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Comércio Exterior

- Publicada em 19 de Abril de 2016 às 19:12

Incertezas políticas no Brasil não dificultam negociações, diz Mdic

 VISITA AO TERMINAL DE  CONTÊINERES, O TECON, EM RIO GRANDE    NA FOTO: INSTALAÇÕES DO TERMINAL, CONTAINER,  CONTÊINERES, CAMINHÃO, GUINDASTE, GUINCHO, NAVEGAÇÃO, MARITIMA, BARCO, NAVIO, EXPORTAÇÃO, IMPORTAÇÃO, REBOCADOR, PLATAFORMA, CARGA, TRANSPORTE, CAIS, PORTO, REFRIGERAÇÃO

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MARCELO G. RIBEIRO/JC
O secretário de comércio e serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Marcelo Maia, afirmou, nesta terça-feira, que as incertezas políticas não estão atrapalhando as negociações comerciais do Brasil com mercados internacionais. A presidente Dilma Rousseff enfrenta um processo de impeachment no Senado e pode, ainda no mês de maio, ser afastada do cargo.
O secretário de comércio e serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Marcelo Maia, afirmou, nesta terça-feira, que as incertezas políticas não estão atrapalhando as negociações comerciais do Brasil com mercados internacionais. A presidente Dilma Rousseff enfrenta um processo de impeachment no Senado e pode, ainda no mês de maio, ser afastada do cargo.
"Não temos sentido isso nem das empresas nacionais nem dos outros governos. Temos uma interlocução grande com o setor privado e o comércio exterior é utilizado para se desprender um pouco dessas questões domésticas. E sabemos que a atividade tem potencial, também pela qualidade das empresas nacionais", declarou.
Maia ressaltou, entretanto, que a política de vendas externas não deve ser pontual, mas sim permanente. "É importante que estejamos sempre incluídos na cadeia de valor, porque os ganhos não são meramente financeiros, mas em tecnologias, tendências, processos, que podem ser utilizados para a melhoria da atividade interna", explicou Maia, completando que a retomada do processo de comércio exterior também é mais trabalhosa e custosa.
Questionado sobre se o câmbio atual prejudica as vendas externas brasileiras, o executivo disse acreditar que não. "Um câmbio a R$ 3,50 ainda é incentivador. Mas reitero que não podemos ter uma política de comércio exterior só por conta de câmbio. O comércio exterior não pode ser apenas uma tábua de salvação transitória. Deve ser política permanente de empresas e Estado", falou.
Maia participou do 7º Encontro Nacional de Comércio Exterior de Serviços (ENAServ2016), promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Ele representou o ministro Armando Monteiro, que precisou ficar em Brasília por conta de agenda.
O secretário comentou que o governo tem trabalhado para aumentar a corrente de comércio dos segmentos de serviços e comércio. O País é deficitário (US$ 2,2 bilhões em 2014 somente em serviço), ocupando, em 2014, a 31ª posição em exportações no comércio internacional e 17º em importador nesse segmento no mesmo ano.
Com os Estados Unidos, o Brasil quer inserir na pauta o comércio eletrônico, serviços profissionais e logística. "Com o mercado intensificamos as conversas na relação do País como um todo, principalmente na padronização. Não há um prazo, mas criamos agenda permanente com eles. Mas o setor de serviços e comércio tem muito potencial, porque não possui barreiras como essas", disse. Os mesmos segmentos estão sendo trabalhados com o México.
Já com o Peru, o Mdic espera que até junho, quando haveria janela entre o primeiro turno e o segundo turno das eleições no país, seja assinado o acordo de facilitação de investimentos entre os dois países. "Aí não é setorial. Mas acredito que os setores de engenharia e tecnologia da informação são os que têm mais potencial para crescimento de comércio para com o mercado", informou.

Crise é prejudicial para as operações de exportações, avalia AEB

O presidente da Associação de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro, afirmou, nesta terça-feira, que a atual instabilidade política não afeta negativamente o fechamento de acordos comerciais, mas prejudica as operações de exportações. Pouco antes, o secretário de comércio e serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Marcelo Maia, havia afirmado que o momento político não atrapalhava as negociações comerciais envolvendo o Brasil e outros mercados.
"Na negociação de acordos não necessariamente atrapalha, porque você não envolve valores. Mas o operacional está sendo muito afetado. É só ver o resultado da balança comercial de manufaturados que todos imaginavam que haveria um crescimento forte e neste mês não está crescendo, muito pelo contrário, tem queda", disse.
Castro explicou que a expectativa do mercado é de que, se houver impeachment da presidente Dilma Rousseff, a taxa de câmbio cairá ainda mais. "Todas as empresas que estão fechando algum negócio hoje vão usar uma taxa de câmbio bem menor e isso tira a competitividade no exterior", falou. "Se com um câmbio que estava a
R$ 4,00 não cresce, como podemos imaginar a um patamar inferior?", completou.
O executivo confessou que o vice-presidente da República, Michel Temer, ainda não procurou o setor para uma aproximação, mas prevê que em um eventual governo do peemedebista, a situação de transição se dará em um ambiente já ruim. "Por melhor que sejam os profissionais que ele escolher, o cenário é muito difícil. Não dá para fazer milagres, para mudar o quadro econômico. Mas o nome da pessoa pode significar um amparo para as medidas que certamente não serão muito populares", falou.
Sobre um piso de câmbio, Castro disse que R$ 3,50 ainda é bom. "Mas o duro é se esse patamar se mantém mesmo. Quando o dólar estava R$ 4,00 era bom, mas excessivo. O que temos que fazer mesmo são reformas estruturais: trabalhista, previdenciária, tributária e investimentos em infraestrutura e aí eu não me importo com a taxa de câmbio. Temos é que reduzir o custo Brasil, que prejudica as negociações", destacou. Ele informou que há empresas perdendo margem de lucro nas vendas externas para não perder clientes.