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Repórter Brasília

- Publicada em 14 de Abril de 2016 às 18:37

Por um fiapo

David Fleischer

David Fleischer


JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO/JC
Enquanto o Brasil fica ansioso pelo resultado da votação na Câmara e os grupos pró e contra impeachment lançam diariamente números conflitantes, o cenário que se desenha é de que a presidente Dilma Rousseff (PT) será derrubada. Tanto que, por trás do manto de otimismo, o governo dá sinais de que luta uma batalha perdida. A Advocacia-Geral da União entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal questionando o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO). A ação questiona suposto cerceamento do direito de defesa. Ao mesmo tempo, o Planalto liberou ministros para sair do cargo momentaneamente e votar contra o impeachment e tirou dos cargos aqueles que foram indicados por deputados pró-impeachment. De acordo com o cientista político da Universidade de Brasília David Fleischer, Dilma tem 95% de chance de não sobreviver ao processo. "O governo está agarrando qualquer fiapo, fazendo muita articulação. Ao mesmo tempo, há um vai e vem grande de carros no Palácio do Jaburu para falar com o vice-presidente Michel Temer. É uma causa perdida", disse. No meio da estranha contabilidade de votos, que cada lado diz ter mais do que o possível, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Afonso Florence, garante que "o governo tem quase os 172 'não'".
Enquanto o Brasil fica ansioso pelo resultado da votação na Câmara e os grupos pró e contra impeachment lançam diariamente números conflitantes, o cenário que se desenha é de que a presidente Dilma Rousseff (PT) será derrubada. Tanto que, por trás do manto de otimismo, o governo dá sinais de que luta uma batalha perdida. A Advocacia-Geral da União entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal questionando o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO). A ação questiona suposto cerceamento do direito de defesa. Ao mesmo tempo, o Planalto liberou ministros para sair do cargo momentaneamente e votar contra o impeachment e tirou dos cargos aqueles que foram indicados por deputados pró-impeachment. De acordo com o cientista político da Universidade de Brasília David Fleischer, Dilma tem 95% de chance de não sobreviver ao processo. "O governo está agarrando qualquer fiapo, fazendo muita articulação. Ao mesmo tempo, há um vai e vem grande de carros no Palácio do Jaburu para falar com o vice-presidente Michel Temer. É uma causa perdida", disse. No meio da estranha contabilidade de votos, que cada lado diz ter mais do que o possível, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Afonso Florence, garante que "o governo tem quase os 172 'não'".
Decisão por negociata
Na corrida para aprovar ou barrar o impeachment, os partidos lançam mão de estratégias no mínimo duvidosas. O governo, abertamente, oferece cargos para quem votar contra e pune quem vota a favor. Além disso, Dilma usa o Palácio do Planalto como palanque. Mas os favoráveis ao impeachment não são melhores, apenas mais discretos nas negociatas. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), faz de tudo para derrubar Dilma. A ordem da votação, do Sul para o Norte, foi objeto de questionamento. "Um deputado chegou a me dizer: 'Tenho que votar a favor do impeachment, ou não me elejo prefeito'. Ora, então isso justifica?", relatou o deputado federal gaúcho Pepe Vargas (PT).
Sangue real
Com o Brasil dividido e Brasília literalmente cortada ao meio, a senadora gaúcha Ana Amélia (PP) teme que a votação seja marcada pela cor vermelha. Não por conta das roupas, mas por simples fato biológico. Ela relatou ameaças recebidas no celular. "Se essa ameaça, que é virtual aqui no celular, se transformar numa ameaça física, por exemplo, no domingo, quando nós teremos, eu diria, quase que uma torcida organizada - de um lado, os contrários ao impeachment e, de outro lado, os favoráveis ao afastamento da presidente -, se isso sair do virtual e vier para o mundo real, se isso acontecer, nós teremos um gravíssimo risco, talvez até de sangue na Esplanada dos Ministérios", afirmou a senadora.
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