Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 13 de Abril de 2016 às 18:28

Banco Central faz intervenção de mais de US$ 4 bilhões, mas dólar fecha em queda

Em nova queda de braço com o mercado financeiro, o Banco Central não conseguiu impedir a queda do dólar. A moeda americana fechou em queda de 0,48% ante o real, a R$ 3,475 na compra e a R$ 3,477 na venda. A autoridade monetária tem sinalizado que não deseja a divisa abaixo de R$ 3,50 e ao longo do pregão fez intervenções que superaram os US$ 4 bilhões, mas a expectativa de uma mudança no governo tem levado investidores a se desfazerem da moeda, com perspectiva de melhora na economia. Foi também o ambiente político e maior otimismo global que fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a fechar em alta de 2,21%, aos 53.149 pontos, maior patamar desde julho do ano passado.
Em nova queda de braço com o mercado financeiro, o Banco Central não conseguiu impedir a queda do dólar. A moeda americana fechou em queda de 0,48% ante o real, a R$ 3,475 na compra e a R$ 3,477 na venda. A autoridade monetária tem sinalizado que não deseja a divisa abaixo de R$ 3,50 e ao longo do pregão fez intervenções que superaram os US$ 4 bilhões, mas a expectativa de uma mudança no governo tem levado investidores a se desfazerem da moeda, com perspectiva de melhora na economia. Foi também o ambiente político e maior otimismo global que fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a fechar em alta de 2,21%, aos 53.149 pontos, maior patamar desde julho do ano passado.
O BC renovou a artilharia neste pregão e, em cinco pregões (dois no período da manhã e três à tarde), colocou no mercado US$ 4,250 bilhões em contratos de swap cambial. Essa estratégia ainda deu certo na primeira parte do pregão, quando a divisa chegou a R$ 3,564. Mas a moeda passou a perder força após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-SP), formalizar o processo de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados, previsto para ser concluído no domingo.
"O mercado acredita fortemente que vai ter uma troca de governo. Há a possibilidade de novos nomes de credibilidade maior na equipe econômico e isso é bem recebido, então o dólar cai", afirmou Jefferson Luiz Rugik, diretor da Correparti Corretora de Câmbio, ao explicar a queda de braço entre BC e mercado.
Toda essa disputa entre mercado e BC ocorre no mercado futuro da moeda, em que os investidores, por meio de contratos financeiros, arbitram com a expectativa de variação da moeda. Na terça-feira, a autoridade monetária já havia colocado US$ 8 bilhões nesse mercado que, como tem efeito de compra, significa dizer que está retirando liquidez desse mercado, que está com um volume de negócios de mais de US$ 16 bilhões, enquanto a média é de US$ 10 bilhões.
Para investidores, o BC sempre irá atuar quando a moeda ficar muito próximo dos R$ 3,50. Abaixo disso, deixa de ser interessante para a recuperação das contas externas, uma vez que parte desse ajuste está vindo pelo aumento das exportações - quanto mais alto o dólar, mais o produto brasileiro fica atrativo no exterior.
"O dólar sobe com a atuação do Banco Central, mas está tendo uma entrada de recursos de estrangeiros. Essa postura mais agressiva do BC leva a entender que de alguma forma ele quer criar uma barreira psicológica e tentar segurar a cotação na faixa dos R$ 3,50", avalia Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
Outra consequência dessa estratégia do BC é reduzir sua exposição ao estoque de contratos que são corrigidos pela variação cambial - em menos de um mês, essa exposição já foi reduzida para menos de US$ 90 bilhões, ante mais dos US$ 108 bilhões existentes na véspera da retomada dos swaps reversos - que não eram feitos há 3 anos.
O dólar no Brasil foi na contramão do mercado externo. O "dollar index", calculado pela Bloomberg, subia 0,88% próximo ao horário de fechamento dos negócios no Brasil.
E enquanto o fluxo do mercado futuro está elevado, o Brasil tem atraído um volume limitado de recursos vindos do exterior pela conta financeira, que é por onde entra os dólares de estrangeiros que querem aplicar em ações, títulos ou outros ativos financeiros no país. O Banco Central divulgou nesta tarde dados sobre o fluxo cambial. No mês, até o dia 8, ele estava positivo em US$ 1,835 bilhão, sendo que US$ 1,548 bilhão veio da balança comercial. No ano, saldo está negativo em US$ 8,527 bilhões, que é a diferença entre as saídas de US$ 17,103 bilhões da conta financeira e uma entrada de US$ 8,576 bilhões na conta comercial.
O Ibovespa fechou em seu maior patamar desde 14 de julho do ano passado. Um cenário econômico global menos conturbado, com melhores perspectivas em relação a China, alta de juros menos intensa nos Estados Unidos e recuperação do preço das commodities (em especial o minério de ferro e outros metais) contribuem para os ganhos nos mercados acionários nesta quarta-feira.
"O noticiário está positivo e o mercado está respondendo a uma maior chance de impeachment. Mas os preços já subiram muito e de forma apartada dos fundamentos econômicos. Conforme o quadro político se concretizar, o mercado tende a realizar um pouco. Isso vale também para o dólar", explicou Figueredo, da Clear.
Figueredo lembra ainda que, para o investidor, é importante sair da operação quando ela atinge o patamar esperado, ou seja, realizar o lucro, mesmo que a tendência ainda seja de alta. Essa é uma forma de evitar uma relação entre risco e retorno muito frágil.
Na Bolsa, mais uma vez, a alta foi sustentada pelo desempenho das ações de empresas ligadas ao setor de commodities. Os papéis preferenciais (PNs, sem direito a voto) subiram 5,31%, cotados a R$ 9,49, e os ordinários (ONs, com direito a voto) avançaram 4,22%, a R$ 11,83. Essa alta ocorre apesar do leve recuo no preço do petróleo. O Brent registrava queda de 1,34%, a US$ 44,09, mas já se afastou das mínimas do início do ano, quando ficou abaixo de US$ 30, e a expectativa é que, no curto prazo, chegue a US$ 50.
No caso da Vale, as preferencias subiram 4,22% e as ordinárias registraram valorização de 4,42%. Essa valorização é consequência da alta do preço do minério de ferro na China, que voltou a ser negociado acima dos US$ 60. No ano, a valorização chega a 395.
Nos Estados Unidos, o Dow Jones subiu 1,06% e o S&P 500 teve alta de 1%. Na Europa, o DAX, de Frankfurt, registrou ganhos de 2,71%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, subiu 3,32%. Já o FTSE 100, de Londres, fechou com valorização de 1,93%.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO