Sem a perspectiva de novas renúncias fiscais ou da facilitação de crédito ao consumidor para desovar os altos estoques de carros, as montadoras querem focar na exportação. A informação é de Antonio Megale, novo presidente da Anfavea, associação que reúne as fabricantes de automóveis. Megale, que atua no setor há 36 anos, ficará no cargo até 2019 e assume o posto no lugar de Luiz Moan.
"Temos uma capacidade ociosa de 50%, é um número enorme. O mercado de exportações é uma excelente saída", disse.
Segundo ele, a Anfavea está auxiliando o governo na negociação de novos acordos comerciais internacionais, além do fortalecimento dos que já existem. Ele também disse ter "certeza" de que haverá a renovação do atual acordo com a Argentina, que vence em junho.
Entre os países que o governo atua para acertar novos acordos estão Uruguai, Colômbia e Peru. Para Megale, a atual situação política não atrapalha o andamento dessas negociações internacionais.
Sobre o desemprego nas montadoras, que demitiram massivamente nos últimos anos por conta do arrefecimento da demanda, Megale defendeu a adoção de novos programas para preservação do emprego, nos moldes do recente PPE (programa de proteção ao emprego que possibilita a redução da jornada e do salário):
"Sobre isso não temos nenhuma pauta com o governo. Estamos esperando a evolução do cenário político", afirma.