Produção industrial caiu em 11 dos 14 locais pesquisados

Com a retração do consumo e dos investimentos no País, a produção da indústria brasileira caiu de modo generalizado em fevereiro. Das 14 regiões pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 11 produziram menos em fevereiro em comparação a janeiro.

Principal parque fabril do País, São Paulo viu sua produção cair 2,1% na passagem de janeiro para fevereiro, ritmo abaixo da média do País (2,5%). Mesmo assim, foi o pior mês de fevereiro da indústria de São Paulo em toda a série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2002.

O nível de produção da indústria de São Paulo é o mesmo de agosto de 2003, o que ajuda a dar uma dimensão do tamanho da crise enfrentada. Cortar a produção, além de reduzir empregos, é uma forma do setor se ajustar ao menor ritmo da demanda.

Conforme os dados divulgados nesta quinta-feira, os estados com queda mais intensa foram Bahia (-7,9%) e Amazonas (-4,7%). A produção na Bahia havia avançado em dezembro e janeiro, período em que acumulou uma alta de 8,5%. Parte dessa alta foi apagada.

Também tiveram forte queda na produção os estados de Santa Catarina (-3,3%) e Ceará(-2,8%). No Rio Grande do Sul, o recuo foi de 1,3%.

As exceções em fevereiro foram os estados de Pará (6,2%), Espírito Santo (5,3%) e Goiás (4,1%). Os dois primeiros têm em comum forte presença da atividade extrativa mineral, que teve um avanço de 0,6% na passagem de janeiro para fevereiro na média nacional.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a produção de São Paulo despencou 12,3% ante fevereiro de 2015. Embora fevereiro de 2016 tenha tido um dia útil a mais do que igual mês do ano anterior (19 dias úteis em fevereiro de 2016 ante 18 dias ante fevereiro de 2015), o total da indústria nacional mostrou redução de 9,8% na produção no período. O resultado negativo atingiu 12 dos 15 locais investigados.

Além de São Paulo, também registrou recuo na produção Pernambuco (-26,2%), Amazonas (-25%), Espírito Santo (-18,6%), Minas Gerais (-11,6%), Ceará (-10,4%), Paraná (-9,0%), Rio Grande do Sul (-5,4%), Santa Catarina (-4,8%), região Nordeste (-3,3%), Rio de Janeiro (-3,1%) e Goiás (-0,6%). Os avanços foram registrados no Mato Grosso (18,1%), Pará (15,4%) e Bahia (11%).