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Energia

- Publicada em 21 de Abril de 2016 às 22:35

Redução do uso de térmicas reflete no mercado de gás

Rede de gás natural passa por melhorias na Zona Sul de Porto Alegre

Rede de gás natural passa por melhorias na Zona Sul de Porto Alegre


MARCO QUINTANA/JC
A diminuição da geração termelétrica, devido ao refreamento da economia e à maior oferta de hidroeletricidade, tem proporcionado um alívio na conta de luz dos brasileiros. Entretanto, esse cenário causa impacto em outro setor da economia: o mercado de gás natural. Em fevereiro deste ano, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), foram consumidos 67,13 milhões de metros cúbicos/dia do insumo ante 68 milhões de metros cúbicos/dia em janeiro. A queda ainda é maior se comparada a fevereiro de 2015 (78,23 milhões de metros cúbicos/dia).
A diminuição da geração termelétrica, devido ao refreamento da economia e à maior oferta de hidroeletricidade, tem proporcionado um alívio na conta de luz dos brasileiros. Entretanto, esse cenário causa impacto em outro setor da economia: o mercado de gás natural. Em fevereiro deste ano, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), foram consumidos 67,13 milhões de metros cúbicos/dia do insumo ante 68 milhões de metros cúbicos/dia em janeiro. A queda ainda é maior se comparada a fevereiro de 2015 (78,23 milhões de metros cúbicos/dia).
O gerente de Planejamento Estratégico da Abegás, Marcelo Mendonça, destaca que já é percebida a redução do despacho termelétrico (o consumo de gás natural nesse segmento caiu 9,4% em fevereiro frente a janeiro e 30,1% na comparação com fevereiro do ano passado). O dirigente reforça que esse era um panorama previsto devido à recuperação dos reservatórios hidrelétricos e à diminuição do consumo de eletricidade, causada pela retração da economia. Em contrapartida, os dados de fevereiro apontam um crescimento do consumo de gás natural no País em quatro segmentos: automotivo, residencial, comercial e cogeração (produção combinada de calor e eletricidade). "Então, é positiva a recuperação dos demais mercados", complementa Mendonça.
Na área automotiva, o uso de Gás Natural Veicular (GNV) aumentou em todas as regiões do País em fevereiro, subindo 5% em relação a janeiro. A cogeração teve alta de 8,9% na comparação com janeiro deste ano e de 7,9% frente a fevereiro de 2015. Os segmentos residencial e comercial registraram os percentuais mais expressivos. No residencial, o consumo teve uma elevação de 28,6% em fevereiro ante janeiro e de 30,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o comercial verificou alta de 16,3% frente a janeiro e 10% na comparação com o mesmo mês em 2015. Mendonça enfatiza que os mercados residencial e comercial deverão continuar apresentando bons resultados em função de investimentos que as distribuidoras vêm realizando na captação de novos clientes.
No que se refere ao GNV, a previsão é também de expansão, porque há uma recuperação do número de conversões de veículos para o aproveitamento desse combustível. Segundo o gerente da Abegás, no primeiro trimestre deste ano, em relação à média do ano passado, houve um incremento na ordem de 25% das conversões.

Inatividade da usina AES Uruguaiana vai diminuir a comercialização da Sulgás no Estado

Como nas demais regiões do País, o fato de não ser necessário um enorme despacho térmico para satisfazer a demanda por energia faz com que a estimativa sobre as vendas de gás natural no Estado para este ano seja de queda em relação a 2015. No caso da distribuidora gaúcha Sulgás, o impacto será sentido porque a usina AES Uruguaiana não deverá entrar em operação em 2016.
Se for levada em conta apenas a expectativa quanto aos outros clientes (indústrias, residências, comércio etc.), a tendência é de um pequeno incremento, na ordem de 2% a 3%, projeta o presidente da estatal, Claudemir Bragagnolo. A classe que deve sair dessa linha é a residencial, que, provavelmente, terá um crescimento superior a 20%.
No ano passado, o volume médio comercializado de gás natural pela Sulgás subiu 22,3%, em relação a 2014. Apesar das dificuldades da economia, a distribuição de gás natural atingiu o recorde de 2.439.240 metros cúbicos/dia (resultado muito favorecido pelo fornecimento para a AES Uruguaiana), em 2015. Em março de 2016, o número já não era tão expressivo: cerca de 1,93 milhão de metros cúbicos diários. No entanto, é um desempenho 5,4% superior ao de fevereiro. Bragagnolo ressalta que a empresa está otimista quanto ao futuro e adianta que a companhia está revendo o plano de negócios previsto para este ano, para abranger uma região maior, expandindo a malha de gasodutos e atendendo a mais municípios. O replanejamento deve ser concluído até junho.
Inicialmente, a meta era agregar mais 90 quilômetros somente em 2016 na rede de gasodutos e aportar R$ 42 milhões. O presidente da Sulgás afirma que o aporte será superior, mas o montante específico dependerá do reposicionamento estratégico da concessionária. "Vamos investir muito na grande Porto Alegre, na Serra e em municípios que não alcançamos ainda", salienta o dirigente. A expansão da distribuidora beneficiará, principalmente, os mercados residencial, comercial e de GNV, pois, devido a um limite de oferta de gás natural no Estado, não é possível abastecer a mais consumidores termelétricos ou a uma vasta quantidade de indústrias. Na Capital, a empresa realiza obras para atender ao mercado residencial nos bairros Petrópolis, Santa Cecília e Menino Deus, além de melhorias na rede na Zona Sul.
De acordo com o gerente de Planejamento Estratégico da Abegás, Marcelo Mendonça, foram realizados estudos que apontam a necessidade de aumento de oferta de gás natural no Estado para atender à demanda local. Atualmente, a única fonte de alimentação do Rio Grande do Sul é o gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), restringido a uma capacidade de 2,5 milhões a 2,8 milhões de metros cúbicos diários de gás. Entre as opções para ampliar a disponibilidade do produto no Sul do País estão a expansão do próprio Gasbol, a construção de um gasoduto a partir de Uruguaiana e a implantação de um terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) na cidade de Rio Grande. Esse último projeto ainda não teve as obras iniciadas, mas teve o desenvolvimento do complexo anunciado pelo grupo gaúcho Bolognesi.
Mesmo com essa limitação, Mendonça esclarece que o mercado residencial, particularmente, por representar pouco consumo, pode continuar sendo expandido sem a necessidade de investimentos robustos na infraestrutura de fornecimento de gás natural. Porém, uma maior oferta é fundamental para outros clientes, como é o caso dos industriais.
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