O vice-presidente da General Motors (GM) do Brasil, Marcos Munhoz, visitou o governador José Ivo Sartori, no Palácio Piratini, ontem pela manhã, para reforçar o interesse da montadora em manter sua estratégia de desenvolvimento a longo prazo no Estado e informar que a empresa deve apostar no aumento das exportações para melhorar o desempenho das vendas. "Temos uma preocupação no que se refere à estabilidade do dólar, porque estes projetos são longos, mas, no momento, há uma oportunidade de fecharmos alguns negócios a partir da unidade de Gravataí", afirmou.
Em reunião que contou ainda com a presença do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Fábio Branco, o empresário solicitou a Sartori o apoio na busca de formas de fomentar o investimento de novos fornecedores no complexo de Gravataí. "Neste sentido, temos três a quatro boas perspectivas em vista, mas nada muito concreto", resumiu Munhoz. Hoje, a unidade gaúcha da GM trabalha com 17 sistemistas. "Ainda precisamos importar muitas peças."
"Buscar atrair empresas sistemistas e que atendam o mercado de autopeças vem ao encontro do esforço que o Estado vem fazendo para promover uma retomada da economia", destacou Branco. Segundo o secretário, a estratégia para que isso ocorra será promover uma "melhoria do ambiente", além de dar visibilidade ao "diferencial que o Rio Grande do Sul oferece", na tentativa de despertar o interesse destas empresas. "Temos mercado, recursos humanos, área e posição geográfica para ser uma plataforma de exportação bem-localizada." Branco admite que, no cardápio de atrativos, podem ser utilizados o Fundopem e outros incentivos fiscais.
Munhoz lembrou ainda das "várias dificuldades" que o setor vem enfrentando nos dois últimos anos, ao destacar a necessidade de reforçar também o segmento de autopeças. "A própria situação cambial do momento cria um nicho de oportunidade a ser aproveitado por fornecedores destes equipamentos que, se importados, ficam mais caros para as montadoras", concorda Branco. "Desde 2014, o mercado caiu 50% em vendas, o que requer restruturações profundas", destaca o vice-presidente da GM Brasil. Por enquanto, não há previsão de novos investimentos da fabricante, que recentemente ampliou a capacidade instalada da unidade de Gravataí para 350 mil veículos/ano. "Atualmente, estamos produzindo pouco mais da metade de nossa capacidade", frisou o empresário.