A Argentina vendeu US$ 16,5 bilhões em bônus, marcando seu retorno ao mercado global de dívida após 15 anos de ausência com a maior oferta de títulos em mercados emergentes já vista. "Essa foi a maior demanda na história por bônus de um país ou empresa emergente", disse, nesta terça-feira, o ministro de Finanças da Argentina, Alfonso Prat-Gay.
Inicialmente, o governo esperava vender de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões, mas a oferta chegou a US$ 16,5 bilhões diante da forte demanda dos investidores. Os pedidos de compra chegaram a US$ 70 bilhões, segundo pessoas próximas à operação.
Foram ofertadas quatro tranches com retorno de até 8%. Do total, US$ 2,75 bilhões se referem a títulos de três anos, com juro de 6,25%; US$ 4,5 bilhões em notas de cinco anos, com juro de 6,875%; US$ 6,5 bilhões em papéis de 10 anos, com juro de 7,5%; e US$ 2,75 bilhões em bônus de 30 anos, com juro de 8%.
Os juros ficaram abaixo dos níveis estudados pelo governo, e muitos investidores diziam que poderiam não comprar os títulos neste nível. Mas a forte demanda ajudou a levar os preços para cima e os rendimentos para baixo, dizem analistas. Em mais um sinal de forte demanda, detentores de bônus do governo argentino já estão recebendo ofertas de compra dos papéis por valores acima do mercado. Segundo a Dealogic, a emissão na Argentina foi a maior já registrada em países emergentes, superando a da Petrobras, na qual foram ofertados US$ 11 bilhões em títulos corporativos em maio de 2013.