo existente", afirmou.
Em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ministro argentino ressaltou que há um reflexo na economia argentina, mas destacou que "esse é um tema interno do Brasil". "Não escapa à Argentina o impacto que está tendo a situação do Brasil", disse.
Na avaliação de Cabrera, os efeitos da situação do Brasil são os impactos no setor industrial da Argentina, já que 50% da produção industrial vai para o Brasil. "Esse fluxo comercial está sofrendo, estamos tratando de aguentar essa situação para seguir com a normalidade das nossas operações comerciais", afirmou. "Estamos trabalhando a respeito do setor automotivo, é um tema aberto para discussão, somos um novo governo, o Brasil é nosso sócio principal, e o setor automotivo é o mais importante", disse Cabrera.
Com o desembarque de alguns ministros da base do governo em meio ao impeachment da presidente, o ministro Armando Monteiro afirmou que seu retorno ao Senado Federal "se dará no momento próprio" e que, enquanto isso, o governo está na "plenitude de suas atribuições". "Estaremos trabalhando até o ultimo momento", disse.

Indústrias querem focar nas exportações como saída para crise, afirma presidente da Anfavea

 LINHA NEW FIT - DIVULGAÇÃO HONDA - PARA AUTOMOTOR.  LINHA DE PRODUÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, MONTADORA

LINHA NEW FIT - DIVULGAÇÃO HONDA - PARA AUTOMOTOR. LINHA DE PRODUÇÃO AUTOMOBILÍSTICA, MONTADORA


HONDA/DIVULGAÇÃO/JC
Sem a perspectiva de novas renúncias fiscais ou da facilitação de crédito ao consumidor para desovar os altos estoques de carros, as montadoras querem focar na exportação. A informação é de Antonio Megale, novo presidente da Anfavea, associação que reúne as fabricantes de automóveis. Megale, que atua no setor há 36 anos, ficará no cargo até 2019 e assume o posto no lugar de Luiz Moan. "Temos uma capacidade ociosa de 50%, é um número enorme. O mercado de exportações é uma excelente saída", disse.
Segundo Megale, a Anfavea está auxiliando o governo na negociação de novos acordos comerciais internacionais, além do fortalecimento dos que já existem. Entre os países com que o governo atua para acertar novos acordos estão Uruguai, Colômbia e Peru. Para Megale, a atual situação política não atrapalha o andamento dessas negociações internacionais.
Diante do impasse político no Brasil, o antigo desejo das montadoras de assinar um acordo de livre-comércio com a Argentina ficou mais uma vez para depois. Megale reconheceu a dificuldade de obter o livre-comércio neste momento e disse que, com isso, a prioridade agora é renovar o atual acordo, que expira em junho e impõe limites para exportação e importação.
"O nosso foco é sempre o livre-comércio, mas entendemos o momento que os países estão enfrentando. Então, estamos trabalhando com a renovação do acordo vigente. Os dois governos já estão sentados, sempre no sentido de que o acordo seja renovado. Os dois têm o maior interesse nisso", afirmou. Embora a Anfavea só tenha reconhecido agora a dificuldade de assinar um acordo de livre-comércio com a Argentina, as negociações já davam sinais de que iriam fracassar, em razão de uma resistência do governo argentino em aceitar as condições.
Agora, o maior desafio da Anfavea será convencer as partes envolvidas a assinar um acordo de maior duração, já que as últimas renovações foram feitas por somente um ano. "Precisamos de mais previsibilidade para trabalhar", justificou Megale. "Mas, no momento, talvez a gente não consiga um acordo de longo prazo", ponderou em seguida. Pelo acordo vigente, para cada US$ 1,5 milhão em carros e peças vendidos para a Argentina, livre de impostos, o Brasil tem de comprar US$ 1 milhão do país vizinho, também sem tributação. O que for além disso tem alíquota de 35%.
Sobre o desemprego nas montadoras, que demitiram massivamente nos últimos anos por conta do arrefecimento da demanda, Megale defendeu a adoção de novos programas para preservação do emprego, nos moldes do recente PPE (Programa de Proteção ao Emprego, que possibilita a redução da jornada e do salário), bem como a busca por maior flexibilidade na relação com os empregados.
Para o novo presidente da Anfavea, o PPE deveria deixar de ser uma medida provisória para se tornar definitiva. O programa, criado pelo governo para evitar demissões durante a crise, consiste na redução de salários e jornadas em até 30%, com metade da perda salarial compensada pelo governo. A medida, no entanto, foi criada para durar apenas dois anos, com previsão de acabar no fim de 2017. "Isso tem de ser uma política perene. Nós vamos sair dessa dificuldade, mas, lá na frente, isso poderá ocorrer de novo", disse.

No Rio Grande do Sul, 68,4 mil veículos foram financiados no primeiro trimestre deste ano

Os financiamentos de veículos no Rio Grande do Sul somaram 68.422 unidades novas e usadas nos três primeiros meses de 2016, queda de 19,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados consideram automóveis leves, motos e pesados.
Responsáveis por 64% dos financiamentos no Estado, os leves usados atingiram 43.620 unidades negociadas no mês.
O levantamento é da Unidade de Financiamentos da Cetip, que opera o maior banco de dados privado de informações sobre financiamentos de veículos do País, o Sistema Nacional de Gravames (SNG). No total, em março, foram financiadas 24.046 unidades, entre novas e usadas. Os automóveis leves registram 20.799 unidades vendidas a credito, sendo 15.056 unidades usadas e 5.743 novas; enquanto as motos somaram 1.804 unidades financiadas; e os pesados, 1.223.
A categoria de automóveis leves foi responsável por 86% do total de vendas a crédito no Estado, com 71.546 unidades negociadas. Além disso, foram financiados 7.109 motos e 4.386 pesados.
O volume de financiamento de veículos em todo o Brasil atingiu 1,1 milhão nos primeiros três meses do ano, fechando o trimestre em queda de 19,1% em relação ao mesmo período de 2015.
Em março, os veículos financiados somaram 410.271 unidades, entre automóveis leves, motocicletas, pesados e outros. Veículos novos somaram 163.725 unidades vendidas a crédito, enquanto os usados chegaram a 246.546.