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Repórter Brasília

- Publicada em 12 de Abril de 2016 às 00:09

Berlim do Cerrado

Como Berlim até 1988, Brasília está dividia por um muro físico e ideológico. A capital, que já se parece um pouco com Alexanderplatz e o resto de Berlim Oriental, também terá uma barreira com o intuito de impedir a circulação de pessoas e com guardas, sentinelas e um "corredor para autoridades". Preparada para o confronto inevitável no dia 17, data da votação em plenário do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a Secretaria de Segurança do Distrito Federal montou uma estrutura separando os manifestantes favoráveis e contrários. Tudo isso para evitar que na hora o vermelho prevaleça por simples razão biológica. A ironia é que a divisão dos protestos segue um pouco a divisão da cidade. À direita da Esplanada dos Ministérios, ficarão os manifestantes pró-impeachment. No mesmo lado, ficam os bairros nobres Asa Sul, Lago Sul e Sudoeste, que pendem para o conservadorismo. Um pouco mais distante está o bairro de Águas Claras, que registra pico de panelaços em qualquer menção ao PT. À esquerda da Esplanada, ficarão os contrários ao impeachment, em direção ao bairro da Asa Norte e à Universidade de Brasília. A Asa Norte é o que tem de mais próximo de um bairro boêmio na capital. Coalhada de bares, galerias de arte e festas, pende para a esquerda, assim como a UnB.
Como Berlim até 1988, Brasília está dividia por um muro físico e ideológico. A capital, que já se parece um pouco com Alexanderplatz e o resto de Berlim Oriental, também terá uma barreira com o intuito de impedir a circulação de pessoas e com guardas, sentinelas e um "corredor para autoridades". Preparada para o confronto inevitável no dia 17, data da votação em plenário do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a Secretaria de Segurança do Distrito Federal montou uma estrutura separando os manifestantes favoráveis e contrários. Tudo isso para evitar que na hora o vermelho prevaleça por simples razão biológica. A ironia é que a divisão dos protestos segue um pouco a divisão da cidade. À direita da Esplanada dos Ministérios, ficarão os manifestantes pró-impeachment. No mesmo lado, ficam os bairros nobres Asa Sul, Lago Sul e Sudoeste, que pendem para o conservadorismo. Um pouco mais distante está o bairro de Águas Claras, que registra pico de panelaços em qualquer menção ao PT. À esquerda da Esplanada, ficarão os contrários ao impeachment, em direção ao bairro da Asa Norte e à Universidade de Brasília. A Asa Norte é o que tem de mais próximo de um bairro boêmio na capital. Coalhada de bares, galerias de arte e festas, pende para a esquerda, assim como a UnB.
Falta de convicção
Na Câmara dos Deputados, um muro muito mais poroso se formou em torno do impeachment. Os dois lados brigam pelo voto dos indecisos e temem traições. De acordo com a Datafolha, 60% dos deputados são favoráveis ao impedimento de Dilma. A conta dá 308. Do outro lado, 21% se dizem contrários, ou 108 parlamentares. Apesar de precisar de menos votos para barrar o impeachment, 172, o governo terá que arregimentar 64 deputados. Para os favoráveis, são apenas 34. Para o deputado federal gaúcho Jerônimo Goergen (PP), há uma falta de convicção. "Falavam que queriam tocar rápido, porque iriam ganhar, e agora estão falando até em judicializar." O Planalto ameaçou ir ao Supremo Tribunal Federal caso o impeachment passe na Câmara.
Briga da elite
O deputado federal gaúcho Henrique Fontana (PT) acusou os parlamentares a favor do impeachment de tentarem chegar ao governo do País sem votos, através de um "acordão da elite". "A questão que movimenta a crise política é que boa parte da oposição não respeita o resultado das eleições." Em um momento de polarização, ficaria difícil defender a tese, mas, de acordo com o Data Popular, instituto de pesquisas especializado nas classes C e D, a discussão é vista como uma disputa de poder, uma briga da elite. "Se algum dos dois lados quiser de fato ganhar a classe C, que hoje corresponde a 54% do eleitorado, vai ter que quebrar a cabeça para mostrar que o que está em discussão vai além do debate da corrupção", disse o presidente do Instituto, Renato Meirelles.
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