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- Publicada em 18 de Abril de 2016 às 21:03

Setor industrial pede mudanças estruturais

 Prêmio Marcas de Quem Decide 2016.    Na foto:   Heitor Muller ( Presidente Fiergs )

Prêmio Marcas de Quem Decide 2016. Na foto: Heitor Muller ( Presidente Fiergs )


MARCO QUINTANA/JC
"É necessário repensar o Brasil, através de uma reforma política que abra o caminho para as demais mudanças estruturais, como da previdência, tributária, trabalhista e administrativa." Este foi o recado da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) após o encerramento da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao avaliar o resultado da votação, o presidente da entidade, Heitor Müller, alertou que o impeachment "não é um fim, mas um meio". Por isso, sozinho, não solucionará "os males e malfeitos atuais no País".
"É necessário repensar o Brasil, através de uma reforma política que abra o caminho para as demais mudanças estruturais, como da previdência, tributária, trabalhista e administrativa." Este foi o recado da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) após o encerramento da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao avaliar o resultado da votação, o presidente da entidade, Heitor Müller, alertou que o impeachment "não é um fim, mas um meio". Por isso, sozinho, não solucionará "os males e malfeitos atuais no País".
Segundo a Fiergs, o importante é dar destaque para o que a entidade publicou no mês de março no manifesto intitulado "O Brasil não Pode Esperar". No texto, é pontuado que não se admite o País ser transformado "em uma republiqueta na política" e voltar a ser "uma colônia na economia". Em função disso, a entidade elabora, juntamente com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Agenda Para o Brasil sair da Crise - 2016/2018. "Na prática, precisamos de um tratamento rápido e eficaz para tirar a economia brasileira da UTI. A retomada da confiança interna é o primeiro requisito, através de um amplo entendimento nacional, sendo requisito o resgate da harmonia entre os Poderes Constituídos", avaliou o dirigente.
Na avaliação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a admissibilidade do processo de impeachment "reflete a solidez de nossas instituições e fortalece a nossa democracia". Em nota, a entidade entende que a decisão vai permitir que o Brasil volte a olhar para o futuro com esperança, "saindo de um período marcado pela falta de diálogo, pela divisão do País e pelo fracasso da política econômica". A federação cita "milhões de empregos ceifados" nos últimos anos e milhares de empresas que fecharam ou pediram recuperação judicial.
Já o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que o resultado da votação trará efeitos positivos ao Brasil, lembrando que o mercado já havia reagido na semana passada, "pela expectativa de um bom resultado" que se concretizou. E o término do processo de impeachment, que Skaf espera que ocorra o mais rapidamente possível, faz nascer uma nova esperança, e permite a retomada da confiança. "E, com isso, a roda da economia volta a andar, gerando empregos, desenvolvimento e investimentos."

Agricultura prevê o restabelecimento da governabilidade

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nota em que diz receber a decisão da Câmara dos Deputados sobre a admissibilidade do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff "consciente da responsabilidade que terá no processo de reconstrução do País". "Entendemos que foi dado um primeiro passo importante para que se restabeleçam as condições de governabilidade, que consideramos essenciais para a volta do crescimento econômico, com equilíbrio e harmonia entre os brasileiros", afirma a entidade.
No comunicado, a CNA informa que, após ouvir produtores rurais de todos os estados, decidiu se unir aos movimentos sociais urbanos na mobilização e disse estar convicta de que contribuiu de forma efetiva para o resultado. Para a entidade, são necessárias "mudanças estruturais" nos Ministérios da Justiça, do Trabalho e do Meio Ambiente, além de outros órgãos federais.
O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, afirmou que o setor recebeu "muito positivamente" o prosseguimento do processo de impeachment. "A gente sente uma esperança a partir de agora", disse. Para o dirigente, também há "boa impressão" em relação à figura do vice-presidente Michel Temer, que pode vir a assumir a presidência da República caso o Senado Federal aceite e instale o processo de impeachment. "Ele é o oposto da Dilma. Acho que, com ele, a relação entre Congresso e Executivo vai melhorar muito. Ele provavelmente vai ter um ótimo relacionamento com o Judiciário. Ele tem chances de fazer um governo de transição muito importante."
Ainda de acordo com Corrêa Carvalho, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO), "ficou em uma posição muito à deriva" de seu próprio partido. Isso porque ela se manteve fiel à presidente Dilma mesmo após o desembarque do PMDB do governo, no fim de março, o que gerou críticas do próprio agronegócio a essa postura.

Empresários da construção civil temem parada do Minha Casa Minha Vida

 Prêmio Marcas de Quem Decide 2016.    Na foto:   Heitor Muller ( Presidente Fiergs )

Prêmio Marcas de Quem Decide 2016. Na foto: Heitor Muller ( Presidente Fiergs )


MARCO QUINTANA/JC
O eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff pode ter impacto direto no programa habitacional Minha Casa Minha Vida. Executivos que atuam no segmento de baixa renda acreditam que a possível chegada de um novo governo pode resultar no congelamento de parte da iniciativa, que já entregou 2,6 milhões de residências desde 2009. Alguns agentes estão considerando reter investimentos até que haja uma sinalização clara sobre a continuidade do Minha Casa.
O risco mais elevado gira em torno do segmento que beneficia a população de renda mais baixa: a faixa 1. Os executivos consultados pelo Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), que preferiram não se identificar, afirmam que, no caso de mudança de governo, é quase certo que o ano de 2016 não contará com o início de novas obras. A preocupação maior, no entanto, é que o segmento seja paralisado "por tempo indeterminado", após a conclusão dos empreendimentos que já foram contratados.
Mesmo se o governo Dilma continuar no poder e tentar contratar novas obras em 2016, a dúvida do setor é sobre o atingimento de metas. "Esse governo se acostumou a colocar objetivos que não podem ser atingidos", aponta outro empresário que também atua em baixa renda, ao lembrar que a faixa 1 sofreu com atrasos de pagamentos às empresas em 2015.
O Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) espera contribuir com um novo governo, caso o impedimento de Dilma Rousseff se confirme. A ideia é enviar propostas para o programa habitacional, segundo o presidente da entidade, Flávio Amary. O executivo explicou que os programas sociais, em geral, podem passar por revisão, com ajustes para se enquadrar no atual momento da economia nacional.